ENFIM RESPIRANDO SEM APARELHOS

Notou que o tempo mudou?

Enquanto nossas perspectivas, embora ainda gravíssimas, melhoraram, sumiu também aquele refrão esquisito gritado por bêbados de madrugada: “segue o líder!”. Foram ver o que é que a baiana tem, viram e não gostaram. Voltaram em silêncio. Cidade tranquila. Sem buzinaços. 

Calma, amigos. Futebol continua sendo a coisa mais importante dentre as coisas sem importância. O que realmente importa, o que de fato faz a diferença em sua vida, em primeiro lugar é você mesmo. Depois, a sua família, que depende de você. Em seguida, são aquelas pessoas especiais, parentes ou amigos. Consanguinidade, aí, é desimportante. Não são muitos, mas fazem a diferença. Só depois vem o futebol, às vezes misturado com a política. O bom seria evitar os dois. Se a gente pudesse.

A entrevista de Felipão, após o jogo, foi um show…de humildade. Pés no chão, ou melhor, no “atoleiro”, como ele disse. E corrigiu o QUINTAL:  ontem, vencendo o Operário por um a zero, não demos um passo, demos “um passinho” pra frente. Como é fácil perceber, a questão de retornar à Série A tem produzido quilos de bobagens, com adivinhações sem pé nem cabeça. Quatro equipes vão subir no fim do campeonato. São quatro variáveis cujo desempenho ao longo dos jogos é imprevisível. Como adivinhar agora?

Perguntado se o Cruzeiro vai subir, Felipão foi educado na resposta: “ estou com barro até o pescoço. Primeiro tenho de sair desta situação, jogo a jogo”.

A meu ver, este é o posicionamento ideal. Seriedade. Compromisso, vontade de vencer. A confiança vai retornando de mansinho.

Jogo a jogo.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Sou advertido com frequência para abordar neste QUINTAL só temas do Cruzeiro. Impossível. De certo modo, Cruzeiro e Atlético se tornaram irmãos siameses com emoções invertidas. Alegria de um é tristeza do outro. E vice-versa. Já leram uma coluna sequer do atleticano Fred Melo Paiva (a meu ver um dos maiores cronistas do Brasil) em que ele deixe o Cruzeiro em paz?

E como registrei outro dia: Foi lançada a pedra fundamental do futuro campo do Atlético, no bairro Califórnia. Vários oradores. Momento importante na vida do Clube. Tema principal: Cruzeiro.

2. Gustavo Bianchetti me corrige sobre o jogo treino da Seleção de 70 contra o Atlético, lembrando que nunca mais esses jogos se repetiram para evitar que a seleção “passasse vergonha outra vez”. Tem razão. Mas também tenho, pois, outro motivo foi sim, evitar contusões provocadas pelo ímpeto dos “sparrings”. 

Agora, meu caro Gustavo, concorde comigo: esta “vergonha” que a Seleção não quis passar outras vezes, é a mesma que nos faz nunca brigar com bêbado: se você bate, é covardia; se apanha, é vergonha.