SÁBADO COM TORCIDA: PONTE PRETA EM SETE LAGOAS

Com toda emoção e esperança do mundo, o Cruzeiro vai reencontrar a sua torcida depois de amanhã, em Sete Lagoas. Moldura ideal para marcar a arrancada que já está retardando perigosamente.

É ganhar ou ganhar.

O jogo de terça-feira, contra o Goiás na Serrinha, acabou sendo um teste meia-boca.

O primeiro tempo, foi “à la Rei Melo”: voltamos aos nossos piores momentos, com escanteios desperdiçados bisonhamente, chutes descalibrados e lançamentos para almas perdidas. Fiquei pensando sobre o que treinamos nestas quase duas semanas. Nas emissoras de TV, o show do intervalo não encontrou um lance, sequer, do Cruzeiro, para mostrar.

No segundo, com melhor posicionamento de Welington Nem e a entrada de Thiago, fizemos 1 x 0 e fomos felizes por um minuto. Na saída de bola, irregular segundo a comentarista de arbitragem Janette Mara Arcanjo, e Márcio Rezende de Freitas, da Itatiaia, o Goiás empatou. Houve infração à Regra 8. O detalhe é “bobo”, mas contra o Cruzeiro certamente funcionaria: O time que vai dar a saída de bola tem de ter todos os seus jogadores posicionados no seu lado do campo, exceção apenas do que tocará a bola. Isto não foi observado e havia um jogador do Goiás (Diego, nº 7) em nosso campo.  Por ter resultado em gol, os comentaristas entendem que o VAR deveria provocar o reexame, alertando o juiz.  Alguém tem dúvida que se o gol fosse marcado pelo Cruzeiro, nestas circunstâncias, o VAR não permaneceria em silêncio?

Em algumas jogadas mostramos que pode haver vida inteligente em nosso meio-campo/ataque. Um bom exemplo foi o gol de Thiago, bem como o outro que ele perdeu no minuto final. Tudo indica que sábado, contra a Ponte Preta, e com o impulso da torcida, uma nova e decisiva fase será iniciada pelo Cruzeiro. Luxemburgo mantém as esperanças e, no pós jogo, deixou escapar que, pelos seus cálculos, há jogos em que o empate é aceitável, e contra o Goiás seria um deles. E há 10 jogos que temos de ganhar. Obviamente, ele não revela quais são essas partidas.  Mas, por certo, a de Sete Lagoas depois de amanhã é uma delas.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Rei Melo escapou do “mea culpa” pelo primeiro tempo horroroso que jogamos contra o Goiás. Mas alguma coisa me diz que sábado, contra a Ponte Preta, em Sete Lagoas, com o incentivo da torcida, o Cruzeiro finalmente partirá rumo à classificação. Não se espera time da Champions League, com 11 craques. Espera-se um time de Série B, disputando a vitória com unhas e dentes. Disposição e inspiração em campo. O elenco é limitadíssimo. Impossível “endeusar” qualquer um. Mas é o que temos.

2. Escanteios. Difícil entender que um time, com extrema dificuldade de entrosamento, baixíssima produção, dispensa essa arma que é letal se bem treinada. No jogo contra o Goiás jogamos no lixo todos os escanteios a nosso favor. Alguém consegue explicar?

3. Augusto poderia ganhar um extra do Butantan vendendo sobra de veneno. O nosso 6 x 1 deixou-lhe ferimentos incuráveis na alma já marcada pelas “páginas heroicas, imortais”.

Meu caro Augusto

, contente-se, como João de Deus, Galo Doido e outros ilustres condôminos da barraca atleticana em viver este presente de sonhos do seu time. Esqueça o passado e as salas de troféus do Melhor Clube Brasileiro do Século XX. Aquele que, por décadas, sozinho, incomodou o sempre protegido eixo Rio-São Paulo. O cancioneiro popular já advertia: reviver o passado é sofrer duas vezes.

4. Manoel Panhame, converse com o Augusto. Ele pode te mandar o passo-a-passo pra acessar o setor de “coleta de veneno” do Butantan.

5. Edgar Campos, é possível que agora, distraídos, Panhame e Augusto atenuem um pouco essa fixação com o Cruzeiro. Psicalistas advertem que é como traumas de infância. Não há cura completa.

6. Jorge, maldoso, desintegra a coluna usando a britadora de Rei Melo. O blogueiro atingido por tiros da cozinha. Mas, se o Cruzeiro ganhar sábado, peça asilo na embaixada do Afeganistão.

7. Teobaldo enriquece o QUINTAL com informações sobre Clube Empresa, mas interpõe ácida censura à possibilidade de isenção de impostos.

Meu caro Teobaldo, já assistimos vários filmes com esse enredo. Há os condenáveis, pela motivação política ou pessoal. Mas também há aqueles em que uma engenharia social pode dispor forma de reembolso não monetária, considerando-se o apelo emocional ínsito a grandes Clubes. O que se espera é que, sendo nova, a ideia receba progressivo aperfeiçoamento, em especial aqueles ditados, dia a dia, pelo exercício dela.

8. Galo Doido New York, queimando calculadoras pra deixar inevitável a permanência do Cruzeiro na Série B, chegou à “conclusão” de que com o aproveitamento atual “serão necessárias 84 rodadas para o PAP (Pangaré Azul Perneta) se igualar ao quarto colocado”.

Parte do pressuposto de que não vamos evoluir, o que contraria a expectativa da Nação Celeste. Certamente, a partir de sábado, Galo Doido terá de refazer esses cálculos.

Quanto ao PAP, temos de aguentar por culpa do blogueiro. Imprudente, ressuscitei o Cavalo Paraguaio, sem considerar o quanto isto machuca a alma atleticana. Flanelinha, idem, idem. Aqui não se falará mais nisto. Só por descuido.

Por fim, dando sinais de que ainda não reajustou bem a medicação, Galo Doido acusa o blogueiro de estar acometido de “Atleticus Blindness”, agravado por uma nova cepa: Atleticus Jealousy. Pela primeira, não enxergo nada de Atlético. Pela segunda, tenho raiva, inveja, ressentimentos do Atlético.

Por favor, use e abuse mas deixe-me apenas com o primeiro diagnóstico. Sendo cruzeirense, transbordando alegria nas últimas décadas com as conquistas espetaculares, inscritas em nossas páginas heroicas, imortais, como posso me importar tanto assim com o Atlético?

Troque de medicação, amigo.