TUDO OU NADA HOJE CONTRA O REMO!

19h30, Independência. Começamos já perdendo por 2 x 1, resultado do primeiro jogo em Belém, pela Copa do Brasil. A sorte é que entre aquela partida e a desta noite mudanças aconteceram, as principais delas a atitude, a postura, a determinação. Sem dúvida, o Remo vai enfrentar outro time. Em dois testes, pelo Brasileiro, com concorrentes diretos, Chapecoense e Grêmio, surgiu em campo este Cruzeiro, surpreendentemente estruturado no meio, o que potencializa tanto a defesa quanto o ataque. Pra não dizer que tudo são flores, há dificuldades a serem resolvidas no último terço do campo. É ali, onde se engatilham jogadas fatais, que o time destoa. Lançamentos no vazio, passes pra alguém que faltou aos treinos… e vamos perdendo gols “quase feitos”. Contra o Grêmio, por sorte nossa, não fizeram falta, especialmente no fim do jogo. 

Pezzolano, com um bom trabalho, certamente aproveitou os treinos retomados nos últimos três dias para um reajuste de peças e esquemas naquela zona do agrião. A gente fica com a impressão de que falta pouco pra entrar no ponto certo.

Outra tarefa, encontrar no elenco ou na base um cara “liso” pra atuar nas beiradas, que drible o marcador e descortine jogadas fatais. Estamos carentes.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Primeiro Encontro do QUINTAL – Corajoso, não dando bola para o perigo, Sem Paciência marca dia, hora e local para um jamais imaginado encontro presencial dos participantes deste QUINTAL: 27 de maio, no Bolão da Praça Duque de Caxias, sexta-feira, a partir das 20h!

É pra valer, mesmo? Compareço, se tiver na entrada um detector de armas…

2. Jorge reafirma: concorda que a roda gira, mas, segundo ele, no caso do Cruzeiro vai demorar ainda 47,5 anos… 

Meu caro Jorge, o seu velocímetro está no modo “devagar, quase parando”. Corrija para o normal e você terá uma surpresa. Se não conseguir, dá uma conferida nas tabelas dos campeonatos brasileiros, A e B.

3. Bombas, depredações e homofobia no estádio –  O nosso domingo perfeito com a conquista no Vôlei e a vitória sobre o Grêmio, foi manchado por três fatos estúpidos, inaceitáveis. Bombas de alto potencial no Independência; Uma delas, com o estouro arrancou o microfone das mãos do repórter Thiago Reis e deve prejudicar irremediavelmente a audição de alguns torcedores que saíram feridos.  Difícil existir ignorância maior. Pra que isto? Porque isto?  Bombas assim aterrorizam 99,99% dos torcedores. Este 0,01% que solta não pode ficar impune.  Denuncie, aponte o terrorista para seja punido. A complacência das vítimas anima os bandidos.

Outro fato lamentável foram os cânticos homofóbicos contra a torcida gaúcha. Vivemos uma nova época em que alvos, antes indiferentes a “brincadeiras” tradicionais, agora exigem um “basta! ” Não cabem alegações de “simples zoeiras”, “sem maldade e sem ofensa”. Isto quem mede e pesa é a vítima.

Por último, a insana depredação de ônibus que levou torcida gremista ao Independência. As cenas filmadas nos remetem à era tribal.

Inadmissível que uma pequena parte de torcedores manche a moral celeste, tão sofrida, e agora se restaurando. Os nossos chefes de torcida devem aumentar a vigilância para que estes episódios não se repitam. 

No período em que exerci a presidência interina do Cruzeiro tive contatos frequentes com vários líderes de torcidas. Qualificados, bem-intencionados, criativos na intenção de sempre lutar para a gloria Clube. Recebi tanto apoio e vi neles tanta vontade de colaborar e inovar que cheguei a tratar com alguns uma ideia antiga que iria promover uma verdadeira revolução na arquibancada:  ouvir o hino nacional de pé, e cantando a letra ou mantendo-se em silêncio; Também, antes do início dos jogos, nas homenagens de “um minuto de silêncio” manter-se respeitosamente, sem ruídos ou cânticos.  Esta postura de respeito seria pedida também aos jogadores em campo, como mais uma motivação para que a torcida se mantivesse em silêncio.

A ideia era fazer dos cruzeirenses, o máximo possível, um exemplo de comportamento social de massa na arquibancada. É óbvio que não seria fácil, mas o brilho de entusiasmo no olhar dos líderes deu-me a certeza de que conseguiríamos avançar muito nesse campo.   

Estes sonhos emocionaram todos, mas tiveram vida curta. 3 ou 4 semanas. Hibernaram, com a chegada da pandemia mundial do Covid-19. 

4. Rei Melo volta a exercitar sua terapia preferencial:  espancar o blogueiro:

“Dalai, sou sim um grande crítico de sua postura quanto aos vagabundos que destruíram o Clube. Diz você que lutou pra tirar os tais lá de dentro… mas quem os botou? Quem viu a quadrilha articulando as coisas? Ninguém viu ou escutou…”

Meu caro Rei Melo, em todas as oportunidades destaco sempre que o regime ultra presidencialista do Cruzeiro permitia que fossem nomeados os “vices de presépio” pra dizerem “amem” aos atos presidenciais. Sempre à portas fechadas. Sim, do lado de fora ninguém via ou escutava nada! Ou você acha que se fossem públicos os contratos com Rodriguinho e Dodô, por exemplo, não haveria forte reação?

Após a aproximação de dois adversários políticos, Zezé Perrela, presidente do Conselho Deliberativo, e o presidente do Clube, Wagner Pires, resultando na nomeação de Gustavo Perrela para alto cargo remunerado no gabinete, houve uma grande confraternização, em churrascaria da Raja Gabaglia. Todos os principais integrantes dos dois grupos envolvidos compareceram. Dezenas de fotos foram publicadas. Ofereci e ofereço um Rolex de 300 mil (com nota fiscal!) pra quem me apontar em qualquer foto.

Obviamente, após essa nova configuração da política interna do Cruzeiro, sucederam-se as reuniões entre os lideres dos dois grupos, convocadas ora por Wagner Pires, ora por Hermínio Lemos. Jamais fui convidado pra qualquer uma. Em outras palavras: NUNCA participei de nenhuma reunião com o trio: Wagner-Zezé-Hermínio.

Então é a pura verdade: sim, “estava” lá, e não vi nem ouvi nada!

Até a renúncia de Zezé Perrela, exerci a vice-presidência do Conselho Deliberativo da mesma forma confessada por Michel Temer como vice de Dilma: um vaso de ornamentação na sala.

5. Atleticano  me acusa de só repercutir neste BATE PAPO as notícias que me “convenham” e dá como exemplo o caso da porta do vestiário dos árbitros arrombada, em Goiânia, quando Hulk foi falsamente apontado como autor, seguindo-se retratação. O pedido de desculpas do diretor goiano teve divulgação de fim de guerra mundial. Alcançou repercussão maior que o próprio fato original, o entusiasmo parecia insinuar processo de canonização de Hulk ainda em vida.

Todavia, meu caro Atleticano, com isso abafaram-se os questionamentos da principal ocorrência que foi grave: tentativa de invasão do vestiário dos árbitros.  Por parte de quem? Quais eram os suspeitos, em razão das circunstâncias antecedentes?

6. Filipe Braga destaca: 

“O Cruzeiro vem confirmando, jogo a jogo, o grande trabalho do Pezzolano. Que baita treinador! ”

Concordo. Felizmente parece que as coisas vão se ajustando e, sem craques à sua disposição, o nosso treinador vem conseguindo tirar leite de pedras: ajustou o meio de campo, hoje compacto, aguerrido, tomador de bolas, e, como consequência direta, isto vem refletindo na defesa e no ataque.  Esperamos pra hoje à noite, contra o Remo, que esta boa fase se confirme.

7. Sem Paciência pega carona em debate sobre ingratidões no futebol, conduzido com partidarismo, como se isto fosse exclusividade do Cruzeiro e, de repente, faz grave acusação de que o técnico Ênio Andrade “saiu escorraçado da toca”. Não foi assim. Até porque, o vitorioso treinador gaúcho tem uma particularidade exclusiva: Parece que nunca foi demitido. A sua personalidade aliada a um grau máximo de sensibilidade e percepção, o levava a pedir o seu chapéu antes que o mandassem embora. Construiu um nome de respeito dirigindo tanto o Internacional como o Grêmio. No Cruzeiro, foi campeão mineiro em 1990 e em 1994 (invicto) e da Supercopa da Libertadores. Em 94 foi técnico de Ronaldo Fenômeno, artilheiro do Mineiro com 22 gols (na estreia, contra o Atlético, fez 3).

Dirigindo treino na Toca, no meio do campo, foi vítima de lamentável fatalidade, recebendo, de costas, violenta “trombada” de um jogador. Removido para Porto Alegre onde teve a assistência da família, não se recuperou, falecendo em janeiro de 1997.

Antes, a rescisão contratual havia sido combinada, por telefone. Aí, falhamos, e muito, em não irmos até ele para juntar ao ato rescisório uma justa homenagem pelo que representou e representa para o Cruzeiro.

GARIMPO

“Conversa de mais de dois, é comício. ”

(atribuído a Benedito Valadares, líder político, ex governador mineiro)