UM FENÔMENO DE SOLUÇÃO!

Se tinha mesmo de entregar, melhor que fosse alguém de casa!

Caso seja mesmo confirmada, a surpreendente volta de Ronaldo ao Cruzeiro já provoca benfazeja inversão de expectativas na imprensa internacional: sai o Clube que era “case” de corrupção entra a esperança de reconstrução de um gigante.

Detalhes da complexa negociação ainda não podem ser divulgados e, ao que parece, estaria faltando a aprovação dos demais membros da Comissão nomeada para coordenar os trabalhos, mas é animadora a aura de otimismo que se forma em torno da surpreendente jogada do ex craque.

Tudo é novidade. Tudo é diferente do que era.

O CEO do Banco XP, José Berenguer, um dos especialistas que conduziram as negociações, declarou no Linkedin:

 “Não tenho dúvida que começamos hoje a transformar a história do futebol nacional. O Cruzeiro é só o primeiro. (…) Teremos times mais fortes e uma liga nacional ainda mais pujante. O futebol brasileiro nunca mais será o mesmo e sinto-me extremamente feliz por ver a XP capitaneando esse processo. ”

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Teobaldo, cardeal atleticano, comentou horas antes da votação:

 “Hoje é o dia de entregar 90% da alma ao diabo! Eu queria ser um mosquitinho bem pequenininho para entrar na cabine e ver o voto do Dalai…”

Não foi preciso!

Na saída, a todos os repórteres que perguntavam qual foi a minha opção, respondi: “se você está se afogando e jogam uma corda você vai discutir se é de sisal ou nylon? ”

Atrapalhadas administrativas, potencializadas pelo tsunami Wagner/Hermínio/Itair e pela pandemia mundial colocaram o Cruzeiro na posição de não questionar nem ajuda nem solução.

95,8% dos conselheiros, antenados, disseram “sim” a esses novos tempos de esperança. A grande massa de corações azuis estará agora na arquibancada, torcendo para que entre tantos interesses em jogo, o Cruzeiro esteja em primeiro lugar.

2. Ronaldo, dia 2 de janeiro em BH. Em uma das mensagens de esperança lançadas pelo ex-craque destaca-se a de que estará presente nas comemorações dos 101 anos do Cruzeiro. E quer a torcida perto.

3. Clube-Empresa – Ótima e imediata consequência: administrações amadoras e con$elheiros fajutos só poderão “aprontar”, agora, nas sedes sociais. Cuidem-se, associados.

4. Marcos Mineiro – Obrigado pela defesa. Certas ofensas, gratuitamente grosseiras, dizem mais do agressor que do ofendido. São auto explicáveis. 

5. Rei Melo, acusador geral, aciona de novo a metralhadora giratória, mas insiste num alvo preferencial:

“… quanto ao Guardiola de araque… o cara ganhou a B, mas antes … olha o que fez no Goiás…aqui, no Ceará… se esse cara serve de exemplo de técnico estamos pior do que parece…”

Caro Rei Melo, a passagem de Enderson Moreira (contratado por mim e pelo Conselho Gestor) tem de ser dividida em AD e DD. Antes e depois de Deivid. Conosco limitou-se a preparar o time, pois os campeonatos estavam suspensos em razão da pandemia. Preparou tão bem, que foram três vitórias, nos primeiros três jogos. Quitada a dívida de 6 pontos com a FIFA, ficamos com 3 positivos, isto já na atual administração.  Com os efeitos da era DD tudo se degringolou.

6. Jorge, rápido, tem de fazer eletro pra não morrer de alegria. É muita felicidade junta: o Atlético bi do Brasileiro e da Copa do Brasil, o Cruzeiro lutando pra não afogar no lamaçal. Qualquer um dos dois fatos, isolado, já seria o paraíso completo.  Os dois juntos excedem os níveis humanos de prazer… 

Com a criatividade ainda mais aguçada, Jorge deita, rola, pisoteia e samba em cima de nossa desdita. Dois anos de revide dos 50 de bullying. É justo!

Se distrai, porém, e enfia a mão na cumbuca, onde pode ter cascavel.  Sem necessidade, cai no campo minado do VAR e dos pênaltis em favor do Atlético… aquela vergonha desnecessária… vira criança sozinha atravessando a avenida Paulista. 

Aceite conselho de um admirador:  não procure chifre na cabeça de cavalo. Corre o risco de achar.

7. Augusto, na mesma esteira das dezenas de “penaltizinhos mandrake”, fez pesquisa e conseguiu encontrar dois que foram “arranjados, ” prejudicando o Atlético: 1981, no Serra Dourada, pela Libertadores; E em 2007, Maracanã, Copa do Brasil…

8. Atleticano e Galo Forte, dentre outros, acusaram o golpe do cruzado de direita no queixo!  A intrigante expressão “Cavalo Anabolizado, ” de autoria do Leonardo, “confiscada” pelo blogueiro, aloja-se como espinho atravessado em gargantas famosas deste QUINTAL.  O tamanho e a virulência da reação denunciam o estrago interno, quase sempre com um denominador comum: “e vocês, também não fazem? ”

O tema é sensível porque sujeito a limites subjetivos contaminados de paixão. Há porém uma fonte permanente do Direito que sempre nos ajuda a encontrar clareira em meio a emaranhado escuro: o bom senso. Esse sentimento indefinível, abstrato, condutor imperceptível de raciocínios, implanta sutilmente no nosso consciente a impressão de que “isto é aceitável” ou “isto não é aceitável”.

9. Teobaldo, assumindo o protagonismo neste minifúndio, ratifica sua inscrição a vice guru da racionalidade:

“Dalai, eu não confessei nada, mas não posso negligenciar o que os meus olhos viram. O fato é que o Atlético aprendeu a jogar o jogo dos torneios patrocinados pela CBF. Não adianta reclamar da arbitragem depois do “trabalho” dos árbitros e da “Comissão” que os orienta. Tem que atuar ante$”.

Meu caro Teobaldo, pra chegar ao seu nível de isenção e aperfeiçoamento, tem gente aqui no QUINTAL precisando nascer de novo umas três vezes. Exceção para Jorge e Galo Doido, que são cinco vezes.

10. Cruzeiro Sim chuta o pau da barraca! Talvez até com razão. Mas e daí? A vida não para ante nosso desespero. Ela continua. A estrada percorrida é longa e maior ainda no trecho à frente.  Temos que apoiar a solução possível. O Cruzeiro, sempre, tem de ser maior que a nossa frustração.

11. Rei Melo renova o pente de sua metralhadora giratória e, sem razão, alega estar sendo censurado. Meu caro Rei Melo veja o nível de alguns (raros, felizmente) comentários neste Bate Papo e me diga se realmente você acredita que há censura aqui.

12. Forte e Vingador faz longa e minuciosa pesquisa sobre torcidas de Cruzeiro e Atlético. Os dados estão em exame no nosso Departamento de Algoritmos. Laudo nos próximos dias.

13. Rômulo quer dar cheque mate no blogueiro: se o Atlético é o time que mais ataca, é obvio que a bola permanece mais tempo na grande área adversária. Mais do que lógico, assim, ter mais pênaltis marcados a seu favor.

Rômulo, desculpe-me, o raciocínio é brilhante, sem dúvida, mas não alcança o ponto crucial da crítica. Não se trata de número de pênaltis marcados. A grande e decisiva questão, já lembrada aqui, é que há pênaltis e pênaltis. Há aqueles que no dia seguinte são esquecidos; e há aqueles que uma geração não esquece.

14. Alex Cardoso, confessando-se leitor assíduo da coluna, pergunta porque a “desastrada administração de Gilvan de Pinho Tavares” nunca é apontada aqui como corresponsável pelo que aconteceu com o Cruzeiro.

Meu caro Alex, a administração Wagner/Hermínio/Itair foi um assalto impiedoso ao Cruzeiro, com contratos absurdos, elevações astronômicas de salários sem qualquer justificativa, pagamentos de altíssimas comissões a intermediários e/ou agentes “fantasmas”, contratação de parentes e outras aberrações.

Gilvan, que dirigiu o Cruzeiro por dois mandatos sucessivos, cometeu certamente erros de gestão. Nenhum, porém, de improbidade.  Seus vários irmãos e filhos, assíduos frequentadores do Mineirão, nunca se beneficiaram sequer com um ingresso de cortesia. Nem de emprego fictício, com salário real e astronômico, sugando tetas exauridas.

Os sábios dizem: quer conhecer uma pessoa? Desmanche um saco de sal com ela!

Todo dia, almoço, janta, aquela resenha, você tira do saco uma pitadinha e coloca na comida dos dois. Anos, anos e anos. Quando o saco esvaziar, terá certeza que conhece o amigo.

Conheço Gilvan há mais de 50 anos, quando fomos colegas na Procuradoria Geral do Estado. Muitas qualidades. Muitos defeitos, nenhum de caráter.

15. José Antônio faz rápido resumo do futebol no findante ano de 2021, o suficiente para glorificar os títulos conquistados pelo Atlético e desnudar nossa desdita: o Tombense subindo à Série B, como vice-campeão da C, assume o posto de terceira força em Minas e joga o Cruzeiro para o quarto lugar.

Bate firme, José Antônio, que o direito ao revide é sagrado. Esse “quarto lugar” me lembrou os anos e anos a fio em que comentei em outros órgãos de imprensa resultados de pesquisa de torcida nas regiões mineiras:

1º.  Cruzeiro

2º.  Flamengo

3º.  Corinthians

4º.  Atlético.

Já há alguns anos o Atlético assumiu o terceiro lugar.  E lidera, hoje, em algumas regiões da Grande BH.

16. Dorival Cunha tem a receita para o Cruzeiro voltar a ser o Maior de Minas: primeiro, aparecer um bilionário pra investir no Clube; depois basta pedirmos uma “ajuda” ao VAR,

“pra ficar do nosso lado e talvez marcar uns pênaltis a nosso favor. Seremos campeões novamente. Conhece essa estorinha? ”

Conhecemos, sim, essa estorinha, Dorival.

17. Marcilio Vaz censura o blogueiro por ter citado Renato Mauricio Prado. Ele apontou o favorecimento do Atlético, pela arbitragem e VAR.

Meu caro Marcilio, nada mais eloquente do que um fato. Não se pode brigar com ele.  Aqui mesmo, neste QUINTAL, você tem companheiros ilustres que concordam que houve esse favorecimento, embora o time não precisasse disto. Veja outros fatos: O Flamengo, campeão brasileiro de 2019 teve a seu favor 8 pênaltis. O Atlético, campeão em 2021, teve 11.

18. Pedro perde a paciência:

 “Eu fico estarrecido com a incapacidade de entender números do blogueirinho celeste.  22 pênaltis no campeonato para o Atlético? (…) não atoa, como conselheiro do Cruzeiro aprovou as contas da gestão Wagner/Itair, que hoje acusa de ter sido um tsunami. Talvez se entendesse de números, as coisas estariam melhores para o lado azul de BH. Pior para os cruzeirenses. ”

Meu caro Pedro, número exato de pênaltis a favor do Atlético é o que menos importa. Você sabe:  há pênaltis e pênaltis… Uns nem são lembrados após o fim da partida.  Outros jamais são esquecidos, como aquele “penaltizinho mandrake”, no Mineirão, que abriu a porteira do Athletico do Paraná. Quem diz é Teobaldo, um dos líderes da barraca atleticana neste QUINTAL. Confira agora, no bloco 9, ali em cima.

19. Tostão – lição de vida. Sob o título “Cada um faz sua história” e comentando a notícia de que Aguero parou de jogar aos 33 anos por decisão médica, Tostão escreveu ontem na Folha: 

“Parei de jogar mais cedo que Aguero, com 26 anos, por decisão médica, por causa de um descolamento de retina no olho esquerdo. No dia seguinte ao anúncio de que não jogaria mais, fiz minha inscrição em um cursinho de preparação para o vestibular de medicina. As provas foram no Mineirão, estádio onde atuei por muito tempo. Após mais 20 anos, período em que fui estudante, médico e professor de medicina, voltei ao futebol, como comentarista e colunista. Valeu a pena. Continuo sonhando. A vida é sonho. O restante são complementos. ”