UM PASSO A MAIS

A vitória de dois a zero sobre o Grêmio tem muitos significados.

Foi o último jogo do Cruzeiro antes dos reforços já contratados e a turma de casa está elevando em muito o sarrafo. O goleiro Anderson, que poderá ceder o posto a Cassio, foi eleito por muitos cronistas como o melhor em campo, por ter defendido uma bola “impossível” aos 7 minutos de jogo. Se o Grêmio marca ali, ficaria tudo mais difícil.

O resultado também representa o reencontro do Cruzeiro-visitante com a vitória, o que já demorava. Chegamos ao 6º. lugar, com 26 pontos na décima rodada e um jogo a menos. Ano passado, no turno inteiro, conseguimos 24 pontos. A melhora do conjunto é evidente pela produção mostrada em campo. O time não sabia chutar a meia distância e, ontem, Arthur Gomes marcou um golaço de fora da área.

Estamos no caminho certo. Para sábado, no Independência, contra o Bragantino, prudência, pés no chão e sabedoria ao mexer no time.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Manoel Panhame – finalmente – interrompe suas férias sabáticas. Antes, fez ouvidos moucos até aos apelos diretos de “Procura-se”. Imaginava-se estivesse em alguma paradisíaca ilha do sul do Pacífico exercitando-se como atleta de alcova, uma de suas conhecidas especialidades.

O efeito “acorda Panhame” veio de onde menos se esperava: uma coluna antológica de Fred Melo Paiva fazendo atleticano cair na real. Pelo cronista a Arena poderia chamar-se Malogro Retrocesso e Vacilo.

Há quem discorde, como Panhame, alegando que Fred Melo Paiva apenas reverbera a raiva de Kalil contra os atuais gestores do Clube. J. Silvestre aplaude Panhame. Mas as falhas arquitetônicas da Arena são gritantes (embora não ouvidas lá dentro). Há extremistas atleticanos que defendem até a demolição, pra se erguer um novo estádio. Não se tampa sol com peneira.

2. Chico Maia, um dos mais prestigiados porta-vozes do Atlético destaca em seu site declarações do ator Daniel de Oliveira sobre a Arena MRV. Fala Chico:

“Assim como quase todo torcedor que já esteve na Arena, Daniel está absolutamente incomodado com a acústica de lá, e o prometido “caldeirão” que até agora não se concretizou. Não mete medo em nenhum adversário, como o Independência dos tempos do “caiu no Horto tá morto”, nem do Mineirão, onde o Atlético foi, simplesmente, campeão da Libertadores.”

Daniel  resume: “Infelizmente, nosso ESTÁDIO é um ÓTIMO ESTÚDIO”.

3. Augusto Andrade corrige o título da coluna de Fred. Não é a torcida MAIS DOIDA. E, sim, a MAIS DOÍDA.

4. Augusto, sem dúvida, o ser vivente mais perigoso da Barraca Atleticana neste QUINTAL. Síntese de cascavel, camaleão, Rasputin, Goebbels e Maquiavel ele dissemina veneno em seus textos, com extrema habilidade. Disfarçando a cicuta.

Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler, notabilizou-se com a frase que orientou o nazismo: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.”

Augusto não tem feito outra coisa. Quando a situação tá pesada demais (como os títulos do Cruzeiro e o sucesso em outras modalidades esportivas contrapondo-se ao fracasso geral atleticano) ele parte pra política de desidratação e inventa campeonatos de bolinha de gude, finca, resta-um, cuspe à distância, etc.

No meio dos textos, bem redigidos, numa frase aparentemente inocente, destila o veneno.

Exemplo:

“… Quem viu o jogo (Botafogo x Atlético) jura que só não aconteceu uma goleada de 6 a 1 ou 9 a 2, porque o Fogão tirou o pé…”

Na primeira leitura, desarmada, você passa sobre mina enterrada e nem percebe o perigo. Mas releia, com calma. Lá estão as goleadas de 6 a 1 e 9 a 2 colocadas no mesmo plano, no mesmo nível, como se fossem coisas iguais… Aí está a maldita conium maculatum. Essas goleadas são completamente diferentes uma da outra. 9 a 2 aconteceu há séculos, no campeonato mineiro de 1927, quando Cruzeiro e Atlético se uniram pra derrubar o América, então decacampeão. Jogo de compadres, sendo importante o saldo de gols para o campeão, Atlético. Tudo como previsto, com direito a telegrama de felicitações do presidente do Cruzeiro ao seu colega atleticano.

6 a 1 foi jogo da vida do Cruzeiro, pelo campeonato brasileiro de 2011, em Sete Lagoas (Mineirão em reforma). Se perdesse ou empatasse estaria na Série B. O presidente do Atlético, Alexandre Kalil, no pós jogo, disse que era o dia mais triste da vida dele.

Augusto, maquiavelicamente, olhar de paisagem, tenta igualar os jogos, pela frequente citação de ambos num único contexto. Já repetiu 26 vezes. Faltam 974.

5. Fundamentalista Cruzeirense dá duas sugestões para as próximas colunas:

1. “O garoto Estevão, uma joia que a péssima gestão de SerGel deixou escapar. Porque a imprensa não fala nada? Aliás, por onde anda o senhor Sérgio Rodrigues, que em tempos de eleição estava sempre nas manchetes? Provavelmente não vai se candidatar a deputado. Esse não se elege nem mesmo como síndico do prédio.

2. Ainda sobre as joias que deixamos, a INGRATIDÃO do goleiro Rafael sempre me incomoda. O jogador hoje na seleção brasileira saiu de graça e foi ainda para o rival. Ainda bem que temos o Cássio!”

Vamos por partes, como diria Jack:

O garoto Estevão chegou com sete anos ao Cruzeiro, conhecido como “Messinho” e ficou até os 14. Chamava atenção por uma característica: mesma habilidade com os dois pés, o que desorienta seus marcadores. Ainda vai dar filme, basicamente por duas razões: a genialidade do menino e a negligência patológica com que foi “resguardado” dos perigos da floresta. Parece história da Carochinha. Tenho ilustrado aqui, neste QUINTAL, o absurdo acontecido, materializando-o em cena ridícula: uma piedosa irmã carmelita, acendendo velas, mantendo a guarda enquanto aves de rapina, coordenadas por um crupiê de cassino, levam tranquilamente o garoto para o Palmeiras. Como se tirassem picolé de criança. Vexame dos vexames.

Hoje, com 17 anos, fisicamente desenvolvido, já vendido por R$358 milhões ao Chelsea, Estevão, a meu ver, deveria ter sido a grande tacada de Dorival Junior na seleção brasileira, acabando com aquela mesmice improdutiva e irritante na Copa América.

Terça-feira vimos a seleção da Espanha classificar-se para a final da Eurocopa vencendo a França por 2 x 1. O primeiro gol espanhol foi de um menino-gênio da bola, Lamine Yamal (completa 17 anos neste sábado) do Barcelona que acaba de recusar, por ele, proposta do PSG de um bilhão e meio de reais.

2. O caso Rafael – Altere, por favor, o seu veredito. Ele é outra vítima daquele Cruzeiro esfacelado, assaltado, sem comando. Durante anos guardou digna reserva do goleiro Fábio. Nunca reclamou nem com insinuações explícitas ou veladas. Excelente pessoa, bom caráter. Aí, em plena bagunça interna, um dos “gênios” componentes do aloprado bando dirigente cisma de não renovar o contrato de Fabio, divulgando internamente a sua saída do Cruzeiro ao mesmo tempo em que comunicava a Rafael a assunção da titularidade. Uma “bomba”. Quando já havia assimilado as novas perspectivas abertas e prometidas pelo Clube, tiram-lhe o tapete sem qualquer consideração. “Resolvemos renovar com o Fabio”. Molecagem.

6. Massageando o ego – Nos últimos 4 anos o Departamento de Matemática da UFMG era o Inferno do cruzeirense. Os cálculos de probabilidades de rebaixamento iam pra cama conosco, espantando sono. Única esperança: certeza de que, sim, a roda gira.

E gira mesmo. Quarta feira o Departamento lançou sua mais recente pesquisa.

Chances de título no Brasileiro:

Cruzeiro: 5,4%

Atlético: 0,52%

Chances de rebaixamento:

Cruzeiro: 1,6%

Atlético: 12,5%.

7. André Rizek – Circula na Internet um vídeo do apresentador de programas esportivos da Globo comentando posturas de jogadores brasileiros antes e depois da eliminação diante do Uruguai. É de envergonhar. Com este comando da CBF e esta seleção, infelizmente, seremos eliminados, pela primeira vez, da disputa de um Mundial.

GARIMPO

“A mãe perfeita nunca eleva a sua voz, mantém a sua paciência inabalável, nunca erra e, principalmente, não tem filhos”.

(Dr. Marcone Oliveira)