BOM TESTE… MAS E O TIME TITULAR?

Tombense 0 x 3 Cruzeiro. Dos 16 jogadores utilizados na partida, 8 atuaram na Copa São Paulo. Dois deles, a meu ver, foram os melhores em campo: o goleiro Denivys e o volante Daniel Junior. A renovação é uma excelente e necessária política mas precisamos com urgência de um time titular porque a disputa pela Copa do Brasil está aí, na porta. Somos os únicos hexacampeões e temos um passado a zelar nessa competição. O conjunto de uma equipe surge nos jogos. Agora, com o Uberlândia e o Vila Nova teremos duas oportunidades para testar e confirmar um time. 11 jogadores titulares que formarão a base do Cruzeiro, ainda que com duas ou três posições sujeitas a outras experiências. Mas o núcleo estará se consolidando rodada a rodada.

A torcida oferece animador respaldo à campanha de reconstrução como mostram os números crescentes de novos sócios torcedores. É a Nação Azul respondendo presente.

Agora Pezzolano, por dois ou três jogos seguidos, tem de nos apresentar um time “basicamente titular”. Acabou a pré-temporada.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Chororô – há quanto tempo não víamos coisas assim: Cruzeiro ganhando, vitórias no último minuto da prorrogação, em dois jogos seguidos. Antes, esses gols eram contra. 

Temendo a virada da sorte, atleticanos zoaram forte – se o Cruzeiro não marcasse, o jogo continuaria a noite inteira…

Felizmente, o maqueiro que atuou na partida contra o Democrata confessou nunca ter trabalhado tanto. De cinco em cinco minutos, tinha de levar um jogador pra fora das 4 linhas.  E o juiz deu apenas 8 minutos de prorrogação.

Vamos torcer pra que o time continue apresentando progresso, ainda que lentamente e, às vezes, esperdiçando um tempo inteiro. É o difícil renascer.  Nota 10 quem continua merecendo é a torcida.  Quarta-feira, debaixo de um toró, 12 mil heróis azuis davam força a esse time em formação. Um espetáculo emocionante.

2. Janete de Azevedo está pedindo pra sair. Não concordamos. O art. 53 do EQ – Estatuto do Quintal – exige aviso prévio de 30 dias. Com apresentação de atestado de vida às segundas e quintas feiras.

3. Bernardo dá outra sugestão de filme para aquele comunicador aloprado que defendeu a legalização do Partido Nazista: O Menino do Pijama Listrado. Excelente indicação. Um dos mais impactantes que já assisti sobre o genocídio liderado por Hitler. É uma visita à cozinha de um campo de concentração.

3. Jorge, como um arguto drone, atento, observador, faz sobrevoo sobre os temas em discussão no Cruzeiro (Rodriguinho, transparências, Ninão, “bala de prata”, Ronaldo, arbitragens…) questões sobre as quais venho reiteradamente marcando posição. Menos uma, e ele procura deixar o blogueiro de saia justa:

“PS. Fiquei esperando o Dalai declarar seu voto no Conselho sobre a expulsão do Wagnão da Massa, mas ele, nesse assunto, “entrou mudo e saiu calado. ” Afinal, Dalai, como você votou na expulsão do Wagnão da Massa? ”

Não compareci à Assembleia. Voluntariamente, nunca participei de ataque a boi de piranha.

4. Teobaldo, inspiradíssimo, comenta o gol do Cruzeiro no último minuto:

“Respeitosamente, discordo da expressão “com gol no apagar das luzes”, afinal de contas, quando o gol saiu já estava amanhecendo. De fato, foi um gol no “acender das luzes”. 

Como piada, muito boa, sem dúvida, mas aborda um fenômeno que, na realidade, era exclusivo do Atlético no campeonato mineiro desde sempre. Se estava perdendo ou empatando, e com chances de marcar, o jogo ia sendo prorrogado escandalosamente. Isto é muito Atlético. Nos dois jogos do Cruzeiro o consenso geral é que o tempo prorrogado deveria ser o dobro, pela absurda cera promovida.

5. Bruno Araújo de Carvalho faz comentário que tem de ser lido por Pezzolano:  mesmo com o time ainda em formação, temos de encontrar opções para furar a natural retranca armada por equipes do interior. Não podemos continuar dependendo do acaso, após esperdiçar um tempo inteiro sem finalização objetiva. E arremata com toda razão:

“…estamos vindo de campanhas pífias em jogos em casa e temos que nos impor neste quesito (ataque) senão o time não sobe. ”

Ano passado, mesmo, perdemos as duas para o Tombense.

6. Rei Melo, após o esculacho habitual no blogueiro, traz notícia boa:

“… vou renovar meu sócio torcedor. ”

Parabéns, Rei Melo, esta é a atitude prática do verdadeiro cruzeirense: colaborar. E tem sido mais que animadora a adesão dos torcedores. A esta altura do campeonato, são inócuas discussões se Ronaldo deveria ou não assumir a SAF. Não há volta vantajosa para o Clube.  A imagem que sempre recordo para ilustrar nossa situação é a do Boeing, a 10 mil metros de altura e a 700 km por hora. Estamos lá, com o cinto de segurança apertado.  Se não gostamos do piloto vamos torcer para o avião cair?

7. Luiz Gonzaga de Barros apoia a campanha para nos fixarmos – o máximo possível – num time base. Só assim ficarão definidas – sem dúvidas nem acasos – as deficiências do conjunto. Temos de começar a saber de cor um time, mesmo que duas ou três peças ainda estejam na fase de testes. Logo vão começar outros torneios. Estaremos prontos?

8. Antônio concorda com Luiz Gonzaga e disseca Wagninho:

“… se escondeu do jogo, sem coragem ou perna pra tentar o drible, só tocava de lado, abandonou a ponta, fez papel inútil como meia-esquerda. Decepcionou. ”

Antônio, depois do vexame que protagonizou no jogo contra o América Wagninho pediu desculpas à torcida, mas até agora parece que não se reencontrou. Merece uma nova chance.

9. Lucio Carlos aborda a “sorte” do Cruzeiro com aquele gol no último minuto:

 “… lançamento do Brock, cabeceio do Edu, a bola bater na trave, nas costas do goleiro e entrar… isto antes não aconteceria. ”

Como sabemos, “sorte” é a coincidência de oportunidade com competência. Após a partida, surpreendi-me com as declarações de Edu (Estado de Minas, dia 10):

“Antes da bola chegar ao Brock, havia pedido a ele que cruzasse direto, sem tabelar com o Bidu. É uma jogada que treinamos. Maicon fez bloqueio fantástico no zagueiro e eu pude cabecear para o gol. Em casa, o professor Pezzolano deve ter quase enfartado. ”

Incrédulo, li esse texto umas três vezes. Isto é treinamento!  Daí surgiu a nossa “sorte”.  Aleluia! Habemus técnico!

10. Sem Paciência, não encontrando muita motivação em casa, fica espiando a nossa à cata de eventuais vacilos. Acha que encontrou um, que teria ocorrido após o jogo de 1927, declarações de Ninão.  Parecendo-lhe pouco, parte pra alterar uma conhecida joia do anedotário esportivo pela qual “compramos” um juiz em jogo amistoso inexistente. Hábil e maldosamente,

Sem Paciência procura introduzir fato novo: teria havido confusão quanto ao “lugar do roubo”. Com isto espera anular o argumento indesmontável:  no jogo, Enio Andrade era o técnico. Vitor, o goleiro. Sendo que ambos nunca atuaram juntos no Cruzeiro.  Ademais, com qual propósito se “compra” juiz em jogo amistoso?

Meu caro Sem Paciência, calma! O Atlético vai melhorar. Esta crise é passageira. Deixe em paz a memória do grande Ninão porque passados quase cem anos, é impossível aferirmos o exato sentido de suas declarações e vivenciarmos o contexto em que surgiram.

Quanto à “compra” de jogo amistoso, este tema não te merece.

11. Lucio Carlos, realista

 “Precisamos saber se temos um time titular porque esperar a Série B para contratar reforço não é uma boa, pois quando o jogador entrosar, mais da metade o campeonato terá ido embora. ”

Lucio, você tem razão. Ronaldo acaba de elogiar o trabalho de Pezzolano, observando que ele ainda está conhecendo melhor os jogadores. Tá certo, mas que tal dar uma apressadazinha?

12. Manuel Panhame, nosso historiador, quem diria, já contratando buffet e alugando salões pra festa do tricampeonato do Mineiro… Isto costuma dar um azar…

Mas traz excelente colaboração para o GARIMPO:  O clássico Cinema Paradiso, marco dos cineastas italianos e “Le Prènom”. Este eu não conhecia, mas quero ver rápido, principalmente ao encontrar este comentário sobre o filme: 

“Um verdadeiro representante da sétima arte –filme que nos dá prazer por estar sendo visto, respeita nossa inteligência e nos mostra o quanto somos hipócritas, egoístas, infelizes, mas isto com a maior classe e muito humor. ”

13. Mecão das Gerais retorna ao jogo do América 2 x Cruzeiro 0 para reiterar que a arbitragem prejudicou também o seu time ao não punir com expulsão a falta sofrida pelo atacante Felipe Azevedo. É possível, Mecão, mas concorde comigo:  depois daqueles erros monstros do Juiz, do bandeira e 4º árbitro, nos primeiros 15 minutos, prejudicando o Cruzeiro, os restantes 75 minutos ficaram irremediavelmente comprometidos.

14. Atleticano vai direto ao ponto:

 “Dalai, qual sua pretensão ao dizer que seu time não está jogando com o time titular? Por acaso os jogadores que estavam no banco são melhores assim do que os que começaram? ”

Não são melhores, nem piores. Muito a propósito, Ronaldo acaba de observar que Pezzolano está ainda conhecendo os jogadores.  Pode ser que esteja demorando além das expectativas, mas – em verdade – há muitas caras novas e algumas ainda nem chegaram. No jogo contra o Tombense, Fernando Canesin, por exemplo, estreou nos 15 minutos finais e teve bom desempenho. Óbvio que estamos longe da qualidade técnica e o entrosamento mínimo necessário.  Mas há progressos, o que não víamos nos últimos dois anos. Um rabisco de time titular seria o que atuou no segundo tempo nos últimos dois jogos em BH, com 2 ou 3 “novatos. ” 

Atleticano aborda ainda dois temas hoje recorrentes: a atuação de Ronaldo, quanto a transparência, e a arbitragem.  Em ambos, a meu ver, ele troca convicção íntima por lenha gratuita na fogueira. Claro que ele sabe: a confidencialidade é requisito da maioria dos grandes negócios, crescendo de importância se envolve – como no caso do Cruzeiro – a transferência de ponderável passivo. Quem assume a dívida pretende estabelecer com os credores negociações mais vantajosas possíveis. A revelação de alguns dados reforça a parte contrária.

Quanto a arbitragem, Atleticano também sabe que a recomendação da FIFA hoje é de repor integralmente o tempo de jogo perdido com simulações de contusão. No jogo contra o Democrata, talvez 15 minutos fossem pouco.

15. Filipe Braga é mais um que acende sinal de alerta quanto ao emocional de nosso time. Já temos tantas deficiências técnicas, estamos demorando a encontrar um esboço de conjunto e, neste quadro de tamanhas dificuldades, pioramos tudo com o descontrole nervoso de alguns atletas. Absurdo essas expulsões seguidas, enquanto times que serão nossos concorrentes passam rodadas sem, sequer, um cartão amarelo.  Isto se chama controle emocional e não se compra em drogaria. Vem com assistência psicológica, acompanhamento e punição no bolso, se a loucura persistir. Aprende-se pelo amor ou pela dor.

Filipe, com razão, defende a volta dos vetos a árbitros que pisaram na bola conosco. Cita vários exemplos de “mão grande”.  E lembra que nos tornando vigilantes nesse aspecto as chances de título se triplicam. Em outras palavras: atrapalhamos o esquema FMF/Atlético.

16. Augusto discorda e cita dois ou três casos em que o Atlético foi prejudicado pela arbitragem. Existem sim esses raríssimos casos, Augusto. Devem dar uns 3%.

17. “Google” surgiu de repente no BATE PAPO anterior com duas mensagens em inglês. É golpe.

Como tudo na vida tem um lado bom (exceção pra CD de sertanejo universitário) a investida criminosa confirma a surpreendente aceitação deste ecumênico QUINTAL hoje perto de inimagináveis 90 mil leitores. Graças ao brilho exponencial de comentaristas que, se quiserem, vão pra Academia Brasileira de Letras. Um mercado crescente que atrai o bem e o mal. Antecipadamente, concordo com o gabinete particular do ódio: é muita batata para o caminhãozinho do blogueiro!

 GARIMPO

“Levamos um minuto pra avaliar a vida dos outros e uma vida inteira sem entender a nossa”.  (Anônimo).