CUCA LEGAL!

Pode ser que amanhã se confirme: a saída de Cuca foi realmente motivada por questões familiares, como ele justifica.

Minha leitura é outra. Após passagem excepcional, está deixando o Atlético, por sabedoria. As trombadas da vida, a trajetória pontificada de sucessos e fracassos, igual a de nós todos, com a diferença de que, no caso dele, sempre sob os holofotes da mídia… tudo isto são lições pra quem quer aprender.

Cuca aprendeu. Ensina a milenar sabedoria chinesa: nunca devemos voltar ao lugar em que fomos muito felizes. Encerrado o ciclo quase perfeito de 2021, valeria a pena recomeçar do zero em 2022?  Encarar de novo a imensa fogueira das vaidades administrando, durante mais um ano, 20 craques para 11 posições:  4 Reis, fora do baralho, mas dando as cartas; os riscos da concorrência mais alertada e a permanente tensão de ser a bola da vez. Valeria a pena ver de novo?

Entrevistado pelo repórter Pedro Rocha, da Globo, logo após o bicampeonato brasileiro, falando sobre a renovação ou não do contrato, Cuca foi perguntado se conhecia o proverbio chinês. Respondeu que não, mas deu mostras de que, mesmo sem pressentir, estava absorvendo aquela lição na alma.

Na contramão da filosofia oriental, Felipão – após ser campeão do mundo – voltou e “pagou” o maior vexame da seleção brasileira em todos os tempos. Da primeira vez, deixou o lugar pela porta da frente, sob aplausos. Voltou. Saiu pelos fundos, sob vaias que ecoam pela eternidade.

Cuca sabe de tudo isto e muito mais.

Sobre a lição chinesa, escreveu Darcy Brito:

“O tempo é assim, não olha pra trás, segue em frente, e é aí que está a importância de sabermos que na memória ficam apenas as lembranças de um clima vivido numa época. Digo clima porque o monumento histórico e físico pode permanecer mas o clima é outro, e só o emocional é preservado na lembrança de quem a viveu. Acredito que relembrar é bom para meditação, para nos fazer pensar no próximo passo e melhorar sempre. A felicidade reside em grande parte nas boas lembranças e no desapego a tudo que possa nos impedir de seguir adiante em busca dela. ”

Tudo mais ou menos como ensinam os sábios:

               “A felicidade não é um ponto de chegada e, sim, uma forma de caminhar. ”

Cuca quer seguir no caminho.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Novos tempos – Já enfocamos o tema neste QUINTAL: vamos nos preparar para novidades surpreendentes e às vezes inacreditáveis na administração do Cruzeiro. Depois de Alexandre Mattos, chega a vez de Wanderley Luxemburgo, Ricardo Rocha e toda a comissão técnica serem dispensados. Da arquibancada, onde estamos, cabe torcer pra dar certo. Porque, afinal, piorar seria impossível.

O time se reapresentará dia 4 de janeiro, com a presença do R-9. Novidades de cair o queixo!

2. Pepe Legal traz informação relevante omitida quando o blogueiro apresentou o tema “2003 ou 2021? ”:

                “a comparação foi bem alardeada em outros canais de mídia, antes de chegar aqui no QUINTAL… esses outros sites de esportes sempre pendendo para escolher 2021. ”

Em seguida, Pepe Legal apoia a indicação do Cruzeiro de 2003, sintetizando os quatro maiores fatores para essa conclusão:

“1. Grau de competividade dos adversários;

2. Confronto direito com o rival regional;
3. Valor gasto para montagem dos times (convertido em dólar e corrigido);
4. Necessidade de pênaltis a favor para induzir desequilíbrios. ”

… é… parece que 2003 foi quando MG bateu no peito só com a força do próprio braço!… 2003 WINS! FOULES VICTORY! ”

Pepe, você literalmente chutou o pau da barraca atleticana neste condomínio. Agora temos de chamar os bombeiros pra fazer o rescaldo!

3. José Antônio, primeiro atingido pelo Míssil-Legal, retruca lembrando que o Atlético “eliminou times que disputam a primeira divisão…” expendendo em seguida bons argumentos favoráveis a seu Clube, mas comete um pecadilho: Pepe enumerou quatro fatores. Foi ensurdecedor o silencio de José Antônio quanto aos demais.
4. Marcilio Vaz apresenta o nosso “balanço” de fim de ano tão “imparcial” que, se tivesse o mínimo de fundamento, caberia ao cruzeirense pegar uma nave espacial e refugiar em Marte.

Calma, Marcilio. A roda gira. Note que está havendo movimentação tectônica de ambos os lados da lagoa…

5. Davi Rodrigues de Souza lembra que comparando 2003 com 2021, apesar de épocas diferentes, “nas enquetes feitas pelos jornais e sites o Atlético venceu todas…” E alfineta: o blogueiro “já mostrou que tem visão meio bitolada do futebol…”

Meu caro Davi, respire fundo, faça um minuto de meditação pra atenuar a paixão clubística e, com calma e reflexão, leia o comentário do Pepe Legal na coluna anterior.

6. Ercílio Ferreira, desprezando o perigo, cutuca marimbondo na caixa:

                 “Parabéns pelas suas crônicas. Elas incomodam muito uma certa torcida por aí. Vê-se que 90% dos comentários são eles rasgando a saia de raiva…”

Obrigado, Ercílio, mas a partir de agora redobre os cuidados. Você foi promovido a alvo.

7. Bruno da Silva também discorda do blogueiro quanto ao debate 2003/2021:

“Tá sem assunto e fica fazendo comparações pra movimentar o QUINTAL? ”

Bruno sua receita é a mesma prescrita ao Davi Rodrigues no item 5, linhas acima, acrescida de três goles de água.

8. Augusto é outro que não aceita a supremacia azul na comparação histórica. Mas enumera as façanhas atleticanas com tal entusiasmo que acaba cometendo pecado capital: inclui nelas, sem nem corar de constrangimento, “a maior goleada da história…”

Meu caro Augusto, se está se referindo a um jogo amistoso, realizado em 27.11.1927, em que o Atlético venceu por 9×2 e o Cruzeiro atuou praticamente com seus reservas, você está condenado à pena máxima: ler o QUINTAL por três meses.

9. Beth Makennel cruzeirense volta em grande estilo, sem medo de ser feliz:

               “Não tem a menor comparação! O Cruzeiro/2003 jogou um futebol arte maravilhoso e venceu honestamente nos gramados e não com a ajuda da pandemia, juízes, VAR e desinteresse de 2 times superiores. ”

10. Jorge, com a criatividade que Deus lhe deu (infelizmente), deita, rola e sapateia em cima de nossa desdita. De vez em quando, tropeça num grão de areia.. Foi assim ao descrever, sempre com hipérbole “anabolizada”, os adversários que o Atlético enfrentou. Curioso exemplo é o homônimo do Paraná. Decidindo a Copa do Brasil e levando goleada de 6×1, o Atlhetico tinha acabado de escapar da zona de rebaixamento, no Brasileiro. Time destroçado em campo.  Jorge, todavia, assim descreve a “batalha final”:

               “No caso do Atlético, a Copa do Brasil/2021 só teve dificuldade na final quando enfrentamos o time campeão da sul-americana e que abateu o tremengo por goleada no Maracanã. ”

Meu caríssimo Jorge. Agora que você, usando o furoato de mometasona, está respirando melhor diga com toda sinceridade: você escreveria de novo um texto assim?

11. Geraldo faz importantes questionamentos sobre a Nova Ordem no Cruzeiro. É a curiosidade de 9 milhões de corações azuis. Vamos aguardar.
12. Bernardo é outro inconformado com a conclusão da coluna sobre a disputa 2003/2021. Apresenta argumentos consistentes não, porém, capazes de abalar a estrutura lógica e imbatível erguida por Pepe Legal.
13. Cleiton Novais, em poucas linhas, pincela o nosso calvário:

“Imagino como foi pesado este ano para o Dalai… Cruzeiro naquela batalha duríssima para se manter na Série B, escapando do risco de queda apenas na penúltima rodada e ele tendo que ver o Galo voando baixo e papando três, dos quatro títulos possíveis…”

Cleiton, foi pesadíssimo! Até hoje, ruminando a situação antagônica dos dois Clubes, tenho sempre o dissabor de lembrar aquela sarcástica piada, já contada aqui. Enquete submetida aos americanos:  você prefere ganhar na loteria ou ver a casa do seu vizinho (melhor que a sua) pegando fogo? Lá nos Estados Unidos, venceu a casa do vizinho ardendo em chamas.  Aqui em Minas o atleticano viu nossa casa virar cinzas e ainda ganhou a megacena!

14. Rogério Perdigão não alivia:

                 “Estou aqui pensando se o Dalai decidiu contratar um ghostwriter! Desvario, paranoia, tudo nesse texto me fez associa-lo a Olavo de Carvalho, Allan dos Santos ou Ana Paula do Voley…”

Fernando Rocha, meu ghostwriter, chupa esta manga!

15. Bernard José de Assis – segue nesta mesma linha e lança bem articulado desafio ao meu plantonista substituto a quem acusa de

                “convenientemente não contextualizar dois momentos históricos”:

1. O Atlético disputou simultaneamente três competições de altíssimo nível em 2021, ganhando duas e sendo semifinalista na outra, enquanto o Cruzeiro, em 2003, disputou o Mineiro e a Copa do Brasil num quadrimestre e Brasileiro no outro.
2. O futebol de hoje é infinitamente mais difícil de ter super artilheiros como ocorria em 2003, devido a evolução tática das equipes na defesa. E ainda mais: o campeonato tinha impressionantes 24 equipes, que não mantiveram a devida regularidade, com nível técnico discutível, tanto que o time azul fez uma quantidade absurda de gols nas últimas partidas. ”

E aí, Fernando, mais manga!

16. Galo Doido New York não percebe que seu anjo da guarda, distraído, ficou no Central Park, e enfia os pés pelas mãos produzindo texto que seria prato cheio para psicanalistas estudiosos do fenômeno rotulado como “transferência”. Por ele, você, inconscientemente, atribui ao outro o que lhe atormenta. Como eu gostaria que Freud lesse o que Galo Doido escreve! Seria utilíssimo para uma comunidade de Nova York e, especialmente, para toda Grande Bom Despacho, onde ele nasceu. Mas vamos aos conflitos de subconsciente:
17. Faz incondicional apologia do VAR;
18. Ressuscita o “caso Benecy” sobre a fantástica “compra” de um árbitro, em jogo amistoso, fantasma, que nunca ocorreu;
19. Lança ao vento o que dizem “as más línguas”: que Ronaldo assinou o contrato de compra acionária do Cruzeiro “a lápis para o caso de ter sido iludido…”

E agora, “a cereja do bolo”, denunciando o nível absurdo dos tormentos cerebrais que vem enfrentando:

4. “Espero que o blogueiro devolva a superlicença do Nakajima e pare com as lambanças. ”

Nakajima… meu Deus… japonês maluco na Fórmula 1 que há mais de 150 anos fazia de cada corrida uma roleta russa!

Mostrei o texto a um psicanalista amigo e ele recomenda que você se afaste do teclado do computador ou do celular e volte imediatamente para Dores. O processo é progressivo e você pode piorar, ainda mais agora que Cuca abandonou o Atlético.

17. Bruno Araújo de Carvalho comenta a pá de cal enterrando um desvairado sonho atleticano de se tornar campeão brasileiro de l937 (?) quando venceu um torneio quadrangular restrito ao sudeste, do qual participou o Rio Branco, do Espírito Santo e o Madureira, do Rio:

               “CBF diz não a pedido do ALT_MG” (Camp. De 1937 não existe). Esperar o que de um time que acredita em taça de gelo… Um Feliz 2022 Nação Azul! ”

Bruno, eles estavam angustiados esperando um FAX. Mas agora, pra diminuir o inacreditável mico estão desmentindo o requerimento. Marcilio Vaz apoia a “desmentira” e deve achar que o protocolo do requerimento foi “armação”.

18. Gustavo Campos junta-se aos críticos do debate “2003/2021”:

                “Comparar grandes times de épocas tão diferentes, por si só, já é uma conduta de quem não tem no que se apoiar. ”

Gustavo, realmente as épocas são diferentes e está sendo mostrado nesta mesma edição, linhas acima, que o futebol hoje é bem mais difícil. Mas há outros parâmetros importantes que devem ser levados em conta, como mostra Pepe Legal.

19. João de Deus Filho foi visitar as obras do futuro estádio do Atlético, encantou-se como sempre e comemorou com amigos num bar próximo. Tomou uma geladinha e como estava em defasagem de sono pelas comemorações natalinas, encostou-se num canto e acabou dormindo. Teve um sonho, entrou com Alice no País das Maravilhas e escreveu seu comentário para o QUINTAL: dívidas do Atlético estão desaparecendo num passe de mágica; débito de um bilhão e meio está por um triz pra virar crédito! Com o Cruzeiro, estranhamente, acontece o inverso desde a chegada de Ronaldo. Para culminar: confirmado que há inesgotável poço de petróleo em região do bairro Califórnia, pertencente ao Atlético. E finalmente, os 4 Messias admitem que, na Páscoa, podem se reunir para examinar a fórmula mais rápida de incluir o Atlético como sócio majoritário de suas empresas.

Acorda, meu guru!

20. Romulo alia-se aos críticos da comparação 2003/2021 apresentando minucioso e enriquecido estudo das diferenças de uma e outra época. Como ele mesmo lembra, contra fatos não há argumentos. Mas há, porém, enfoques diferentes. Espero voltar ao tema com o mesmo detalhamento microscópico usado por você. Por enquanto, leia por favor o que escreveu o Pepe Legal.
21. Cruzeiro sim! coloca em xeque a competência de Ronaldo pra encarar essa barra. Suas preocupações são as de todos nós. Seus argumentos são fundamentados. Mas vou lhe dizer o que falei com a imprensa, quando deixei o salão de votação, na Assembleia que decidiu os 90%: se você está se afogando e lhe jogam uma corda, você vai discutir se ela deve ser de nylon ou de sisal? Infelizmente, não estamos na condição de exigir outra opção. É esta ou esta. Sou otimista porque Ronaldo não vai querer queimar seu filme. Ele uniu sua posição de empresário ao Cruzeiro. Não comprou o Cruzeiro e, sim, o direito de dirigi-lo, já que tem a quase totalidade das ações. Ninguém quer tanto acertar quanto ele. Vamos ter esperança. Vale a pena.