RECOMEÇO EM GRANDE ESTILO

É tudo que esperam 9 milhões de corações sofredores.

Chega de quase vencer!

Começa nesta noite, em Ponta Grossa, no Paraná, contra o Operário, a Era 2 de Felipão no Cruzeiro. Quem acompanha os preparativos jura que o clima mudou nestas últimas 48 horas. No olhar dos jogadores, nas expressões, nas conversas a esperança está deixando suas digitais. O ambiente mudou e foi para melhor.

Como se sabe, além da experiência de técnico campeão do mundo, Felipão é grande motivador e voltou a provar isto no ano passado, na arrancada do Palmeiras ao título, em situação que muitos apontavam como irreversível. Nos contatos cara a cara e em grupos, deve estar fluindo aquela necessária conversa de um vitorioso comandante com jogadores que têm consciência de que precisamos mudar.

Óbvio, não se pode esperar muito de quem teve tão pouco tempo. Mas certamente nesta noite veremos um novo Cruzeiro em campo pela postura e pela garra dos jogadores. Um animador recomeço, reacendendo o brilho dos olhos da Nação Azul.

BATE PAPO NO QUINTAL

1.Como o Marcelo alertou ontem, precisamos dar pelo menos cartão amarelo para os atleticanos que insistem em reescrever a História, alterando os fatos ao seu bel prazer.

Tirando os últimos dois anos, em que o Cruzeiro infelizmente foi “case” mundial de corrupção, tendo seus ex-dirigentes recentemente denunciados em ação penal, não se pode nem comparar as falcatruas e a proteção de órgãos públicos e da FMF ao Atlético.

A Federação, há muito um feudo familiar, em todas as ocasiões em que sua atitude beneficiaria um e prejudicaria outro, jamais deixou de atender aos interesses do Atlético.

2. Quanto ao patrimônio, os três clubes de Belo Horizonte receberam em doação pública os terrenos onde vieram a construir os seus estádios: Cruzeiro no Barro Preto, América em Santa Efigênia e Atlético em Lourdes. O América e o Atlético venderam os seus campos. Mas com uma diferença abissal. O Atlético vendeu duas vezes e recebeu duas vezes.

Primeiro, em comum acordo com o governo estadual, houve a desapropriação de seu estádio, com exagerada avaliação, recebida integralmente. No governo do atleticano Hélio Garcia, entrou com uma absurda ação de retrocessão (quando o poder expropriante não cumpre o objetivo da desapropriação, o expropriado pode pedir o imóvel de volta). Não era esse o caso. Mas cumprindo ordens do Governador, o Estado de Minas Gerais praticamente concordou com a ação e o Atlético retomou a área, revendendo em seguida, para o grupo que construiu o Shopping Diamond.

Falcatrua das grossas!

3. Quem assistiu Bahia e Atlético ontem à noite, ficou sem entender, no primeiro tempo, porque o time mineiro ainda não está disputando, como convidado especial, a Champions League. O narrador Gustavo Vilani e o comentarista Bob Faria não encontravam mais adjetivos para canonizar o Atlético. Melhor até em bater laterais. Em passes. Em desarmes no campo adversário. Em sufoco. Pode até cobrar IPTU. Em verdade, não falavam. Babavam.

O segundo tempo veio mostrar para os dois o óbvio ululante (não perceptível pela grande maioria dos pretensiosos): o jogo só termina quando acaba.