DE VOLTA AO FUTURO

Amanhã, no Mineirão, contra o Sport, o Cruzeiro retoma a caminhada que vai recoloca-lo na Série A. Novamente casa cheia, com a Nação Azul empurrando o time pra consolidar a liderança. O meio-campo recomposto é promessa de bom alinhamento entre defesa e ataque, o que faltou quinta-feira, no Maracanã, apesar do jogo atípico que foi aquele Fluminense x Cruzeiro, uma batalha campal  onde parece que fazíamos questão de manter a bola na nossa intermediária.

À exceção de Jajá, contundido, o Cruzeiro deverá contar amanhã com todos os demais titulares para enfrentar o bom time do Sport. Como vem acontecendo há algumas rodadas, estádio cheio, empurrando a bola para a meta adversária. É esta força imensurável que nos faltou nos dois anos de pandemia, sendo um dos principais fatores que justificam a prolongada permanência na B. Deveria haver uma espécie de lei moral-constitucional obrigando a qualquer pessoa que escreva sobre Cruzeiro tri-Série B acrescentar como Nota de Redação: “Após ser atingido por um arrasador tsunami interno, em 2019, caindo para a Série B, sobreveio, em 2020 e 21 a Pandemia Mundial do Covid 19, retardando a sua recuperação. Esta trágica coincidência jamais havia ocorrido com qualquer outro Clube. ” É a realidade, nua e crua. Certamente, qualquer time do mundo atingido por essa sucessão de catástrofes passaria pelo mesmo calvário que estamos amargando. Alguns talvez demorassem mais ainda a se levantarem. 

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Fluminense x Cruzeiro – O jogo pode ser enfocado por vários ângulos: erros clamorosos de arbitragem e do VAR (o que aconteceria se Rafael Cabral pegasse a bola com as mãos quase meio metro fora da área, como Fabio fez?) erros clamorosos de Canesim e Vitor Leque que poderiam nos dar um incrível empate ou até uma impensável vitória. Prefiro vê-lo como bom resultado para um time que, por circunstâncias, vive mais de transpiração que inspiração, mas ainda assim mantém-se na liderança da Série B. Fora os poucos contra ataques, o jogo foi o tempo todo um “linha contra defesa”, testando o sistema cardíaco da Nação Azul. Contam-se às dezenas, as vezes em que, recuperando a bola em nossa área, fizemos o passe para o adversário,  ainda na nossa intermediária. Era como se a gente estivesse gostando do sufoco. No final, um resultado que parece ter agradado mais ao Cruzeiro que ao Fluminense. E que pode, sim, ser revertido no Mineirão, dia 12 de julho.

2. Teobaldo alerta o blogueiro:

“… comparar a situação de construção da Arena MRV com a tal arena a ser construída em Betim não encontra parâmetros em qualquer análise minimamente lúcida. ”

E arrola, a seu ver, as grandes diferenças, a maior delas sobre o terreno: privado, no caso do Atlético, e público, no caso do Cruzeiro.

Meu caro Teobaldo, até agora, quem mais se preocupa com a possível futura Arena Azul são vocês, atleticanos. A intensidade com que as questões, reais ou imaginárias, são focadas na Barraca Atleticana nos leva até ao absurdo de pensar que vocês já estão temendo o retorno do Cruzeiro-Pleno, Histórico, Grandioso!

Você, tal como João de Deus, mantém os pés no chão e trata os dois temas com as cautelas devidas (“A Arena MRV, até onde se sabe, está sendo construída com recursos próprios…”)

Que dizer da “bomba” explodida esta semana, revelando que a Arena RMV não pertence ao Atlético e sim à empresa MRV Prime II Incorporações SPE Ltda., criada em fevereiro de 2016 para este fim?

Verdade? Fake?

Neste mundo enlouquecido pela intolerância em todos os seguimentos sociais, é a prudência que distingue os homens. Parabéns. Confiar, desconfiando. É o que também procuro fazer.

3. Rodrigo Lott estreia no QUINTAL elevando o sarrafo e  com direito à janelinha. Destrincha filosoficamente dois sentimentos confusos do nosso cotidiano – inveja e vaidade. À vulgaridade do conceito exposto pelo blogueiro (são como colesterol, têm a boa e a ruim) propõe  escorreita visão teológica. Alguém aí quer encarar?

4. Toinho levanta e mão e encara: Rodrigo, nos exemplos citados, estaria confundindo zelo e higiene com vaidade. Esquecendo-se, também, que o homem recebeu de Deus o livre arbítrio, a fim de fazer suas escolhas.

5. Marcilio entra na roda, em coro com Toinho:

 “… eu faço isso para manter a saúde, como tomar banho entre outras ações, isso é saudável e não vaidoso.  Com relação à religião e Deus, não esqueça do Diabo, ele está aí é pra te corromper com inveja, vaidade entre tantas outras coisas. ”

6. Marcilio&Teobaldo, afinados como sempre, se juntam mais uma vez na tarefa obstinada de desidratar o “Var do Bem”. Como se sabe, desde que a varredura nas arbitragens e do VAR acabou com o “vergonhoso esquema Hulk de pênaltis estratégicos”, os atleticanos pegos numa espécie de “flagrante de Mão Grande” ficaram como cachorro que cai do caminhão de mudança. Desorientados. Sem rumo.  Como a expressão mais doída é “Var do Bem” , armam um maquiavélico esquema pra tentar desmoraliza-la  chegando a absurdos como “Corrupção do Bem” e “Bullying do Bem” (?).

Meus caros Marcilio e Teobaldo: pela brilhante ficha de vocês neste QUINTAL, se quiserem nós pedimos a retirada das notas taquigráficas de seus comentários de hoje.

E o jogo contra o Fluminense mostrou diversificação do VAR. Numa mesma partida, ele pode ser do Bem ou do Mal. Foi atento, quando recomendou a expulsão do nosso lateral direito Geovane, aos 38 minutos do primeiro tempo. E foi suspeitíssimo ao silenciar quando Fabio pegou bola com as mãos muito fora da área. Vergonha!  

7. Manoel pisa na bola outra vez! Marcando de cabeça o primeiro gol do Fluminense contra o Cruzeiro, o zagueiro Manoel comemorou de forma ostensiva, provocativa, como se não tivesse envergado em passado recente, a gloriosa camisa estrelada. Ficou feio. Manoel conseguiu piorar a imagem com que deixou o Cruzeiro, fugindo na véspera de um clássico do Mineiro contra o Atlético. Era abissal a diferença de momentos vividos pelos dois clubes, prenunciando goleada alvinegra. No sábado, Manoel saiu pela porta dos fundos. No domingo, dia 11 de abril de 2021, o Cruzeiro surpreendentemente, com defesa improvisada, venceu o Atlético por 1 x 0.

8. Augusto convida o blogueiro a baixar a bola:

“Dalai, pegou pesado, heim? 10 milhões de simpatizantes do Cruzeiro… de onde você tirou isto? ”

Meu caro Augusto, em pesquisas sobre torcidas há sempre um contingente flutuante que segue as ondas. Surge ou desaparece conforme a direção dos ventos. Há dois anos atrás talvez não tivéssemos 8, hoje, certamente, temos 10 milhões, segundo estimam especialistas. Amanhã seremos mais, com certeza.

9. Teobaldo/3, retorna ao QUINTAL, distraído, e perde ponto batendo lateral:

  “Var do Mal, na expulsão; Var do Bem na anulação do gol. Com a chancela do Dalai”.

Que é isso, Teobaldo? Ninguém reclamou da justa expulsão de Geovane.  Ali também atuou o Var do Bem. O Var falhou feio quando Fabio pegou a bola quase 40 centímetros fora da área. Foto eloquente, gritante, circula em vários grupos sociais.  Uma vergonha. Já perguntei, mas pergunto de novo: Se fosse o nosso goleiro, o que teria acontecido?

10. Teobaldo/4 – recuperado – volta uma vez mais pra abrir inquietante questão:

“Na opinião dos amigos que frequentam o Quintal, qual resultado foi melhor para efeito de classificação? O Atlético ter vencido o Flamengo por apenas 2 x 1, ou o Cruzeiro ter perdido para o Fluminense por apenas 2 x 1?

11. Pepe Legal, certamente com procuração da Nação Azul, responde:

“Os jogos de volta vão ser 2 x 0 para os mandantes, com “erros” de Var no RJ. ”

Deus te ouça, Pepe Superlegal.

12. Atleticano, injustamente, critica o blogueiro por “insistente comparação entre estádios”. Não faço essa comparação por um motivo simples: as coisas ainda estão nebulosas, de um lado e de outro. Há muitas especulações.  De um modo geral, é auspiciosa a perspectiva de estádio próprio para os dois Clubes.

Valendo-se de sua habilidade em manusear palavras e frases, Atleticano dá uma panorâmica sobre os temas controvertidos das últimas semanas, óbvio que sempre focados sob o ângulo de sua paixão clubística. Analisa até a “vaidade boa”, mas guarda ensurdecedor silêncio sobre as questões levantadas quanto ao fantasmagórico título de “Campeão do Gelo”, que entrou no hino atleticano como Pilatos entrou no Credo.

13. João de Deus Filho, nosso Guru da Racionalidade, dá depoimento que confirma redução de carga máxima do Mineirão em alguns jogos do Atlético:

“Ontem fui ver Atlético e Flamengo. Chamou minha atenção o enorme espaço utilizado pra separar as torcidas. Ali, com certeza, cabiam umas 6 ou 7 mil pessoas…”

O blogueiro, que não atentou para esse detalhe quando comparou públicos presentes, foi chamado à atenção e reconheceu o erro. 

Em seguida, João de Deus entra em área de conflito armado: pesquisas sobre tamanho de torcidas…

Meu caro João, em nome dos chopinhos que tomaremos, com bolinho de feijão e pasteis de palmito, tanto na Arena MRV quanto na Arena Azul de Betim, permita-me uma sugestão: não embarque nestas “pesquisas de momento”. São tão confiáveis quanto uma nota de três reais. Elas captam um contingente flutuante, também conhecido como biruta de aeroporto, que muda de posição de acordo com os ventos. Entendeu? Procure sempre ver, por exemplo, qual é a média dos últimos dez anos. 

A grosso modo, a posição consolidada é esta: Cruzeiro tem cerca de 70% do interior mineiro. O Atlético alcança ligeira maioria na Grande BH.

14. JCSR incorporando toda a maldade do mundo:

“Fim do primeiro tempo e segundo tempo inteiro com l jogador a menos. Tomamos 2 gols. E os 5 que o Atlético levou? Algum comentário? ”

Esta é cutucada em nervo de dente, exposto.

15. Galo Doido New York –  Aleluia, outro desaparecido foi localizado!  Cancelem, por favor, as passagens pra que o Conselho de Sábios da Grande Bom Despacho se deslocasse a New York pra delivery de assistência moral e espiritual a periférico nascido em Dores, hoje trabalhando nos States. Tentando recuperar o atraso, Galo Doido faz coquetel psicodélico de temas, misturando fatos, folclore e fakes com tal abrangência que até o editor da nova versão de “Alice no País das Maravilhas” recusou o texto, a seu ver “imaginativo demais!”.

Calma, Galo Doido. Enfrente meio copo do Chá de Santo Daime. Passeie devagar pelo Central Park, respirando fundo. Passou a alucinação?

16. José Antônio, em raro momento de confusão mental:

“time de segunda divisão quando joga com time de primeira divisão, mesmo que não seja um dos postulantes ao título, joga pra perder de pouco e foi o que aconteceu, nada de anormal”.

Que isto, José Antônio? As divisões atuais refletem o estágio dos times no fim do ano passado. Muita água já passou debaixo da ponte. Hoje, no fim do primeiro turno de 2022, vários times da primeira jogam como se fossem da segunda. E vice-versa. Desculpe, mas a observação desmerece o seu excelente acervo neste QUINTAL.  Tem valor de canivete sem cabo, que perdeu a lâmina…

17. José João Ferreira abusou do quentão, ficou meio grogue, desmaiou, teve pesadelo, e o seu celular acionado pra gravar, registrou temores antigos:

“Ronaldenses, boa noite. Parem de ser arrogantes, pernósticos, presumidos, afetados e altivos. Os castigos continuarão vindo a cavalo. Esperem e verão. ”

José João, RECEBA!  Não lute contra fatos. A roda está girando mesmo!

GARIMPO

“Se me encontrasse hoje na rua com o jovem que eu fui, ambos sairíamos correndo um do outro. ”

(Fernando Sabino, aos 63 anos, em 1987)