AMANHÃ, TREINO OU JOGO?

Mineirão, 21h30, vamos executar o Guarani ou apenas ver a banda passar? Mesmo que seja novo treino, nesta reta final do campeonato já decidido, que tal fazer uma revisão nos fundamentos básicos? Bolas paradas e passes alongados têm jogado no lixo 80% de nossas possibilidades de ataque. A calibragem passa longe da ideal e o time nessa fase pós título vai desperdiçando chances incríveis de gol. Bisonhamente. O pior é que a bola não passa nem perto, evidenciando falta de treinamento ou de aptidão para a tarefa. Se for o último caso, desistam das tentativas, por favor. Melhor não chutar do que ser um estivador tentando tocar violino.

Assim também as bolas enfiadas pra romper o habitual ferrolho. Tentamos 50 acertamos uma. A calibragem da velocidade da bola lançada faz a diferença entre gênio e cabeça de bagre. Muita força, vai pra fora ou nas mãos do goleiro. Pouca força a zaga chega primeiro… Por isto, Gerson, Zico e Alex são o que são.

Podemos não acertar. Mas precisa errar tanto?

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Vila Nova 1 x 0 Cruzeiro – Fora Rafael Cabral, o Cruzeiro não entrou em campo outra vez. 70% de posse de bola não pesaram nada no final já que nenhum perigo de gol conseguimos levar à meta adversária. O time entrou de férias e não avisou a torcida. Na arquibancada, porém, ninguém chiou. Pelo contrário, terminado o jogo, repetiu-se aquele espetáculo emocionante de interação viking entre torcida e jogadores, que mata atleticano de raiva.

Vista como treino, a partida manda alguns recados para os assistentes específicos da Comissão Técnica do Cruzeiro: 1. Precisamos treinar bolas paradas. Nenhum escanteio conseguiu levar perigo para o adversário. Vários foram direto na mão do goleiro.

2. Lançamentos aprofundados ou para as laterais, de 10 erramos 9. Passes no terço final do campo, de 10 erramos 9. Ou seja: há realmente treinos específicos desses fundamentos?

2. OH VIDA, OH CÉUS! – Ano passado, a Barraca Atleticana, por alguns de seus líderes, defendia que, pelo grau do apuro técnico, custo e brilho do elenco, o time deveria disputar a Champions League. Sábado, enfrentando o Flamengo-B, o Atlético foi derrotado, com todos os seus caríssimos titulares…

3. José Antônio – Vamos por partes, como diria o Jack: Há certos conceitos sobre os quais não se pode, seriamente, lançar questionamentos. Por exemplo: conselheiro não tem a mínima condição de fiscalizar atos da diretoria, principalmente os fraudulentos. Quanto mais sórdido e danoso ao Clube é o ato, mais ele se camufla, inclusive nos balancetes. Tal como José Antônio, também TrinaB insiste em cobrar do Conselho Deliberativo um desempenho técnico que ele não tem condições de alcançar. Medidas extremas, como por exemplo o “impeachment” caem na votação em plenário onde, de modo geral, o grupo da presidência tem maioria. Assim, insistir em “conselho omisso” é apenas escorar-se numa figura de retórica.

Outro tema em que José Antônio perde ponto batendo lateral é a insistência em afirmar que esta atual Série B é das mais fracas até hoje. Com Grêmio, Vasco da Gama, Bahia, Sport, Coritiba?

Por fim, a tentativa de negar o tsunami interno que arrasou financeiramente o Clube.  Para José Antônio, isto só existe na cabeça do blogueiro. Quem dera! Seriam então meras fantasias os “contratos” absurdos, os aumentos imotivados e estratosféricos de salários, as firmas fantasmas de assessoria, os cartões corporativos, enfim, o passivo monstruoso deixado pra trás. Na verdade, toda esta inimaginável catástrofe talvez pudesse ser minorada aos poucos, com esforço dos cruzeirenses de boa vontade. Mas aí chegou a pandemia, trancando o mundo em casa.

4. Teobaldo e a homenagem ao porre irlandês: como contribuição ao GARIMPO ele cita a incrível frase do craque irlandês George Best, que brilhou no Manchester United: 

“De tudo que ganhei, gastei 90% com mulheres, jogo de cartas, drogas, bebidas e cigarro. O resto eu gastei com coisas menos importantes”.

Enquanto se destacava no Manchester, Pelé brilhava no Santos e não escondia sua admiração pelo futebol do irlandês.

George morreu em Londres, em 2005, com 59 anos de idade. Outra tirada famosa dele:

“Em 1969 deixei a bebida e as mulheres. Foram os piores 20 minutos de minha vida. ”

5. Alan Ruschel – Um dos sobreviventes da tragédia ocorrida com o time da Chapecoense, enlutando o Brasil.  Bom atleta e boa pessoa, Alan Ruschel veio para o Cruzeiro na hora errada. A administração SSR conseguia piorar o que já estava horrível, inflando a Comissão Técnica com “gente da minha confiança pessoal”. Fracasso total.  Conseguiu manter o time por dois anos seguidos sem visitar a primeira página de classificação da Série B. Alan Ruschel agora apresenta a conta. Estou em dúvida, não sei se pleiteia 5 milhões de reais, pelos seis jogos de que participou.  Ou se quer 6 milhões, por cinco jogos.

6. Peppeu faz pesquisa e arrola algumas das muitas ações judiciais de cobrança contra o Cruzeiro, concluindo:

“Veja que os exemplos são todos mais recentes, relativos a fatos ocorridos já na gestão do atual mandatário. Qual a desculpa pra não pagar nestes casos”?

Meu caro Peppeu, a grosso modo, as ações de cobrança ajuizadas se dividem em blocos, sendo o maior e mais grave deles formado pelos “contratos” inflados criminosa ou irresponsavelmente na era-Wagner; há um segundo bloco relativo a salários do pessoal (cozinha, campo, portaria, etc). Originam-se de uma fase terrível, onde não havia recurso nem para pagamento da energia elétrica. Óbvio que a preferência absoluta é para a solução desses débitos que têm natureza alimentaria. E há o Bloco-SSR ao qual nos referimos acima enfocando o caso Alan Ruschel. Várias apostas erradas, seja para o comando técnico, seja para o gramado, nos deixaram dois anos na segunda página da classificação e uma nova leva de ações judiciais. Confesso que muitas destas apostas eu também faria. A diferença é que jamais formaria comissão técnica declaradamente com um “espião” de minha confiança. Isto equivale a despejar um balde de desconfiança e insegurança nos demais integrantes do grupo.  A vaidade, o narcisismo, o egocentrismo absurdo tornaram imperceptível a realidade. Embora tão gritante.

7. Marcos Mineiro, com razão, reclama do uso indevido de seu nome. Não foi o primeiro alvo. A prática teve início com outro cruzeirense, Eduardo Silva, o que provocou a reação de nosso historiador Manuel Panhame:

 “Está sucedendo uma perigosa proliferação de Eduardos Silvas no QUINTAL. Perigosa e mal explicada. ”

Se a moda pega, ficará inviável este BATE PAPO. É o que queremos?

GARIMPO 

“Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes”.

(Proverbio oriental)