ACABOU O RECREIO!

Treino é treino, jogo é jogo!  Hora de tirar as crianças da sala. Nesta semana o Cruzeiro entra na real e vai encarar o Náutico, na Ilha dos Aflitos, quinta-feira às 19h em Recife, nossa estreia na Copa do Brasil. Domingo, será o Corinthians, no Itaquerão, primeiro passo no Campeonato Brasileiro.  

Nos dois jogos-treinos, contra Bragantino e Juventude, o time apresentou progresso, como conjunto, até porque piorar seria impossível.

Quase tudo será diferente nessas partidas: novos nomes, no gramado e fora dele, novos posicionamentos para nomes conhecidos e, esperamos todos com fé, novo posicionamento em campo, interligando-se os terços de forma positiva, pra frente, resultando em ataques com chances de gol.

Está passando da hora do Cruzeiro voltar a ser o Cruzeiro. O passado glorioso de lutas e vitórias que abençoou a camisa estrelada tem de ser inspiração permanente para esta reconstrução. No feixe de fatores responsáveis pelo êxito de um Clube até agora só um tem Nota 10, sem restrições: a torcida! Com sol, com chuva, perto, longe… onde quer que seja que “o time sem campo” vai jogar, a Nação Azul estará lá. Até quando o time, por absoluta incompetência dos dirigentes, se assemelhava a um ajuntamento de condomínio, jamais faltou o apoio do torcedor apaixonado.

É emocionante ver os índices de comparecimento das torcidas, nas séries A e B, com o Cruzeiro ocupando sempre os primeiros lugares apesar dos flagelos vividos, batendo inclusive aqueles que queimam milhões de reais, todo mês, pra garantir times que brilham mais nos noticiários que nos gramados.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Atlético campeão mineiro 2023 – Tenho lembrado sempre que sorte é a coincidência entre oportunidade e competência. Até a primeira hora do jogo de ontem, o América teve oportunidades, mas faltou competência. As duas bolas na trave também mostram esta realidade, assim como o pênalti batido por Welington Paulista. O resto é o resto, inclusive a fina ironia traçada pelo Imponderável F.C. de assegurar ao Atlético a tranquilidade do primeiro gol vindo de salutar interferência do VAR sobre um lance não percebido adequadamente pelo árbitro. Este, revendo o lance, aceitou o aconselhamento, voltou atrás e assinalou a penalidade. Na semi final contra o Athletic, embora aconselhado pelo VAR, o árbitro ficou contra as evidências e não marcou o pênalti que poderia tirar o Atlético da final.

2. Chutando o pau da barraca – O excelente colunista Fred Melo Paiva perdeu a paciência com os 4Rs:

“Os “mecenas” sucatearam o Atlético a um ponto jamais visto.”

O fortíssimo texto, publicado sábado no Estado de Minas, descarna a farsa da “filantropia esportiva”.

3. Augusto, na manhã de quinta-feira, aproveitou o Atlético x Libertad, 19h no Mineirão, para anunciar sua oferta:

“Continua nossa promoção… Secadores Mallory, 3ª. Geração, com 3 regulagens de potência, modelo “Seca Galo III”. O valor da locação é de apenas 50 reais por uma noite, com seguro também de 50 reais. Esse seguro se deve ao grande número de aparelhos que estão sendo devolvidos com rachaduras na carcaça, evidenciando que foram jogados na parede, em acessos de raiva do cliente…”

Meu caro Augusto, aluguei o Secador, troquei as pilhas e funcionou na quinta. Ontem, no clássico, só até aos 30 minutos.

4. Francisco José Carvalho Tourinho, cruzeirense, condena

“essa necessidade da torcida em ficar reafirmando sua grandeza porque demonstra um certo complexo de inferioridade. Chega a ser megalomaníaco”.

Francisco, nos ensine como torcer sem reafirmar nossa grandeza!

5. Josué Lamas também reclama do Blog, mas pela intensidade de notícias do Atlético ao invés de apenas assuntos do Cruzeiro.

Meu caro Josué, seria possível falar do arroz, sem mencionar o feijão? Do queijo, esquecendo a goiabada? Do Tico, sem pensar no Teco?

Desgraça de um está quase no mesmo nível que vitória para o outro. Além do mais, note que os atleticanos chegam aqui pra falar do Cruzeiro…

6. Eduardo Cudet – Incrível a inocência do técnico atleticano descontrolando-se à beira do gramado:

“Vivi hoje algo que nunca tinha visto, meu próprio torcedor atirando copo de cerveja. Isso é normal com 10 partidas vencidas?”

Cudet não é veterano no futebol, mas também não é um noviço pra confundir com torcida gestos isolados de um ser vivente que está na arquibancada, senhor isolado de seus atos pensados ou impensados. Nada contra, porém, a reação pelos rumos que os 4 Rs estão imprimindo ao Clube.

Em certa época, o Cruzeiro vindo de dois títulos nacionais seguidos, foi derrotado bisonhamente no campeonato mineiro por uma equipe do interior. O experimentado presidente, passando perto da torcida, recebeu uma copada de urina… Em silêncio, foi direto para o vestiário, tomou um banho, e saiu contando pra todos, como piada de mal gosto, o lamentável episódio por que havia passado. Ficou a milhares de anos luz de distância a ideia de ver no gesto um comportamento de torcida.

7. Cudet/2 – As circunstâncias envolvendo o técnico e o Clube estão traçando o enredo de um conto de suspense. Na noite de quinta-feira, cabeça quente, o treinador chegou a revelar o pedido feito à diretoria de acrescer um item no contrato, dispensando a multa por rescisão antecipada. Logo na sexta-feira a diretoria providenciou e assinou esse adendo contratual. Os ânimos serenaram, em razão da proximidade da decisão do Mineiro. No pós jogo, diretores sinalizando a intenção de examinar o caso pós comemorações. Cudet, perguntado se havia assinado o adendo dispensando a multa manifestou-se disposto a continuar no Clube… Em outras palavras, não assinou. Detalhe: a multa é, aproximadamente, de 30 milhões de reais.

8. Rômulo não alivia. Depois daquela inacreditável Raposinha que pretendia se passar por Raposão, ele nos oferece outro estranho mascote:

“O Cruzeiro é igual a um golfinho: sobe, faz uma gracinha e desce de novo…”

Não satisfeito, faz previsões sombrias: Ronaldo estaria usando o Cruzeiro pra turbinar o Valladolid…

Menos, Rômulo, por favor. Quem sabe seria melhor você tirar a fantasia de Mãe Dinah e dar uma olhada no seu próprio Clube?

9. Hulk – O blogueiro é acusado de implicância injustificada contra o craque atleticano. Tive o prazer de ser o primeiro a denunciar a indústria de “pênaltis estratégicos”, contribuindo ainda que modestamente para a reformulação da arbitragem e do VAR. Minguaram então as penalidades máximas porque desmascarada a tática “hulkeana”: entrar em velocidade na área, deixar atrás uma perna trançada entre as pernas do zagueiro que o acossa e lançar-se ao chão espetacularmente…

Agora venho apontando o exagerado “blá-blá-blá” de Hulk no ouvido dos árbitros e bandeirinhas. Um absurdo.  Na estreia do Atlético na Libertadores, quinta-feira, contra o Libertad, Hulk, suspenso por 3 cartões amarelos, teve a ausência lamentada.  A todo momento era filmado, assistindo o jogo num camarote. Será que os atleticanos que tanto malham o blogueiro se lembram porque o craque não estava no gramado? 3 cartões amarelos, por excesso de reclamações, nos dois primeiros jogos, contra o Carabobo e o Millonarios.

Ontem mesmo, na decisão do mineiro, com 1 x 0 para o Atlético, ele tomou cartão amarelo por reclamação. 34 minutos do primeiro tempo.

Entenderam ou querem que desenhe?

10. Thiago Rodrigues contesta parcialmente o blogueiro:

“Sou atleticano e achei coerente o resumo do Dalai, mas acho que ele ficou apenas em títulos pra definir protagonismo e grandeza. É evidente que é um ponto crucial, mas não se limita a isso. O Atlético não foi campeão brasileiro no final da década de 70 e na década de 80 devido a roubos descarados, além de uma falta de competência em momentos decisivos nos mata-matas.”

Meu caro Thiago, entra nessa área não! O Cruzeiro também já perdeu títulos nacionais por erros de arbitragem. Nada, porém, supera o antigo e tradicional favorecimento ao Atlético no campeonato mineiro. De 30 a 40% foram ganhos na mais deslavada roubada!

Desculpe-me, mas neste ano mesmo, a taça de campeão mineiro tem as digitais da Mão Grande.

11. João de Deus Filho – Previsões malucas atribuem à inteligência artificial a possibilidade de, em poucos anos, permitir-nos “ver” o pensamento da pessoa com a qual estamos conversando… Se já estivesse disponível esse recurso, gostaria de “ver” o pensamento de nosso Guru da Racionalidade ao ler o texto de Thiago Rodrigues. Acho que seria mais ou menos assim: “Que é isto, rapaz, quer me tomar o título? Chegou agora e já quer a janela?”

JCSR põe lenha na fogueira e cumprimenta Thiago:

“Parabenas pela coerência e respeito!”

Teobaldo adverte Thiago pra não alimentar cascavel:

“Até “Sou atleticano” concordamos… quanto ao resto, um conselho: não dê milho pra bode!”

12. Historiadores – Este QUINTAL tem o privilégio de contar com a frequente colaboração de dois excelentes historiadores: Manuel Panhame, pelo Atlético, e Eduardo Silva, pelo Cruzeiro. Gozeiras à parte, quando enveredam pelas pesquisas o resultado são textos esclarecedores, positivos, que nos melhoram. Desta vez coube a Eduardo Silva valorizar este minifúndio com uma compilação de dados sobre Torcida, Títulos, Maiores Vexames e Dívidas. Não há opiniões nem achismos. Há números e fatos. Matéria pra ser lida, relida e arquivada. Depois dela não se pode nem discutir sobre qual é o Maior de Minas.

13. Atlético – a quarta torcida em Minas – Hoje a situação é bem diferente e não há dúvida de que no geral os atleticanos são a segunda maior torcida mineira. Mas houve períodos, nas décadas de 60/70, em algumas regiões, que perdiam pra flamenguistas e corintianos como mostra Eduardo Silva. Não é opinião, é fato.

14. Camisa-boleto – Meus amigos, fora a paixão clubística, concordem comigo: a nova camisa do Atlético é prato cheio pra psicólogos. Certamente, não é mera coincidência o Clube mais endividado do futebol brasileiro lançar, do nada, uma camisa com código de barras. Psicólogos, por favor, manifestem-se. Ou nem Freud explica?

 GARIMPO

“Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta.

Mas não há necessidade de oferecer-lhes uma cadeira para sentar.”

(Cora Coralina)