BOM, MAS TEMOS DE MELHORAR!

Valeu pelos três pontos fora, mas a atuação contra o Bragantino ficou longe daquela contra o Grêmio. Faltou alguma coisa no meio de campo porque a bola era sempre retomada pelo adversário e o perigo rondava a meta do bom goleiro Rafael que, mais uma vez, nos salvou.

A cada partida mostra-se digno sucessor da lenda chamada Fabio e vem, por isso, conquistando o franco apoio da Nação Azul.

Bom sinal é que o técnico Pepa encontrou pelo menos 70% do time titular, fator importante que faltou a Pezzolano nos seus últimos meses de Cruzeiro. Só a sucessão de jogos forma um conjunto, projetando virtudes e falhas de um time. Já alterações de várias peças a cada jogo passam mensagens negativas de desorientação técnica.

A grande expectativa é que Nikão mostre, finalmente, que ainda é capaz de jogar o futebol que forjou sua biografia. Tomara que não demore.  Gilberto começou a se reencontrar no jogo contra o Bragantino, embora tenha se perdido de novo, logo após, numa daquelas jogadas que nos fazem lembrar de nossa avó, em campo, marcando o gol. Mais tarde, de maneira inimaginável, foi absolvido por Gabigol que usou e abusou do direito de perder gols contra o Botafogo e acabou vendo seu time sair derrotado por um adversário que jogou o tempo inteiro com menos um.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Dilema de blogueiro – A última coluna de cada mês é assinada por Rafael de Novaes Rocha meu neto, editor deste QUINTAL. Acorda em mim o conflito entre orgulho de vô coruja e inveja do estilo arguto, juvenil, arejado.

2. João de Deus Filho, nosso Guru da Racionalidade, quem diria, viajando feio na maionese: pega um episodio simples, do cotidiano, e quer transforma-lo em míssil Exocet. Que é isto, João? Falta de munição real?

O fato é simples: dirigindo-se ao Independência, com a noiva e amigos para o jogo contra o Náutico, Ronaldo transportou mais pessoas do que o carro comportava e formou-se aquele tipo “lata de sardinha”, comum nesses casos. Além da noiva, que foi no seu colo, um amigo teve de alojar-se no porta-malas. Muita gente já vivenciou estas cenas. Chegando ao estacionamento interno do estádio, todos desceram, na frente dos que estavam próximos, à luz geral, sem qualquer problema ou constrangimento.

Na falta de assunto sério pra atacar o Cruzeiro e entornando de dúvidas sobre o futuro do seu time, João perde pontos preciosos de sua biografia:

“… E eu ainda não consegui entender aquele negócio de um cara saindo do porta malas do carro do Ronaldo… Alguém consegue me explicar?”

Meu caro João, isto não é digno de você. Se fizer requerimento escrito e o Conselho de Sábios da Grande Bom Despacho aprovar, nós tiramos essa pisada de bola das notas taquigráficas.

3. Galo Doido New York – Impossível lembrar-se desse Conselho sem vir à mente um filho famoso de Dores do Indaiá, que gostaria de pertencer à cidade maior, hoje radicado em New York.  Minha filha, Diva Maria, viajará com o esposo pra lá, entre outras com duas metas declaradas: Assistir a peça Rei Leão, pela centésima vez (chorando de novo) e fazer caminhadas no Central Park. Já recomendei a ela: se cruzar com um senhor resmungando coisas como “o Atlético vai sair dessa… 2 bilhões, o que não valem? …nada demais entregar a Arena e o CT… depois a gente constrói outros… o lado ruim da lagoa vai pra B de novo….” aproxime-se, cumprimente, e entregue um abraço do blogueiro, com Garimpo especial pra ele: “Tirando o motorista e o trocador, tudo é passageiro”. Se houver prosa boa e sentir merecimento, ofereça um Garimpinho extra comum na Badia: “Nunca desista de seus sonhos. Se não encontrar numa padaria, procure na próxima”.

4. Bons sinais vindos da base. Quem nos lembra é Eduardo Silva: Cruzeiro x Atlético, Sub-l7, 3 x 1; Sub-10, 6 x 1. Agora é só preservar melhor eventuais joias raras, trocando a madre superiora por um leão de chácara na torre de vigilância.

5. Tom – filho de BH, mas residente na Zona da Mata – traz valioso lembrete nesta briga mineira pela maior torcida. Teobaldo já antecipa que “as metodologias utilizadas não permitem chegar a nenhuma conclusão” e admite que “talvez a intenção seja realmente esta”. Será isto mesmo ou no fundo isto é uma zona de conforto atleticana?

A verdade é que, a grosso modo pode-se afirmar sem dúvida: 1. Até os anos 60 as maiores torcidas eram do Atlético e América que, inclusive, promoviam o chamado “clássico das multidões”. Com a chegada de Felício Brandi à presidência do Cruzeiro, onde permaneceria por mais de duas décadas, a Nação Azul começou a crescer como chuchu na cerca. Em forma de kit-escolar com os nossos símbolos, ele espalhou sementes por todas as escolas mineiras enquanto nos gramados uma geração de ouro (Tostão, Dirceu Lopes, Piazza…) encantava o mundo e fazia germinar mais depressa. Não demorou muito pra se formar o quadro persistente até hoje com a hegemonia total da torcida celeste.

2. Como bem lembra Tom, a influência do futebol carioca e paulista nas regiões mineiras limítrofes colocou Cruzeiro e Atlético abaixo de Flamengo, Corinthians e Vasco. Esta situação anômala persiste em algumas regiões mineiras onde o segundo lugar se altera entre Flamengo, Corinthians e Atlético.

6. Cruzeiro de volta ao Mineirão – Nestes tempos difíceis de absurdos diários, toda vez que prevalece o bom senso é motivo de comemorações. Aleluia!

7. Vôlei colorindo a manhã de domingo. Mais uma vez, um dos melhores times do mundo – o Sada Cruzeiro – sagrou-se campeão brasileiro pela oitava vez vencendo o Minas Tênis em São José dos Campos. 3 x 0. O show que todos conhecem, admiram… e alguns invejam.

8. Jamicel, cruel:

“Finalmente, o Atlético conseguiu ser o Maior de Minas, do Brasil e do continente… em dívida!”

GARIMPO

“Um expert é alguém que sabe cada vez mais sobre cada vez menos.”

(Nicholas Butler)