A EMOÇÃO VOLTA PRA SETE LAGOAS!

Às 20h, sob o frio do tempo, mas com o calor da torcida, pertinho, quase encostando nos jogadores, vamos tentar permanecer no G-4. 

Apesar de palco de históricas façanhas, a Arena do Jacaré não era a nossa primeira opção para o jogo contra o Cuiabá. A preferência lógica é para o Mineirão e o Independência, transformados hoje em casas da Nação Azul. 

São revoltantes e absolutamente inaceitáveis os motivos que vetam ao Cruzeiro esses dois estádios. Suportamos e suportaremos outras pancadas destas porque nos três anos de flagelo nos tornamos PhD em Resiliência. Doloroso aprendizado que nos fortalece e, até agora, sustenta um surpreendente desempenho. 

O Cuiabá, apesar de figurar na zona de rebaixamento, tem boa equipe e vem apresentando um futebol de conjunto. Veio a BH e ganhou do América, no Independência.  Venceu também as duas únicas partidas já realizadas contra o Cruzeiro. Precisamos dar o troco, hoje.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Hulk – “brilhante” na atuação extra-bola contra o Coritiba – pretende que o árbitro pernambucano Rodrigo José Pereira de Lima passe a apitar todos os demais jogos do Atlético: foram almas gêmeas que se reencontraram. Pra despistar, aos 38 do segundo tempo, tomou cartão amarelo mas antes disso só não fez chover. O melhor desempenho foi quando permaneceu caído no meio de campo pra sustar um contra ataque do Coritiba, já perto da área. E o árbitro atendeu, parando o jogo. Imprensa e torcida se  assustaram com a inusitada marcação. Como se sabe, o que obrigatoriamente acontece é aguardar-se a bola pra lateral ou numa falta, e então autorizar o socorro ao jogador atingido. Minutos depois foi a vez de um jogador do Coritiba cair e permanecer deitado no gramado mas o ataque atleticano continuou, sem intervenção do apito. Sob vaias da torcida. No pós jogo,  Hulk justificou a constante assessoria que presta ao árbitro durante todo o jogo mais ou menos assim: “Eles não podem ver tudo, por isso a gente tem de ajudar…”

2. Augusto não suporta a ascensão azul, procura de todo jeito desidratar nossa caminhada. Faz pouco de nossas conquistas e prevê um “Rural” muito disputado, deixando evidente que será a única meta com chance de êxito pelo Cruzeiro.

Calma, Augusto. Não adianta fechar os olhos ante a movimentação das placas tectônicas. É o mesmo que tampar o sol com peneira. Relaxe e reviva os três anos de apogeu atleticano. Mas, meu amigo, a roda gira.

3. Zezinho é outro que está sentindo o golpe.  Doeu-lhe, especialmente, o destaque de que, no Grêmio x Cruzeiro estavam em campo 11 títulos de Campeão da Copa do Brasil. Retrucou logo: mas também estavam seis participações na Série B. E daí, amigo? Cair e levantar-se faz parte do jogo. Melhor que mascarar situações pra sustentar uma vida falsa.

4. JCSR não alivia:

“Dei uma olhada agora nas manchetes do Superesportes e vi a noticia que a justiça fez um bloqueio nas contas do Atlético a favor de Ronaldinho Gaúcho. Na mesma hora me lembrei do mantra: “No Galo entra funcionário e sai torcedor…” só que depois vira credor!”

5. Eduardo Silva traz noticia inacreditável: Nizan Guanaes, gênio publicitário contratado pelo Atlético teria apresentado o “seu trabalho”:

“Arena MRV, a casa do Galo, seja bem-vindo. A casa do time mais simpático do Brasil”.

Menino de grupo escolar faria melhor. A se confirmar, o Atlético pode pedir seu dinheiro de volta. Ridículo, é pouco.

“Time mais simpático”? Simpático é filhote de urso panda comendo broto de bambu.                                                                                                                                                                                                                                                                           

GARIMPO

“Pathogenesis”, inquietante livro lançado agora. Imagine que o autor, Jonathan Kennedy, atribui a germes patogênicos façanhas históricas e até mesmo a extinção do homem de Neanderthal. Exemplo: Não foram as formidáveis legiões, as principais linhas de defesa de Roma contra os invasores bárbaros. Quem desempenhou esse papel foram diarréias variadas e a malária. A cidade mais prodigiosa do Universo estava tomada por essas pragas. Qualquer romano que tivesse sobrevivido à infância tinha defesas pelo menos parciais contra elas, mas os bárbaros não.”

(Helio Schwartsman – Folha de São Paulo, edição de 21.05.2023)