SÁBADO, 16H, VASCO, PORTÕES FECHADOS

Para muitos jovens jogadores azuis será experiência inusitada: enfrentar um grande time do Rio com os portões fechados. As arquibancadas do estádio de São Januário estarão vazias, mas os nossos  jogadores “sentirão” certamente o pulsar de milhões de corações cruzeirenses em apoio a esta saga do difícil reencontro com o passado de glórias, as inesquecíveis páginas heroicas, imortais. Treinamentos fechados, na semana, escondem pista do que fará Pepa pra desatar o nosso ataque. Alguma coisa tem de ser feita pra acabar com o descalabro de tantos gols perdidos cara a cara com a meta vazia… É de se imaginar o que fazem lá na Toca-2, auxiliares como D’Alessandro e Elias, cracaços de futebol até ontem. Será que assistem, mudos, ao desfilar dessa inoperância ofensiva? Calam-se diante de escanteios cobrados infantilmente nas mãos dos goleiros? Escondem-se no olhar de paisagem ante os lançamentos compridos, pra fantasmas? Difícil de acreditar, ante o patrimônio moral deles e as urgentíssimas necessidades do time. Rolam sugestões no papo com Pepa?

Por favor, não queremos mais do mesmo. Já não aguentamos ver 20 finalizações sem gols. Nosso último artilheiro foi Rafinha, do São Paulo.

Vamos continuar assim?

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Teobaldo – resposta enigmática ao blogueiro, sobre a Minas Arena, deixou grave rastilho de suspeitas: seria Teobaldo um X-9 da gestora do Mineirão, infiltrado no QUINTAL? A observar a partir de agora, com lupa nos detalhes e nas sublinhas…

2. Jorge – Vaqueiros conduzindo boiadas, ao atravessarem rio com piranhas valem-se de recurso extremo: uma rês é levada, isoladamente, para as águas, atraindo os peixes enquanto mais embaixo, a boiada atravessa segura. A expressão “boi de piranha”, entre tantos significados, batiza também a tática diversionista de emplacar assuntos variados que reduzam a atenção sobre tema que não deve ser debatido.

Jorge, nosso malabarista da palavra, é pós-graduado nesse campo.  Redigindo na já famosa “segunda”, ele estica assunto de Cruzeiro e “Cidinho Bola Nossa”, sob mil ângulos como sempre num alentado e bem escrito texto. Nem uma linha sequer sobre o domingo e o papelão de seu time contra o vice lanterna do campeonato; a atuação catastrófica de Felipão culminando com a expulsão; Hulk agraciado com cartão vermelho depois da partida. No pós-jogo, Felipão disse que o árbitro FIFA Wilton Pereira Sampaio sempre prejudica intencionalmente o Atlético e, em particular, Hulk. Negou ofensas suas e do atacante, esquecendo-se de que a leitura labial foi contundente. Mais tarde, o diretor de futebol do Atlético, Rodrigo Caetano endossou as críticas ao árbitro, salientando a finura, gentileza e senso ético sempre demonstrados em campo por Felipão e Hulk. Não se sabe como os jornalistas presentes conseguiram disfarçar as risadas. Esta é a boiada que passou, enquanto Jorge falava de “Cidinho Bola Nossa” e Cruzeiro.

3. Luiz Barcelos faz gravíssima observação:

“No jogo de sábado (contra o Inter) perto do final, sobrou uma bola na velocidade e o Henrique Dourado que havia acabado de entrar, perdeu na corrida para um zagueiro do Inter que jogou o tempo inteiro! Nada mais claro que isto para demonstrar que HD é um ex-jogador em atividade.”

Meu caro Luiz Barcelos, num jogo de 90 ou 100 minutos, você pinçou um lance emblemático que espelha a grosso modo a inoperância do ataque azul. Houve muitos outros, semelhantes. São esses detalhes, ora de incapacidade física, ora de técnica, que vão acumulando as nossas “quase vitória”. Não podemos continuar assim. É do bê-á-bá da Administração: Sem mudar, mantendo o mesmo esquema, você obterá sempre os mesmos resultados. Lamentáveis os pontos que estamos jogando no lixo por pura incapacidade (física ou técnica) de ataque.

4. Roberto vem ao QUINTAL pra enriquecer trabalho feito pelo historiador azul Eduardo Silva sobre Digitais da Mão Grande nas Taças de Campeão Mineiro amealhadas pelo Atlético. Aquela pesquisa onde você vê uma pena, puxa, e sai uma galinha:

“Não foi só o Cidinho. O time ainda tinha o Dagomir Sacramento, Edson Alcântara do Amorim, Hervê Santana (futsal) e o chefe, coronel José Guilherme Ferreira.”

É isto Roberto, em quase todo campeonato, nesse jogo ou naquele, a gente percebia o “esquema” oficial pra proteger o Atlético que, em verdade, sempre tinha boas equipes, mas que ficavam imbatíveis com a ajuda extra do apito. Tornaram-se folclóricos casos de “Cidinho Bola Nossa” fugindo disfarçado das torcidas adversárias. Alguns comentados nesta própria edição por Eduardo Silva.

Já revelei aqui fato ocorrido anos atrás, pós-audiência, no Fórum de BH, quando um delegado de policia ouvido como testemunha, e participando das despedidas finais, teve acionado o seu celular, cujo prefixo era o hino do Atlético. Todos ouvimos. Brinquei logo: “Doutor, eu poderia lhe prender em flagrante por posse de droga”.

Entre risos que se seguiram e famosos “causos” de futebol, ele narrou episódio na FMF, presidida então por Francisco Côrtes, do qual era assessor: Cruzeiro e Atlético iriam disputar o jogo final de um acirrado campeonato mineiro e não se ajustavam quanto ao árbitro. A solução encontrada foi cada um fazer a sua indicação e a Federação também.  No sorteio aberto ao público e a imprensa, três bolas de bilhar, cada uma com cor diferente e um número: 1 para Federação; 2 para o Cruzeiro e 3 para o Atlético. Uma linda secretária da Federação, de olhos vendados, enfiou a mão na caixa de vidro transparente, deu aquele sorriso de pasta dental, misturou bem as bolas e retirou a de número 3, que havia passado a noite no freezer. Estava geladíssima.

5. João de Deus Filho, nosso Guru da Racionalidade, cai na real – “… parece que neste ano só devemos nos contentar com o campeonato mineiro…”

Parabéns, meu caro João de Deus, quem vive de sonhos é padeiro.

Desculpe-me, mas a ideia dessa SAF-raiz, composta pelos 4 Rs e outros atleticanos abonados, é um grande risco. São reis demais para um baralho só.

Sugere depois que meu filho atleticano Gustavo Eugenio Maciel Rocha escreva uma coluna neste QUINTAL. Capacidade certamente não lhe falta: doutorado em Lisboa, mestrado em Cambridge.  Na época, cheguei a pagar psicólogo pra ele, não entendendo como um jovem tão culto pudesse torcer para o Atlético.

Respondo à sugestão de João de Deus com uma pergunta: devemos dar asa pra cobra?

6. José Fernando Durães Saraiva faz síntese irretocável sobre o nosso time. Gostaria muito que Pepa e sua comissão técnica lessem:

“Basicamente o ataque não funciona porque, planejado para um goleador fixo, não possui os indispensáveis apoiadores. O meio de campo encontra-se habitado por bons “combatentes”, mas não bons alimentadores. O Bruno fica super sacrificado.”

Fala, Pepa!

7. Augusto confessa “Uma noite mal dormida, pelo resultado de ontem (domingo)…”, referindo-se ao empate com o América, mas em seguida dedica-se apenas ao Cruzeiro, renovando as conhecidas pragas… 

Que é isto, Augusto, sua casa pegando fogo e você criticando nosso portão enferrujado?

8. Antônio aplaude as mudanças feitas no Cruzeiro, condenando a demora para efetivá-la, e critica a não substituição, no intervalo, de Lucas Oliveira, amarelado.

Concordo, Antônio, mas haveria opção segura para substituir o zagueiro? Parece que não. É uma escolha difícil: continuar com um zagueiro “amarelado” ou colocar um “meio zagueiro”?

9. Eduardo Silva reproduz informação de Rodrigo Capelo, especialista em finanças do futebol brasileiro, sobre a SAF do Atlético:

“Rubens Menin está vendendo o Clube pra ele mesmo.’’

10. Expulsões de Felipão e Hulk – Inconformados pelo cartão vermelho no jogo contra o América, ambos deram entrevistas até de madrugada, ressaltando a injustiça cometida pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio, sempre mal intencionado contra o Atlético. Para Hulk, além de não aceitar conversar com ele durante o jogo todo, o árbitro e auxiliares festejaram o resultado, no final.

Terça-feira, a Comissão de Arbitragem da CBF analisou o trabalho de Wilton Pereira naquela partida. Leu a súmula, viu vídeos, ouviu gravações. E deu nota 10 para o árbitro.

GARIMPO

“Coquetéis são reuniões para se encontrar pessoas que não vale a pena convidar pra jantar”.

(Anônimo)