ALTA HOSPITALAR!

Não apenas saímos da UTI. Com o 0 x 0 contra o Botafogo, e as derrotas de Santos, Bahia e Vasco, deixamos o hospital antes da rodada de quarta-feira, que fechará o campeonato. As últimas semanas foram de doer. A Nação Azul precisa de uma desintoxicação de corpo e alma. Sofremos muito e não queremos ver este filme de novo, tão cedo. Nada dava certo e a gente também não fazia por merecer, tanto assim que somos o pior ataque. Desaprendemos a fazer gol apesar de tantas finalizações articuladas. E tome sofrimento pra torcida. Ronaldo e Pedro Lourenço têm de compreender que não dá pra disputar a próxima temporada sem uma dupla de área que faça gols. Defesa e meio campo, com alguns retoques de posicionamento, fazem o dever de casa.

Quarta-feira vamos encarar o Palmeiras, praticamente campeão brasileiro, e a meta é a Sul-americana.

 BATE PAPO NO QUINTAL

1. Imponderável F. C. – As rodadas vinham sendo terríveis para o Cruzeiro. Nas últimas semanas, por incrível que possa parecer, todo jogo pelo Brasil afora, de alguma forma alterava pra pior nossa posição ou nossa perspectiva. A imprensa despejava previsões torturantes.

A penúltima rodada reverteu essa dinâmica. Tudo nos favoreceu. Entre Santos, Bahia e Vasco era necessária a derrota de um. Os três perderam. E ainda conseguimos um ponto precioso.  O Imponderável armou contra o Botafogo, atingiu o Goiás, que caiu enquanto o rival Atlético Goianiense sobe. E pode rodar a baiana em Salvador. O Vitória subiu e o Bahia pode cair.

Quarta-feira, o Imponderável poderá surpreender de novo:  O Santos, em casa, receberá o Fortaleza; O Atlético irá em Salvador, enfrentar o Bahia; O Bragantino vai visitar o Vasco.

2. Pênalti – Há verdades já consolidadas sobre o tema:

a) Dependendo do estado emocional da partida e a importância do gol, a escolha do batedor deveria ser feita por psicólogo. Como não é possível, a equipe técnica ao longo dos trabalhos em um clube, deveria indicar três jogadores com índices de maior controle, como “batedores oficiais”;

b) Quanto à execução da penalidade, é loteria escolher o canto e bater rasteiro ou meia altura. O goleiro pode acertar.

c) Bolas de meia altura pra cima, em qualquer dos cantos, com força média e folga aproximada de um metro pra cada trave, são indefensáveis, porque o goleiro, que está no centro, pula caindo, não subindo. 

O nosso melhor jogador, Bruno Rodrigues, ao bater o pênalti contra o Athletico, praticamente atrasou a bola para o goleiro.

Sábado, na decisão do Mundial Sub-17, realizado na Indonésia, entre França e Alemanha, empate na final levou a disputa para os pênaltis. O primeiro a cobrar, pela Alemanha, praticamente atrasou a bola para o goleiro. A França fez, os alemães também, até que os franceses perderam. A Alemanha, pela primeira vez, ficou com o título. A não ser uma cobrança, que foi para as nuvens, todos os demais pênaltis defendidos foram batidos com pouca força, no canto ou a meia altura, facilitando para os goleiros. Por que não treinamos à exaustão essas cobranças padronizadas pela segurança? No alto e no canto, qualquer deles, sem muita força e sem tangenciar as traves. Lembrando sempre: o goleiro pula caindo. Jamais subindo.

3. Pedro Santos discorda das críticas do blogueiro ao “título” de Campeão Brasileiro de 1937 concedido ao Atlético:

“Quanto ao desdém às Forças Armadas, com certeza o time deles era infinitamente superior ao Yale, Ypiranga, Palestra Itália, que não foi nem convidado a participar.”

É possível que sim, Pedro. Mas os times do Sul, do Norte e do Nordeste brasileiro também ficaram ressentidos pela falta de convite.

4. Olivia Vieira – Na faixa escura que às vezes se forma neste terreiro, com briga de foice e pedradas, Olivia abre uma janela de luz. Corajosa e generosa.

5. Manuel Panhame – Após férias sabáticas, o historiador atleticano volta a este Bate Papo, com o mesmo estilo aguçado e inquietante. Mas, atleta de alcova que é, adverte que não poderá comparecer pessoalmente, ao vivo e a cores, em um imaginado encontro de quintaleiros. Teme conflito, com disputa de posse, na ala feminina.

6. Fake Pedro Starling e etc – Desmistificado em seu tanque de guerra, muda a tática e opta pela guerrilha urbana. Imaginando-se com múltiplas máscaras. Sem conseguir camuflar as digitais, invade textos, salpica vírus-palavrões, atira granadas e linguagem chula, como se viu tristemente na edição posterior à cremação de Pedro Starling.

Ridículo, como um elefante disfarçar-se num macaco.

Todavia, num lampejo post-mortem, reincorpora-se, volta e questiona:

“… Acha mesmo que alguém aqui coloca seu nome próprio em algum comentário? Tá querendo dar as mãos ao João de Deus e passear com Alice no País das Maravilhas? Desafio o blogueiro a me apontar um de seus participantes assíduos aqui que escreva com seu nome verdadeiro! Até o Teobaldo não existe, se chama Marilio. Sabia, não?”

Este é seu grande equívoco, meu caro. O que importa menos é o nome. O texto, sim, eleva este espaço ou o rebaixa ao submundo do lixo pornográfico.

Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Bernardo Soares… Conhece?

São heteronômios de Fernando Pessoa. Todos, admiráveis.

Volta para o mar, oferenda!

7. Orgulho nacional – Dois brasileiros fantásticos se tornaram campeões mundiais nesse fim de semana: a fadinha Rayssa Leal, no Skate, e Mayra Aguiar no Grand Slam de Judô, em Tóquio.

GARIMPO

“A nossa felicidade depende mais do que temos em nossa cabeça do que em nossos bolsos.”

(Arthur Schopenhauer)