2024: SABOR AGRIDOCE - Quintal do Dalai

2024: SABOR AGRIDOCE

  • por em 30 de dezembro de 2024

(Por Rafael de Novaes Rocha)

Difícil resumir o ano de 2024 do Cruzeiro. Mais difícil ainda responder: foi um bom ano?

Sobraram emoções e reviravoltas. Iniciamos a temporada com a expectativa de um novo ano de vacas magras. Pequenos passos no projeto de reconstrução proposto por Ronaldo. A expectativa era de um ano pelo menos mais tranquilo que o anterior – sem sustos e figurante na luta pelo rebaixamento. Um meio de tabela insosso, porém seguro. No entanto, a gestão profissionalíssima dos faria limers de Ronaldo não resistiu a uma série de vexames sucessivos no primeiro semestre.

Eliminação na primeira fase da Copa do Brasil para o possante Sousa da Paraíba; fraquejada inacreditável na final do Campeonato Mineiro; e ausência de vitórias na Sulamericana. Este foi o conturbado primeiro semestre cruzeirense. Tudo dava errado dentro de campo e, sem segurança no próprio projeto desportivo, Ronaldo pulou do barco. Vendeu o Cruzeiro, encheu seus bolsos, e de seus misteriosos acionistas, e hoje busca novos desafios na CBF. Usa a passagem por Belo Horizonte como plataforma política, se cacifando, novamente, como um salvador da pátria. Será uma oportunidade para todos entenderem do que tanto reclamávamos quando estava por aqui.

Voltando ao que interessa, Ronaldo conseguiu encontrar o seu comprador perfeito: o cruzeirense bilionário, Pedro Lourenço. Anjo da guarda de longa data do Clube, ele foi responsável direto por grandes contratações e pelo pagamento de dívidas que permitiram que o Cruzeiro não acabasse. Agora, como dono, chegou prometendo investimento pesado em contratações que abalariam o país. Um super time montado por seu homem de confiança, Alexandre Mattos.

O Cruzeiro àquela altura já vinha surpreendentemente bem no Brasileiro – comandado pela supresa do ano, Fernando Seabra – e, naturalmente imaginava-se que os reforços supririam carências do elenco e elevariam o nível do time. Até que Pedrinho, mostrando toda a sua personalidade bilionária, resolve mexer no time que estava ganhando. Em áudio vazado, ele se gabava de todos os reforços recém adquiridos e deixava claro que se Seabra não os escalasse, as coisas não iriam sair bem para o técnico. Interferência direta e completamente desnecessária no que Pedrinho entende de menos: o campo.

Se era verdade ou não que Pedrinho tinha ingerência sobre estas decisões, fato é que o clima ficou insustentável para Seabra. E o técnico foi demitido logo após ganhar o primeiro jogo das quartas de final da Sulamericana. Não havia clima algum para sua permanência – apesar dos resultados muito acima do esperado.

Fernando Diniz assume, então, o time em uma posição confortabilíssima: semifinal da Sulamericana e na zona de classificação para a Libertadores via Brasileirão. A faca e o queijo na mão. No entanto, apesar de tudo isso, conseguiu fazer o pior: a proeza de ser humilhado na final da Sula e ficar de fora da próxima Libertadores. Jogou fora as qualidade do time de Seabra e potencializou seus defeitos. Um trabalho terrível e de números aterrorizantes que foi coroado com a renovação para a próxima temporada.

O ano de altos e baixos do clube realmente é difícil de ser resumido em um sentimento único. As modestas expectativas foram superadas, é verdade. Porém, isso ocorreu em um momento muito inicial da temporada. Tempo o suficiente para se sonhar mais alto. Mas a falta de comando técnico e escolhas muito equivocadas da diretoria resultaram em uma frustração absoluta por um final de ano péssimo.

É fato que a gestão de Pedro Lourenço não tem nem sequer um ano. Mas os erros cometidos até aqui são desanimadores para o futuro. Do que adianta dinheiro, se não há perspectiva de projeto esportivo? Diniz é mesmo o nome para comandar o ano de 2025 cruzeirense? Difícil dizer; difícil de se animar.

De qualquer maneira, seguiremos por aqui. Gestão após gestão; erros após erros; ano após ano, o Cruzeiro permanece conosco, apesar de tudo.

Que venha um ano menos turbulento.

E desejo a todos os cruzeirenses do QUINTAL, um excelente ano. Aos atleticanos também – fora de campo.

Me despeço e, a partir deste ponto, o blogueiro titular assume o BATE PAPO. Ou seja, não me responsabilizo por mais nenhuma opinião emitida por aqui.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Augusto abre o playground natalino:

1. Por que os fantasmas são péssimos pra contar mentiras? Porque são transparentes.

2. Por que a plantinha não foi atendida no hospital? Porque só tinha médico de plantão…”

Depois Augusto cai na real, foca o já famoso Ranking Histórico da Folha, publicado no Natal, e pergunta pelo Atlético, ausente na lista do Top-10.

Meu caro, aguarde o ranking limitado a 2024 e certamente seu time estará nas cabeças, juntamente com o Botafogo. O trabalho de pesquisa da Folha é de décadas. Contabiliza créditos e débitos acumulados por anos e anos. Não é tipo miojo, instantâneo, de momento. Pesam nele as nossas “páginas heroicas, imortais”. Isto não se constrói da noite para o dia. Como todo mundo sabe, a saga azul teve as sementes lançadas na década de 60, por Felício Brandi. A terra era fértil. A semente era boa. O tempo ajudou. Deu no que deu: safras e safras maravilhosas.

2. E o novo técnico do Atlético?  Basta anunciarem um nome e ele assina com outro time. Só foi diferente com Lisca, que descartou na hora: “Sou louco, não sou bobo”. Em pauta agora sobram Cuca, Celso Roth e a surpresa japonesa Mi Akuda.

3. Rodovias – O asfalto é democrático. Recebe qualquer um. Às vezes é palco de ironias do destino, fazendo baterem de frente o feirante que levantou de madrugada pra colher suas hortaliças e pegar bom lugar no Ceasa, e o filhinho de papai saindo bêbado da boite.

Assustado com tanto desastre, o inspetor da PRF, Newton Morais, desabafou: “Não dá pra entender como você, transportando pessoas queridas, mulher, filhos, mãe, amigos, possa cortar outros carros na contra mão, a velocidade que é o dobro ou triplo da permitida. Isto é colocar, gratuitamente, sua vida e a dos outros numa mesa de roleta… Não dá pra entender.”

4. Uma ponte para o futuro – Da mesma forma, a lição da Ponte JK, unindo os estados de Tocantins ao Maranhão. Construída nos anos 60, vinha “gritando” por reparos estruturais há décadas. Que bem fariam ao Brasil os senhores congressistas se, ao invés de se digladiarem pelas bilionárias e inacreditáveis emendas-fantasmas, aprovassem lei tornando obrigatória a investigação criminal de tragédias como a da Ponte JK, envolvendo em cadeia hierárquica os responsáveis diretos pela manutenção e os superiores desses responsáveis. Punindo as nomeações técnicas preenchidas pelo apadrinhamento político. Com as consequentes reparações civis a cargo dos políticos irresponsáveis. Só assim poderemos captar o conceito de responsabilidade pública. E alcançarmos um pouco mais de confiança  ao atravessar pontes nas rodovias brasileiras: chegar do outro lado e não ao fundo do rio.

5. Marcelinho Mineiro não percebe que seu anjo da guarda foi conferir a ZCAS – Zona de Convergência do Atlântico Sul- e atropela criancinhas atravessando na faixa:

“Apelando, Dalai? Quem disse que Luis Castro havia aceitado a proposta do Atlético? E no ranking da Folha, você acredita? Kkk. E quem é o mais sem vergonha, Dudu ou o Cruzeiro?”

Vamos por partes, como diria o esquartejador: Ninguém falou que Luis Castro aceitou a proposta do Atlético. Comentou-se, e muito, o pouco crédito que ele deu ao interesse do Clube.

Quanto à Folha, ninguém acredita mesmo… Só a maior parte dos leitores da América do Sul.

Quanto ao Dudu, cria do Cruzeiro, há meses tomou a iniciativa de voltar, depois desistiu, e agora veio mesmo, já tendo até divulgado fotos com a camisa mais bonita do mundo. Vergonha? De que?

6. Música no Fantástico – Reformando, pela terceira vez, o enigmático gramado da Arena Meus Rivais Venceram, o Atlético já pode pedir música.

GARIMPO

“Nada como o Natal para se dar a uma pessoa um presente de que ela não precisa, não gosta ou para o qual não tem uso”.

(Ruy Castro)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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José Antonio

Coloquei um post sobre as Torcidas de todo Brasil e o Dalai deletou?

Falar sobre FUTEBOL não pode, agora tolices, piadas infantis do tal do Augusto e seus fakes pode?

Explica ai o dono do blog mais democrático do mundo…

José Antonio

FELIZ ANO NOVO A TODOS!

Menos aos pateticanos magoados e inconvenientes de plantão!