9 gols no Mineirão: Inesquecível! - Quintal do Dalai

9 gols no Mineirão: Inesquecível!

  • por em 9 de julho de 2020
Cruzeiro derrotou Internacional por 5 a 4 na estreia da Libertadores de 1976

Foto: Arquivo Estado de Minas

3º. JOGO – 7 de março de 1976 – contra o Internacional.
Três meses antes, um gol do zagueiro Figueroa aproveitando escanteio, nos tirou o campeonato brasileiro. Parecia que foi ontem, a gente estava com o time gaúcho entalado na garganta.

Desta vez, ante 65.463 torcedores, no Mineirão, um Cruzeiro magoadíssimo lutava para passar à segunda fase da Copa Libertadores. Zezé Moreira era o nosso técnico. Rubens Minelli dirigia o Inter, que tinha Manga no gol, Figueroa na zaga, e um meio de campo com Falcão e Caçapava, jogando por música; Na frente, artilharia perigosa: Escurinho, Valdomiro e o endiabrado Lula!

Mas o Cruzeiro estava marcado para a vingança!

Entramos com Raul no gol, Nelinho na lateral direita, e a zaga com Moraes e Darci; Vanderlei na esquerda. Zé Carlos e Eduardo no meio; Na frente, “apenas” Roberto Batata, Jairzinho, Palhinha e Joãozinho!

Joãozinho em lance do 1º jogo da final da Libertadores de 1976, vencido pelo Cruzeiro por 4 a 1 (Foto: Arquivo Estado de Minas)

Timaço!

Aos 4 minutos, quase jogando o Mineirão ao chão, Palhinha fez o primeiro gol. O estádio ainda balançava quando, 6 minutos depois, ele mesmo fez o segundo!

Lula, aos 14, diminuiu para o Inter. Mas Joãozinho, aos 21, fez o terceiro. Valdomiro aos 39, fez o segundo do Inter e assim o primeiro tempo, a duras penas, terminou em 3 a 2 para nós.

Iniciada a etapa final, logo aos seis minutos Zé Carlos marcou contra e o Inter empatou. O jogo se transformava quase que numa batalha física.

Dois jogadores faziam o estádio prender a respiração quando pegavam a bola: Joãozinho e Lula. Dribles “impossíveis”, jogadas que hoje estaríamos revendo com frequência se tivéssemos em 1976 a tecnologia de hoje.

Cinco minutos depois do empate, Palhinha foi expulso, piorando o que já estava difícil. Com dez jogadores, passamos a sofrer uma obstinada pressão do Inter, comandada por Falcão e Caçapava, em busca do gol da vitória. Nossos jogadores se multiplicavam em campo, recuando para defender.

Num verdadeiro milagre aos 18, Joãozinho, entorta Figueroa, e faz 4 a 3. Mas aos 25, Ramon voltou a empatar para o Inter, 4 a 4.

O Mineirão tinha momentos de apavorante silêncio. Joãozinho fazia talvez a sua melhor partida pelo Cruzeiro. Infernizou tanto o lateral Claudio Duarte que aconteceu o que todo mundo esperava: cartão amarelo prá ele. Ruben Minelli compreendeu que bastava mais um ataque do Joãozinho para surgir o segundo amarelo e a expulsão. Tratou logo de tirar Claudio Duarte, colocando Valdir.

O nosso ponta inesquecível não tomou conhecimento da substituição de seu marcador e continuou o baile até que aos 40 minutos, entrando na área, sofreu falta cometida exatamente por Valdir. Pênalti.

Silêncio total no estádio.

Nelinho pega a bola. Faz questão de nem olhar para Manga, sabidamente pegador de pênalti. Sinaliza que vai soltar a bomba costumeira no canto direito. Manga pula. E a bola entra no esquerdo. Deu medo sentir o Mineirão trepidando.

BATE PAPO NO QUINTAL

Os meus três jogos fantásticos estão registrados: 6×2 contra o Santos; 3×3 contra o Atlético e este 5×4 o Inter.

E você? Mande para este QUINTAL a relação daquelas partidas que nunca mais saíram de sua memória. Veremos depois quais foram, entre tantos, os três jogos do Cabuloso que ficaram na história.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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CRUZEIRÃO CABULOSO 14 X 3

Sem dúvida esta foi uma das melhores e mais emocionante partida que aconteceu no Gigante da Pampulha, eu estava lá, era a 2a vez que eu ia ao Mineirão, a 1a foi poucos dias antes, no clássico decisão de Mineiro do ano anterior se não me falha a memória e vencemos por 1×0, gol do Palhinha em jogada pela esquerda… claro, pelo então moleque e bailarino da toca, esse mesmo aí que brilhou como nunca neste Cruzeiro 5 x 4 Inter… foi assim que comecei a frequentar o Gigante da Pampulha e mais Cruzeirense ainda… outro jogo emocionante e que não sai da memória foi CRUZEIRO 2X1 SP, final da Libertadores e Cruzeiro 4×1 River, 1o jogo da final da Liberta de 1976. Más fica muito difícil escolher apenas 3 melhores jogos do Maior de MG e um dos maiores do mundo, teria que ser 10 melhores jogos

EDSON EDUARDO RIBEIRO DA SILVA

Tem quantos anos que o cruzeirinho rebaixadinho não ganha um título internacional ?

Fabricio Tadeu

E tem quantos anos que as cocotas não ganham um bicampeonato? Perai, 112 anos! Sendo que 50 anos só de brasileirão kkkkkkkkkkkkk quer zoar titulos com cruzeirense cocota? acorda.

EDSON EDUARDO RIBEIRO DA SILVA

Esqueceu da Libertadores em 2013, recopa sulamericana; e Copa do Brasil de 2014 em cima de quem???
Parabéns, as marias vão disputar à copa inconfidentes. Parabéns também para a Caldense.kkkkkkkkkkkkkkkkk

Fabricio Tadeu

Sabe o que é inesquecível Dalai? O péssimo conselho gestor não ter pagado a divida do Denilson na FIFA e ainda querer continuar a frente do clube, são honestos mas incompetentes. Se não fosse o Sérgio o Cruzeiro estaria com -12 pontos e sem poder contratar por causa da divida do Sobis. Vcs se gabaram demais mas na hora do vamos ver nao pagaram nada, até salarios atrasados de 2 meses entregaram pro Sérgio que colocou tudo em dia. Esse conselho gestor foi uma piada.