AGORA SÓ FALTAM 36 FINAIS!

O título da coluna de hoje foi inspirado em Kleber Gladiador que, logo depois do jogo contra o Brusque postou mensagem enaltecendo a contribuição da torcida para a reação do time e a vitória. Kleber, que já brilhou em tantos gramados, sabe o valor da arquibancada “quente” durante uma partida, e recomendou que os cruzeirenses vejam os demais jogos da tabela como “36 finais”. Ele se dirigia especialmente aos torcedores que se habituaram a comparecer apenas em decisões de títulos, mas que, agora, precisam passar uma “força extra” ao time.

A observação, partindo de experimentado jogador, sempre lúcido, arguto, em suas declarações, mostra não apenas a força da arquibancada, mas, inversamente, a falta que ela faz. O detalhe é importante porque o nosso calvário na B, nesses últimos dois anos, desenrolou-se em sepulcral silêncio das arquibancadas, em razão da pandemia. Atleticanos felizes como pinto no lixo e que não se cansam de nos torpedear com gozações pelo tri-na-B fingem desconhecer as circunstâncias excepcionalíssimas que causaram o fenômeno jamais visto no mundo: um time da grandeza do Cruzeiro permanecer três anos seguidos na segunda divisão. Foram dois fatores básicos e um sequencial: Tsunami interno arrasando com o Clube moral e financeiramente; Pandemia mundial. O subfator, originado do vírus, foram as arquibancadas vazias. 

No atual futebol brasileiro, Palmeiras, Flamengo e Atlético mineiro, sem dúvida, são os times mais aparelhados, nos últimos três anos. Num exercício da imaginação, transfira-se o   “tsunami interno” sofrido pelo Cruzeiro para qualquer um deles. 30 dias depois, aplique-se a pandemia. Fariam diferente?

Saibam, portanto, os atleticanos gozadores do “BBBruzeiro” que temos plena e absoluta consciência destes fatos:

1. Em razão desses excepcionais fatores internos e externos, estamos, sim, comendo o pão que nem o diabo amassou;
2. Vivenciamos agora uma penosa reconstrução, misturando expectativas e temores;
3. O que nos anima neste presente difícil, são duas forças imateriais valiosíssimas: uma vem do passado, outra do futuro.  A do passado tem muito a ver com os atleticanos. Dezenas e dezenas de anos, a gente colecionando títulos e cantando na arquibancada: “Não ganha nada, time sofredor…” Isto não tem preço! 

Para o futuro, a esperança está sendo construída dia a dia.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Vitor Roque – Se você, com reluzente Rolex no pulso, pilotando BMW vermelha, conversível, tem o pneu furado em região escura, dominada pelo PCC, precisa consultar Mãe Dinah pra saber que será assaltado?

Mutatis mutandi, era a nossa situação com Vitor Roque. Cuidamos da joia com o zelo e a inocência de Madre Superiora protegendo noviça. A cruel diferença é que o nosso “convento” não tem proteção de muros. Lá fora, crupiês com anos de malandragem, antigas cafetinas bem-sucedidas, gente que se diverte dando nó em pingo d’água, estelionatários de formação europeia, posicionam-se como gaviões de olho em filhote de pardal. Só esperam o momento de arrebatar o imberbe. Faltaram-nos “malandragem”, desconfiômetro e um pouquinho de inteligência emocional alertando para nos anteciparmos ao que acontece, geralmente, em situações semelhantes. Quantas vezes já vimos este filme? 

Outra vez, SSR mostra que faltou às aulas quando a lição era “Como preservar jovens talentos”. Não se preocupou nem quando Alexandre Mattos, mandado embora do Cruzeiro, pela porta dos fundos, aterrissou direto no Athletico Paranaense…

2. SSR pede música no Fantástico – Como se sabe, exceção pra disco de sertanejo universitário, tudo tem um lado bom. Com essa de agora, SSR completou seu hat-trick e já pode pedir música no Fantástico. Começou com os sete jogadores do Sub-20, em Chapecó. “Mancharam a honra do Cruzeiro” ao receberem garotas de programa num hotel. Levaram pena máxima: expulsão. Alguns, como Pedro Bicalho, no Palmeiras, se tornaram campeões. Em seguida, pelo mesmo excesso de “habilidade”, “prudência” e “logística” no trato de pequenas joias raras, perdemos o garoto Estevão.

3. Jorge, habitualmente inspirado, desta vez extrapolou no item “pinto no lixo”. Convido a todos os cruzeirenses a fazerem o que fiz: salvei o comentário do |Jorge e arquivei. Deixei prontinho prá esfregar na cara dele quando a roda girar. 

4. Teobaldo faz bem bolado contraponto ao GARIMPO. A cruel lição anterior foi de Victor Hugo, desanimando noviços: 

“Escrever ou é muito fácil… ou é impossível”.

Teobaldo descobre em Pablo Neruda umas gotas de cicuta, com rótulo de tranquilizante, pra temperar a lição:

“Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto; no meio, coloque as ideias. ”

Simples, assim.

5. Carlos Aguiar concorda com o blogueiro:

“… durante o primeiro tempo (contra o Bahia) poderíamos, sim, ter aproveitado os espaços cedidos pelo adversário e aberto o placar. ’’

O que mais preocupa, Carlos, é que foram chances claríssimas de gol. Em jogos anteriores também aconteceram. Isto se chama deficiência técnica que pode ser atenuada com treinamento intensivo de finalizações. Será que estamos fazendo?

6. Imperdível – Sandro Gonzalez – “O CEO mais admirado do Brasil”, lançará dia 25, de 18h às 22h, na Leitura do BH-Shopping, O VALOR DA PESSOA – Gestão Humanizada.

Ainda não li e já gostei.

7. Sem Paciência – ainda no módulo Devaneio – arma novo colar de “pérolas”, com destaque para esta:

“…Aquele “Almoço Grátis” que vc já taxou até de Fake News estará acabado no final deste ano. E funcionando no início do próximo. ”

Meu caro Sem Paciência, a sabedoria popular adverte: “Passarinho alegre é papá de gato”. Antenado como é, você deve ter cruzado nestes últimos dias com uma notícia inquietadora: o Atlético estaria com uma dívida astronômica, seguramente a maior do Brasil, suportando juros inimagináveis de R$ 500 mil por dia…

Você não acha que ainda está cedo pra se definir que, sim, existe almoço de graça?

8. Murilo Andrade Marçal, curto e grosso:

“Dalai, o Cruzeiro vem há anos sendo roubado com a anuência do Conselho Deliberativo, hoje tem um treinador medíocre, com um elenco ainda mais medíocre ainda, não vai subir este ano, novamente. ”

Murilo, estamos em um momento de transição, com razões pra ver o copo meio vazio, tal como você, ou meio cheio. Já fizemos alguns bons jogos. Não é possível continuar errando tanto. Vamos acreditar!

9. Cruzeiro sim! firmando-se como desportista cita jogadores atleticanos que, através dos tempos, conservam a admiração geral de todas as torcidas: Reinaldo, Cerezzo e Luizinho. Assino embaixo. Quanto a Luizinho vou mais à frente: Juntamente com Gamarra é o melhor zagueiro que já vi atuando.

10. Teobaldo/2 retorna pra perder ponto batendo lateral: No vácuo da bela mensagem de esportividade escrita pelo Cruzeiro sim! relembrando craques atleticanos, replica relacionando jogadores que não se deram bem vestindo a camisa mais bonita do Brasil: Bendelak, Tobi…

Que feio, Teobaldo! Você quer que a gente divulgue a nossa  lista? Ou basta lembrar Kanapis…

GARIMPO

“É preciso dar tempo ao tempo’’

(Miguel de Cervantes)