“AINDA ESTOU AQUI”

Conhecemos aqueles sustos. As saídas malucas, com passes pra atacantes dentro da pequena área.  Uma ou duas vezes, em 90 minutos, seria tolerável. Mas a todo momento, não! É inimaginável que a gente não tenha ainda encontrado um jeito de sair positivamente com a bola. Cada saída, um drama cardíaco pra 10 milhões de torcedores. 

Fernando Diniz teria deixado maldição? Sal grosso existe é pra isto.

Meu caro Leo Jardim, ponha a turma na sala e passe o vídeo do jogo, comentando jogada por jogada com ênfase em três trechos:

1. Nossas saídas de bola;
2.  Passes agudos de ataque (facão);
3.  Escanteios e faltas cobrados.

Repita lances uma, duas, três vezes para que se implante a noção do que não devemos fazer.

Você ainda não tem culpa, em razão do tempo curto. No pós jogo, estimou em um ou dois meses o prazo para uma razoável assimilação de novo sistema. Não temos este prazo porque o campeonato mineiro está em suas fases finais e queremos o título. É agora. A semana que começa hoje, com treino nesta manhã, tem de ser aproveitada no mínimo 10 horas por dia. Faça um favor para a Nação Azul: aplique um sistema de emergência para estas finais do mineiro, focando saídas e finalizações. Só isto e seremos felizes.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Mineirão, sábado? Ontem foram 39 mil torcedores, sábado poderão ser 60 mil, se o América decidir pela lógica.

2. Nada como um VAR amigo! O Atlético não precisava de ajuda. Mas assim como aconteceu contra o Cruzeiro, a parcialidade da arbitragem é solar! Na primeira oportunidade dão uma forçada pra assinar o ponto.

O jogo com o Tombense estava encroado. Apesar do massacrante domínio de bola, só duas finalizações com endereço certo. 

A coisa poderia complicar no segundo tempo.  Logo no início forçaram a barra. Operaram o time atrevido do interior. A jogada passou pelos comentaristas sem problema. Todos destacavam que Cuello abaixou a cabeça até a altura da cintura pra tentar cabecear a bola, enquanto o lateral Júlio Henrique, parece que sem ver o atacante, atrás dele, procurava tirar o perigo da área, como é sua função. O jogo prossegue, passa um precioso tempo.

Imagina-se a nervosa discussão na cabine do VAR: “Vamos agora? Ou esperamos chance melhor? Mas e se não aparecer…”

Decidem chamar o árbitro. Vergonha!

No mesmo nível da patuscada de quarta-feira.

Os apitadores têm de dar oportunidade ao Atlético de mostrar que pode vencer por seus méritos. Como aconteceu na cobrança de falta no segundo gol.

Pra que manchar a vitória?

3. Romulo queria saber se o blogueiro comentaria a atuação de Hulk. Claro que sim. Deu tudo certo e ele saiu de campo devolvendo em sorrisos os aplausos da torcida. Bateu muito bem o pênalti tungado e fez golaço de falta. No primeiro tempo, sem gols, já havia começado a emprenhar o árbitro pelos ouvidos. Continua craque e chato.

4. Caixa postal – Respondendo aos dois maiores questionamentos, inclusive nos grupos sociais, após a coluna de quinta-feira: sobre a maciça presença, aqui, de atleticanos e a minha cirurgia:

a) o blog se chama QUINTAL pra isto mesmo. Fica nos fundos e não tem cerca. Só não entra baixaria. Mas os atleticanos são sazonais. Time em queda, some todo mundo.

b)  a cirurgia, caríssimo David,  é pra corrigir um problema que até então nunca tinha ouvido falar: síndrome do túnel do carpo (punho); um formigamento doloroso na área dos punhos, com reflexo nas mãos e nos antebraços. Nada de “hulktite aguda”, como diagnosticou Marcelinho Mineiro.  Quarta-feira operei a esquerda, com o ortopedista Antônio Tufi Neder Filho. Um dos maiores especialistas em mãos, do Brasil. Cruzeirense roxo como nós. Pena que nada possa contra  a Mão Grande.

5. Ainda Lyanco – Por falar em Mão Grande, diretores do Cruzeiro pediram e tiveram acesso às gravações do VAR sobre o clássico. Segundo Alexandre Mattos, o Rodolfo (Toski Marques) em 2 segundos disse “Acidental, acidental”, condicionou todo mundo e ficou por isto mesmo”.

Para a FMF houve erro grave em não alertar o árbitro sobre a evidente necessidade de exame do lance.

O VAR curitibano, que decidiu o clássico, está suspenso. Fora das finais do mineiro.

6. A dolorosa da semana – Do meu sobrinho atleticano Jamil Canan recebo, quinta-feira, via Whatsapp, pôster com foto de Fernando Diniz e a legenda ferina: “Ainda estou aqui”. Virou título de coluna.

7. Marcone Barbosa – Mistura de eficiência com gentileza. Seis anos depois de deixar o Marketing do Cruzeiro,  convidado a voltar. Estava no América. Aceitou e tomou posse nesta semana, escrevendo:

“A vida é feita de histórias que se entrelaçam, de caminhos que se cruzam e de momentos inesperados que nos chamam de volta pra casa. Com o coração cheio de gratidão e determinação, retorno. O Cruzeiro não é apenas um clube, é um compromisso e uma missão. Volto com a mesma energia para construir novos capítulos de glória. O recomeço é agora, e ele começa com a certeza de que o melhor está por vir. Vamos, Cruzeiro!”

8. Ilha da fantasia – Notícias sobre salários de jogadores causam crescente espanto. Um milhão de reais virou salário mínimo. Fica-se com a impressão de que o dinheiro de “nosoutros” é de fantasia. Não passa de centavos. Há um pequeno e exclusivo mundo “irreal” orbitando fora do nosso. Na semana passada a coisa alcançou níveis de estratosfera, com as negociações sobre a reforma do contrato de Vini Junior. Só termina em 2027, com multa rescisória de um bilhão de euros (cerca de 5 bilhões de reais). O salário mensal no Real Madrid é de 4 milhões e meio de reais. Noticia-se oferta do Al Ahli de 2 bilhões e 300 milhões de reais pra levar o craque.

Parem este mundo (o nosso) que muita gente quer descer.

GARIMPO

“Fazer a vida valer a pena não significa acumular riquezas ou status, mas sim viver com propósito, em equilíbrio”.

(Cacá Diegues)