AMÉRICA 2 X 1 CRUZEIRO

Pelos primeiros 15 minutos, com uma bola na trave, defesa milagrosa do goleiro americano e domínio absoluto do campo, ganhando todas as divididas a impressão é que tínhamos um novo time do Cruzeiro.  O tempo passava, mas o gol não saía e, pouco a pouco, voltamos a ser o que éramos: desajuste no terceiro passe, competividade dando lugar ao nervosismo e com ele uma das suas mais nefastas consequências: os chutes fracos, sem qualquer perigo, como se fossem bolas atrasadas para o goleiro; matam a jogada, desanimam, constroem uma confissão de incompetência, de ausência de esquema de jogo.  Começamos a perder o jogo com estas jogadas ridículas, inúteis, pisoteando a esperança de reação. No mesmo nível os lançamentos pra ninguém, enquanto o time aceso, avançado, volta de cabeça baixa, frustrado. Estamos vendo isto nos últimos jogos. E esperamos não ver mais, com o novo comando técnico que deverá ser anunciado em breve pelo diretor Pedro Martins.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Pezzolano deixa o Cruzeiro– Foi bom enquanto durou. Excelente, o trabalho feito pra vencer a Série B e o técnico recebeu as merecidas homenagens da Nação Azul. Porém, com a reformulação do elenco, Pezzolano não havia encontrado ainda o tempero necessário. O pior reflexo disso foi a falta de um time titular pra jogar partidas seguidas, além da escalação de peças certas em posição inadequada, como vem acontecendo, por exemplo, com Bruno Rodrigues e Nikão.

2. Bruno Araújo de Carvalho – redigindo seu comentário dois dias antes do jogo contra o América, não vacilou:

“A eliminação bate à porta no Rural e temos que juntar os “cacos” pra mais uma “pré-temporada” que teremos até o fim de semana do dia 16 de abril (data de nossa estreia na Série A). Que as boas oportunidades de mercado sejam aproveitadas pela diretoria e que traguem algumas peças pontuais para reforçar o arremedo de time que estamos vendo em campo…”

Toda razão Bruno. Nos primeiros 15 minutos dos dois tempos, tivemos um time em campo, disputando as jogadas com garra e eficiência. Não tivemos competência pra fazer um gol, não conseguimos manter aquele ritmo e passamos a queimar à esmo as oportunidades de ataque. A maré virou. Uma pena.

3. Atlético 1 x 0 Athletic – O que dirá a barraca atleticana depois do descalabro ocorrido sábado? Depois de um primeiro tempo sem sequer um chute a gol, os atleticanos contaram com falha incrível da defesa adversária pra fazer 1 x 0. Em seguida, o lance capital:  o árbitro não quis ver aquele pênalti, mesmo tendo a atenção chamada pelo VAR? Felipe Fernandes Lima, o homem do apito, merece entrar na folha de bicho dos jogadores alvinegros.  Operou cirurgicamente o Athletic marcando a seu favor faltas duvidosas no meio de campo ou em sua própria intermediária e, a favor do Atlético faltas mais que discutíveis nas imediações da grande área. O “jeito Hulk de simular” arranjou umas três. Vergonha!

É de se imaginar o que faria o árbitro se o lance ocorresse na área do Athletic, com Hulk tomando aquele soco na garganta desferido pelo goleiro Júlio Cesar… Claro, o atacante após rolar durante algum tempo “desmaiaria” provocando a intervenção da equipe da ambulância, enquanto os mais exaltados pediriam a prisão em flagrante do goleiro, abertura de inquérito, etc. O árbitro Felipe Fernandes inovaria marcando “pênalti duplo” a ser cobrado duas vezes e valendo dois gols. Alguém duvida?

4. Peppeu cobra do blogueiro posicionamento sobre a notícia divulgada quarta-feira do não indiciamento de Wagner, Itair e cia. Ltda.

Meu caro Peppeu, não houve tempo. Quando tomei conhecimento, estava quase começando o jogo no Mineirão. Eu só cuidava do Secador Malloory, alugado do Augusto.

Quanto ao não indiciamento, trata-se de decisão unilateral de delegado de polícia que, concluindo o Inquérito Policial entendeu que culpados, no Cruzeiro, são o Conselho Deliberativo e, especialmente, o Conselho Fiscal que assistiram, impassíveis, os desmandos administrativos não tomando qualquer iniciativa para impedi-los.

Felizmente, esta não é uma decisão definitiva já que o Ministério Público pode revertê-la. Por essa tese, nenhum presidente da República, nenhum governador ou prefeito deve responder por seus atos danosos ao interesse público, porque todos têm um Tribunal de Contas e o poder legislativo para vigia-los, impedindo iniciativas que prejudiquem o povo. E se responsabilizando pelo que de mal venha a acontecer.

Como o Direito é, basicamente, bom senso, o leitor, ainda que não versado em leis, já terá concluído que essa tese é absurda. Nos regimes presidencialistas, inclusive nos clubes de futebol até então, é impossível a fiscalização prévia de atos danosos ou criminosos, porque cometidos às ocultas ou disfarçadamente. Em seguida, balancetes maquiados vão fantasiando os números, impossibilitando a conferência efetiva, sem se falar nos “conselhos fiscais” formados pelo próprio grupo de comando. Bom exemplo é a sempre lembrada contratação de Rodriguinho, anunciada como um feito extraordinário do “Mitair”, já que o disputado craque teria vindo só por salários… Descoberto o “tsunami”, verificou-se dívida astronômica com o clube de origem. Da mesma forma a enésima reforma de contrato de Fabio, quando se encontrou o pagamento de 700 mil reais a um misterioso “intermediário” (???) desconhecido do goleiro.

5. Zezinho censura o blogueiro pelo silêncio quanto aos “belíssimos gols marcados nas jogadas de Paulinho e Hulk” no jogo contra o Millonários:

“… demonstra o que já sabemos… uma terrível dor na “articulação sinovial existente entre o braço e o antebraço”.

Sim, dor de cotovelo! Mas passou logo, ante a perspectiva de, no sorteio, vocês pegarem de cara o Palmeiras ou o Flamengo!

6. Luiz Barcelos lamenta:

“Ainda penso que deveríamos ter mantido a base do time do ano passado, buscando reforços pontuais para se adaptar à Série A…”

Meu caro Luiz, foi feita uma aposta e não está dando certo. Acho que nosso ex-técnico não acertou o tempero dos novos ingredientes. Às vezes, com uma mudança de posição e a troca de um companheiro, a coisa engrena. A esperança é que isto aconteça com o novo técnico, porque não é possível que tenham, de repente, esquecido como se joga futebol.

7. Bernardo cutuca:

“Dalai, você gastou dinheiro atoa com o aluguel… seria melhor ter doado pra seu time”.

O secador funcionou por 45 minutos depois ficou sem bateria, mas não deu aviso.

8. Romulo não se conforma com a marcação do pênalti feito por Rever, no Mineiro, e diz que em lance semelhante na área do Millonarios o VAR chamou a atenção do árbitro que resolveu não conferir. 

Romulo, me desculpe, mas os dois lances se parecem da mesma forma que o tamanduá bandeira se assemelha a um beija flor.

GARIMPO

“O sábado é uma ilusão.”

(Nelson Rodrigues)