CAMINHADA DE MIL QUILÔMETROS COMEÇA COM O PRIMEIRO PASSO

E aconteceu terça-feira, com a apresentação de 23 jogadores e do novo treinador Paulo Pezzolano, uruguaio, 38 anos, uma aposta audaciosa. Tudo é novidade, na Nova Ordem. O denominador comum é a vontade de acertar. A certeza da importância do trabalho que está sendo iniciado, sob os olhares do mundo esportivo. Somos cobaias de uma experiência que veio pra ficar e tem tudo pra dar certo em razão das pesadas responsabilidades assumidas pelo dirigente da empresa. Ninguém vai se beneficiar tanto quanto ele, com o êxito da empreitada. Mas também, em caso contrário, assumirá sozinho o ônus. Daí, o longo pensar. E o rigoroso pesar dos fatos, antes das decisões. Sem pressões ou “compras” de apoio como era o hábito.

Foi bom assistir ao desfile de caras novas na Toca. A esperança estava em todos os cantos. Apesar do tamanho do desafio, a confiança no alcance das metas. Era evidente a sensação de estar presente no momento histórico de reconstrução de um gigante abatido, em sequência, por um tsunami e uma pandemia.

Com rara felicidade, o zagueiro Maicon resumiu esse sentimento: “não é a proposta e sim o propósito”.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. José Antônio não vê qualquer problema no Atlético, nem com Diego Costa, nem na construção da Arena MRV, enquanto nossas dificuldades se multiplicam. Será assim mesmo, José Antônio? Com tanta vaidade e egocentrismo passeando juntos, do outro lado da lagoa, não acontece nem uma rusguinha?

Desculpe-me, mas ainda neste mês de janeiro você terá esta confiança abalada.

2. Rodrigo Valu vai na mesma linha de José Antônio e explica que eventuais atrasos de pagamento na Arena são problemas de empresas terceirizadas. O Atlético não tem nada a ver com isto. Rodrigo ainda puxa a orelha do blogueiro:

                 “… o senhor sabe disso. Mas quer causar intriga e joga isso ao vento. ”

Meu caro Rodrigo, vale pra você o mesmo lembrete dado a José Antônio: quando se manipulam ingredientes naturalmente explosivos como vaidades e egocentrismos uma hora o caldo entorna.

Isto é natural. São ídolos, mas também são seres humanos…

3. Augusto põe em dúvida a supremacia celeste por meio século e pergunta:

“…. Será que foi assim mesmo? Será que vocês sempre foram os melhores de Minas tanto tempo? ”

Fomos sim, Augusto. Houve interrupções, mas por curtos períodos. Quanto a usar camisas de adversários que nos tiraram títulos, tornou-se a coisa mais comum nos jogos do Atlético ver torcedores com camisa do Borússia, do Bayer, do Estudiantes.  Era a única forma que o atleticano tinha de rebater, ainda que de forma tão estranha, as gozações sem fim que fazíamos. Isto são fatos.

4. Geraldo acredita na reconstrução, mas se confessa intrigado com o silêncio dos que hoje comandam o Cruzeiro. Geraldo, temos de nos adaptar. Em vez da diretoria clássica de um clube de futebol, com mil interferências externas (conselheiros, torcedores, imprensa), temos uma empresa, conduzida por seu dirigente. Ele consulta apenas seu staff, em segredo, pra decidir. A apresentação do novo técnico, Paulo Pezzolano, e dos jogadores, terça-feira, foi uma amostra desses novos tempos. Vamos torcer pra dar certo.
5. Sem Paciência acusa o golpe e admite problema com o craque:

                “…se para Diego Costa está ruim, pague a multa e vaza! Só queremos quem quer trabalhar no Atlético…”

Óbvio, isto não é o fim do mundo. E talvez represente um milésimo das dificuldades que enfrentamos.  Mas não deixa de sinalizar nuvenzinha escura num céu que, aparentemente, era de brigadeiro.

Noutro contexto, Sem Paciência  a meu ver se equivoca no enfoque do fato, relatado na coluna anterior, sobre o meu cancelamento por um grupo, em razão do texto Cuca Legal.

Se dentre 46 grupos cruzeirenses, antenadíssimos, só um me excluiu, não seria mais justo projetarmos a tolerância dos outros 45?

6. Lucio Carlos confia, desconfiando. Aplaude a coragem empresarial de Ronaldo mas censura o “desmanche” que sua equipe está fazendo na reestruração começada por Luxemburgo, Mattos e Pedro Lourenço.

Meu caro Lucio Carlos, suas dúvidas são as de 9 milhões de corações azuis. Não podemos, porém, nos esquecer de que ninguém tem mais interesse no êxito do empreendimento do que o próprio empresário. Na sua ótica essas mudanças eram necessárias. Na coluna de hoje tento mostrar que vale a pena ter esperança. E apoiar!

7. Davi Rodrigues de Souza aparentemente fez um bom comentário, mas as trincas começam a aparecer por causa de dois falsos pilares: pra justificar a penca de pênaltis favorecendo o Atlético, argumenta que o VAR apoiou todos eles… Óbvio, Davi. Mas ouça os comentaristas…

O segundo pilar, tão desacreditado quanto uma nota de três, é o argumento de que o Cruzeiro age como se fosse o único prejudicado pela pandemia.  Meu caro, o Coronavirus pegou todo mundo.  Mas o Cruzeiro já estava no chão, arrasado pelo tsunami Wagner/Itair. Entendeu?

8. Bruno Araújo de Carvalho proclama:

 “101 anos de história, com muito mais alegrias do que tristezas (…) Incomodamos muita gente e o “tão combatido, jamais vencido” voltará aos seus dias de glória, pra desespero de quem quis o seu fim! ”

Bruno, você antecipou a coluna de hoje.

9. Galo Doido New York, retido em casa por causa do gelo nas ruas, viciou-se em pesquisas estrambóticas. Como quem procura sempre acha, ele encontrou uma do “Classic Foot ball Shirts” que realmente coloca em primeiro lugar como a mais bonita do mundo a camisa do Venezia, da Itália, e em segundo a do Atlético Mineiro. Vale a pena conferir. A do Venezia é toda preta, com ilustrações amarelas. Como fantasia de Carnaval ou em baile Funk talvez fosse aceita. A camisa do Atlético indicada na pesquisa é branca, sem gola, listas coloridas nas mangas e um escudinho no peito.

Simplesmente um espantalho. O Atlético tem umas cinco camisas menos feias.

Sobre a azul estrelada escreve em caixa alta:

                “A camisa azul mais horrorosa do mundo continua sendo a mais feia do planeta. ”

Meu caro Galo Doido, ninguém precisa ser um Freud pra pressentir o seu subconsciente gritando uma verdade que o consciente não quer aceitar: O Cruzeiro tem a camisa mais bonita do mundo!

10. Jorge exagera:

“… tirando o Dalai, ninguém está preocupado com Diego Costa. Se ficar, bom. Se sair, ok. ”

Será mesmo, Jorge?

11. Laner de Lucena Murad, tal como o blogueiro, acredita que…

“enfim, após muita turbulência, o novo Cruzeiro vai tomando forma…”

As mudanças estão sendo radicais porque não poderia ser diferente após a sucessão de fracassos com uma nau sem rumo. Imagine, estamos agora sob nova administração e os conselheiros sanguessugas só poderão opinar e tirar proveito de produtos pra limpeza de piscinas, aluguel de quadras ou venda de ingressos de cortesia para as sedes sociais. Já é um grande avanço.

12. Romulo escreve longo e meticuloso texto sobre o Cruzeiro, com análise contábil de custos, perspectivas (sempre pessimistas, claro), não escapando nem os lamentáveis episódios da Missa de Aniversário, quando SR pretendeu falar.

Meu caro Romulo, omiti o nome e submeti seu texto a uma junta de psicólogos. Conclusão unânime: fruto de mágoas antigas.

Meio século de bullyng não desaparece em dois anos de títulos, mesmo com o algoz esfacelado. É o que sempre falo, o atleticano tem todo direito ao revide.

13. Leonardo Mello achou corretíssima a análise do Romulo, prevendo que os cruzeirenses vão “chorar de raiva”, mas ao pintar o inferno em que continuaremos, “o texto é coerente”… Achando que ainda é pouca desgraça, Leonardo acrescenta que a série B conta este ano com várias equipes grandes lutando para o acesso. Ou seja, a situação do Cruzeiro virou mesmo um parquinho de diversões para os atleticanos….

Que continuem assim. A sabedoria popular adverte: “passarinho alegre é papá de gato”.

14. Rei Melo, finalmente, aplaude a Nova Ordem:

“… já deu pra perceber que os antigos conchavos entre os sem vergonha de 2019 irão terminar…”

15. Cruzeiro sim, neste momento de tantas mudanças, pede respeito a ídolos como Fabio, Henrique, Sobis e Leo. Com toda razão. Quem não cultua o bom passado não pode ter bom futuro. São jogadores que sempre honraram a camisa estrelada mais bonita do mundo. Merecem tratamento digno. No meu curto período na presidência do Cruzeiro, quando a pandemia não tinha ainda trancado o mundo em casa, lançamos a campanha da Reconstrução, com a distribuição de carteirinha especial para os colaboradores. Como presidente, recebi a de número 000002. O zagueiro Leo recebeu a 01.
16. Galo Doido New York/2 retorna com nova pesquisa estrambótica. Desta vez, o TOP 10 most popular american football clubes on twitter during 2021. O ranking dos cinco primeiros: 1. Flamengo – 2. River Plate – 3. Atlético-MG –4. Corinthians – 5. São Paulo.

Meu caro Galo Doido, não exagere no chá de Santo Daime. Você queria alguma coisa diferente, quanto aos times mineiros em 2021, o Atlético anabolizado com quase meio milhão de reais e o Cruzeiro ainda no chão, pelo tsunami e a pandemia?

Vamos fazer um ranking dos últimos 50 anos?

Se quiser, podemos retirar dos anais do QUINTAL esta sua segunda intervenção.

17. Política – De vez em quando o vírus raivoso da política invade o condomínio e, como sempre, a polarização substitui a razão, abrindo espaço para briga de foice na cisterna. Sempre fico com a impressão de que os debatedores são muito melhores do que o candidato que defendem.

Votei em Bolsonaro, por exclusão, já que Lula e seus companheiros, aparelhando Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, BNDS, SUDENE e todos os demais órgãos públicos distribuidores de recursos, bateram o recorde mundial de corrupção.

Desculpem-me os que pensam diferente mas, pra mim, hoje, optar entre Bolsonaro e Lula é escolher o tipo de morte: decapitado ou fuzilado?