CASTIGO!

Tinha de ser assim? Tomar gol de duas crias cruzeirenses que a nossa incompetência deixou escapar? Mauricio empatando e depois Estevão, nos minutos finais, fizeram 1 x 2 que praticamente nos tiram da Libertadores. Passou um filme na cabeça do cruzeirense, rememorando a passagem dos dois, entusiasmando a torcida, e as trapalhadas administrativas que nos fizeram perde-los.  Mauricio foi trocado por Pottker e ainda pagamos um milhão ao Inter. Estevão, com 14 anos, foi retirado do Cruzeiro com a facilidade de quem tira pirulito da mão de criança.

Hoje, como quem quer escandalizar ainda mais a incompetência daquela “brilhante” diretoria, marcaram os gols do Palmeiras.

A torcida não merecia ver um time acuado, errando passes sucessivamente na nossa intermediária, armando contra-ataques do Palmeiras e fazendo de Cassio o melhor em campo. Uma tortura. Outra vez, jogamos no lixo os escanteios a nosso favor. Simplesmente, não sabemos aproveitar.

Com os paulistas subindo para o nosso campo, aumentando a pressão, fizemos 1 x 0 em ótima jogada de Marlon pela esquerda, aproveitada por Matheus Pereira.  Os paulistas elevaram o grau. Era o momento de Tevis ou Kenji potencializando nosso contra-ataque, mas Fernando Diniz só colocou o primeiro, no final do jogo. Dificilmente daria tempo.

Deixamos de garantir vaga antecipada para a Libertadores não ontem, mas nos últimos jogos, em que esbanjamos incapacidade. Simplesmente, não soubemos marcar gols. 

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Daronco – O Palmeiras não precisava de ajuda, mas o árbitro Daronco fez questão de colaborar, apresentando total ausência de critérios na marcação de faltas. A que resultou no gol de Estevão, por exemplo, não foi punida em outros lances.

2. Marcos Mineiro, escrevendo antes do jogo de ontem,  concorda com a coluna quando aponta nossa absoluta indigência técnica na cobrança de escanteios e faltas.  O resultado é sempre uma irritante inutilidade. E vem o óbvio questionamento: o que treinamos, afinal, que não aparece nos jogos? Marcos chegou a sugerir a contratação de antigos cobradores magistrais de faltas para assessorar nosso time  nesse quesito – Marcelinho Carioca, Nelinho, Eder, entre outros. Seria uma tentativa mais do que válida. Encerra com um lamento que é de toda a Nação Azul: “Dá tristeza ver o time jogar.”

3. José Antônio paga geral contra o blogueiro apontando vários pecados capitais: elogio sistemático de dois colunistas esquerdopatas, comunistas, como Fred Melo Paiva e Juca Kfouri: a insistência em abordar o tsunami (quem prova muito, prova contra si).

Meu caro José Antônio, abstraindo-se o viés ideológico, desnecessário numa coluna sobre futebol, os dois são excelentes na escrita. Estilo enxuto, direto, criativo.

Quanto à política, você acha, sinceramente, que há algum líder neste país que mereça ser seguido ou defendido? Já há duas ou três eleições, a escolha do voto consciente é no “menos pior”. Políticos pensam nas próximas eleições; estadistas, nas próximas gerações. Vamos torcer pra que surja um, livre de esquemas de corrupção na Petrobrás e Construtoras, mas também de rachadinhas, negociatas com vacinas, apropriação de joias, manipulação de órgãos públicos e lideres religiosos, genocídio indireto pelo descaso com a saúde pública. “Eu não sou coveiro”! lembra? A conta da negligência  “oficial” chegou a 300 mil mortos.

Quanto à insistência com tsunami, você não é o único a reclamar. Não sou eu, porém, que recomeço. Há sempre integrantes deste Bate Papo com aquela pergunta (desculpem-me) ganhadora do Nobel da Imbecilidade: “Uai, a pandemia só pegou o Cruzeiro, e por isso ele ficou 3 anos na B”?

Como responder, sem abordar a tragédia administrativa que tornou impossível nossa imediata recuperação?

Por fim, José Antônio coloca uma “OBS.”

“Ontem escrevi um texto sobre handebol que suas regras poderiam ser aplicadas ao futebol e foi deletado?”

O corte foi um equívoco de nosso grupo censor.

4. Troféu Papelão 2024 –  Aberto agora pelo QUINTAL pra premiar o maior vexame do ano. Vencedor ganhará um abacaxi pra comer com casca, ao som (alto) de um universitário sertanejo, daqueles de engordurar soda cáustica.

5. Mágoa que não passa – A fixação patológica, autodestrutiva, do atleticano contra o Cruzeiro já merece um Tratado de Psicologia. É inacreditável a sobrevivência de torcida e clube, com tanta mágoa e tamanha resistência em não aceitar a hegemonia azul de meio século. Nada mais eloquente do que um fato. Contra ele não se briga; aceita-se.

A via-crúcis atleticana foi bem relembrada pela “Galinha Magoada” na coluna anterior. Uma sucessão de fracassos históricos que contribui para esse banzo que sufoca hoje o território de Vespasiano Por isso o atleticano tem na boca esse gosto de cabo de guarda-chuva molhado. Vexame.

Navio afundando atraca em qualquer porto. Assim, à cata de uma bolha de oxigênio, o atleticano procura alento em qualquer nesga de oportunidade.  Augusto, por exemplo, se vale  de um adversário do Sada Cruzeiro, ontem, no ginásio Riacho, em Contagem . Atraca-se à única taboa de salvação que vislumbra:

“Hoje tem jogo contra o Neurologia pela Super Liga. Do jeito que a coisa tá lá pelos lados da Toca Azulina de Sousa 9.2 daqui a pouco eles vão jogar contra Psicologia, Psicanálise e outras áreas afins pra se a coisa melhora…”

O Neurologia Ativa é uma equipe de vôlei de Goiânia que, nesta temporada, venceu o Suzano, de virada. O jogo, que vencemos por 3 sets a zero, foi o último, do Cruzeiro, antes da estreia no Mundial de Clubes de Vôlei Masculino 2024, do dia 10 a 15, na Arena Sabiazinho. Os dois maiores campeões mundiais, Trentino e Cruzeiro, estão no mesmo grupo.

Já o Atlético tem sido um fracasso não apenas no futebol masculino. Também no feminino. E não conseguiu decolar o vôlei.

E aí, Augusto? Você escreveria de novo o que escreveu?

Isto alivia cabeça inchada após a derrota para o Vasco, a queda de Milito e a perda da Sul-Americana?

GARIMPO

“California: Um lugar ideal pra viver – se você for uma laranja.”

(Fred Allen)