COM JACARÉ E TUDO, RAPOSA ENGOLE BAHIA

No turno, um Jacaré atrevido mudou o rumo da toada e nos tirou três pontos, devidamente resgatados sábado. Com um detalhe animador: o gol de Stênio saiu quando o Cruzeiro atuava com 10 jogadores, pela expulsão de Brock. Outro detalhe ainda mais animador: em razão de distúrbios gastro intestinais, Rafael Cabral passou mal antes, teve de receber soro e por pouco não ficou fora da partida. Melhorou e corajosamente entrou em campo pra ser o melhor dos 22. Em três jogadas impediu o chamado “gol feito”. Em outra, teve a sorte de todo bom goleiro, com um petardo batendo na trave. Felizmente, para a restauração do time um dos desafios mais difíceis – sucessão de Fabio –  está se concluindo com distinção e louvor. Quanto aos reforços, Bruno Rodrigues não conseguiu aparecer no primeiro tempo mas no segundo, atuando mais pela esquerda e no meio, melhorou o rendimento. De um chute seu resultou o rebote do goleiro Danilo Fernandes, aproveitado por Stênio pra fazer o seu primeiro gol, como profissional azul. Paulo Siles deu mais liga no meio de campo, sinalizando melhoras para os próximos jogos. Com a semana inteira pra testar formações integrando os novos contratados, Pezzolano poderá surpreender no próximo jogo: sábado, 11h contra o Brusque, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Defesa, meio e ataque mais entrosados com as novas peças: um time pra frente, como é da nossa natureza, com menos sustos. 

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Presente em dobro –  o blogueiro não merece, mas recebeu em dobro seu presente de aniversário dia 23 de julho. Intimado pela família e confinado no hotel no Leblon, foi convidado pra assistir Cruzeiro x Bahia no Bar da Confraria Celeste, na rua Senador Vergueiro, 272, Flamengo. No pré-jogo haveria o lançamento do livro “O Time do Povo Mineiro”, organizado por Gladstone Leonel Junior e composto por trabalhos de 12 excelentes cronistas cruzeirenses. Uma turma sensacional me acompanhou na cerveja geladinha e tira gosto dos sonhos, até o jogo começar. Estreias aguardadas com ansiedade. Um time renovado parcialmente e que promete. No fim, vitória por 1 x 0, confirmação de folgada liderança, emoções entornando no ambiente e o prazer de ouvir dois cânticos especiais: “Parabéns pra você” “Existe um grande time na cidade…”

2. O Time do Povo Mineiro – lançado sábado, no Rio, com prefácio de Luiz Antônio Simas, reúne excelentes trabalhos de André Bueno Correa de Moura, Anna Carolina de Oliveira Azevedo, Bruno Henrique Parreiras, Diogo Henrique Silva, Éric Andrade Rezende, Fabricio Alves Farias, Geovano Moreira Chaves, Gladstone Leonel Junior, Gustavo Bueno Corrêa Moura, Gustavo Nolasco, Izabela Neves Xavier e Romero Marconi. Vale a pena conferir.

3. Banzo-covid – uma nova cepa da pandemia, surgida em Cuiabá, pegou em cheio a barraca atleticana neste QUINTAL. Gente forte, curtida nas batalhas da vida, não aguentou a reversão dramática das expectativas em 3 minutos. Céu e inferno se revezaram num piscar de olhos, derrubando todo mundo. Domingo à noite, Mineirão lotado, outra invertida dolorosa, contra o Corinthians. Voltou, na boca, aquele gosto amargo de cabo de guarda-chuva molhado que por décadas martirizou o reduto atleticano, enquanto brilhava a constelação mágica de cinco estrelas. A primeira, de uma série de vítimas, foi o Turco Mohamed. Mais um sinal do giro da roda. É inevitável.

4. Sem comparação – Os protestos da diretoria atleticana sobre um discutível pênalti sofrido por Hulk (sempre ele) no final de partida que já venciam por 1 x 0, passaram dos limites. Estão jogando o mundo no chão por um lance controvertido, que em nada iria influir na pontuação. Será que apenas para aumentar o saldo de gols vale a pena este escândalo? Fico pensando o que faria o Atlético se, em jogo empatado, tivesse o gol da vitória anulado porque um analfabeto funcional, integrante da cabine do VAR, errou no traçado da linha de impedimento…

5. Rei Melo conclui que “pensamos diferente e por isso não vai estender o assunto”, mas dá a tradicional catucada:

“Duvido que antes da quadrilha assumir ninguém viu o bando de pilantras lá no clube. ”

Se estiver se referindo a conselheiros que contribuíram para o naufrágio, sim, a gente os via “lá no Clube”. Mas, no campo da criminalidade, seriam apenas “batedores de carteira’’. Os chefões do crime organizado se reuniam no Gabinete, a portas fechadas. Repito, podiam até ser vistos entrando mas ninguém fazia a menor ideia do que era tramado, especialmente dos contratos assinados, cujos efeitos só muito depois ficamos sabendo.

6. Cuca Legal? – Ensinam os antigos: nunca se deve voltar ao lugar em que se foi muito feliz. Cuca já infringiu este conselho uma vez, e foi mais feliz ainda. Vale o risco?

7. Jorge, ensaiando para o Porta dos Fundos:

“Aproveito para agradecer aos cruzeirenses pela queda do Turco. Porque nós, atleticanos, já tínhamos feito tudo que estava ao nosso alcance, sem sucesso. Aí, os cruzeirenses começaram a campanha “Fica, Turco”. Tiro e queda…”

Meu caro Jorge, você tocou em ponto de saudosas recordações para a torcida celeste: “Fica, Celso Roth… fica, Tite…”

GARIMPO

“A indolência com proteínas gera violência. Sei disso. Já fui delinquente juvenil. ”

(Paulo Francis)