COMO SEMPRE TRICOTAMOS NO PRIMEIRO TEMPO!

Comparem-se os 45 minutos iniciais do Cruzeiro com o segundo tempo. São dois times diferentes e a gente se pergunta: porque desperdiçar um tempo inteiro com futebol de time de condomínio? Erros primários de passes, só acertamos em bola retardada.  E quando chega a Cassio anuncia-se um novo capítulo da novela “Desta vez, eu morro!”

Chutes ridículos a gol, revelando absoluta falta de treinamento.

No primeiro minuto de jogo quase tomamos um gol porque a partir do meio de campo, ao invés de atacar fomos retardando a bola, com a pressão do Betim aumentando a cada lance, como fazem nossos adversários.

Os primeiros 30 minutos se passaram sem um ataque efetivo, apesar do domínio de bola – 65 a 35%. Enquanto isto, o Betim quase marcava a todo momento, parecendo que jogava em casa. Até que fez mesmo o gol, incendiando a fogueira anti-Diniz na arquibancada. Triste, ver Gabigol, Dudu e Kaio Jorge em campo, sem receber bola, sem poder jogar como sabem, querem e podem, aprisionados num esquema anti-ataque, atuando como anônimos, sem serem apresentados aos demais companheiros. Uma lástima.

Mas vamos melhorar, finalmente.

O Imponderável F.C. passou a jogar a nosso favor, travando o “dinizismo”. Os ótimos sinais foram dados sábado. Com o placar de 1 x 0 para o Betim, aos 38 minutos do segundo tempo, o treinador se preparava para última substituição, “à  la Diniz”: sairia  Fabricio Bruno para a entrada de Wallace, ou seja, iriamos como sempre trocar seis por meia dúzia. Jogo paralisado, a placa com os números dos envolvidos já havia sido levantada pelo auxiliar do árbitro, quando o Imponderável travou o joelho de Kaio Jorge e ele, imediatamente, avisa que não teria condições de continuar. É então suspensa a ordem de substituição e trocam-se as placas. Sai Kaio Jorge, entra Lautaro.  Três minutos depois, Fabricio Bruno cruza na área e Lautaro, de cabeça, faz o gol do Cruzeiro.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Augusto é um dos mais sofredores atleticanos com a velha hegemonia cruzeirense. Não só do time de futebol. Dói-lhe, especialmente, o sucesso azul nos especializados, como vôlei masculino, um dos três melhores do mundo, futebol feminino, categorias de base. A reação comum de Augusto é minar as especialidades, lançando outras pra avacalhar: purrinha, cuspe à distância, bente-altas, finca, etc. Nesta semana, tirando de vez o seu sono, o Cruzeiro contratou Leo Bomfim pra coordenar o nosso futsal. Vem aí outro amasso.

Sentiu o golpe e passou recibo:

“Leo Bomfim será coordenador do futsal do Cruzeiro, em mais uma demonstração de que incentivar as modalidades alternativas sempre dá certo, principalmente quando o carro chefe da empresa não funciona há um bom tempo.”

Calma, Augusto, ainda demora um pouquinho o primeiro título. Enquanto isto, sugestão pra seus novos lançamentos: Free-Cell, Paciência e Boliche.

2. Escanteios – Tomara que Diniz tenha assistido a final da Copa São Paulo Sub-20. O Corinthians vencia por 2 x 0. Tomou o empate em dois escanteios cobrados pelo São Paulo na forma clássica: bola alta, tirando da pequena área para evitar a intervenção do goleiro.

Sábado, o gol do Betim saiu da cobrança bem ensaiada de um escanteio. Porque só nós não aprendemos?

3. Deyverson x Hulk  – Vi apenas os 20 minutos finais do jogo do Atlético contra o Orlando City, pelo torneio do FC Series, em Orlando, suficiente pra perceber a grave ameaça que Deyverson faz a Hulk, em busca do título de “Mais chato do futebol brasileiro”. Na área adversária, basta encostar e ele desaba rolando de braços abertos reclamando de falta. Ausência total de noção de ridículo. Sem contar as “gracinhas sem graça” a todo momento em campo.

Como a natureza pune, coube exatamente a ele tirar o título do Atletico ao isolar a bola, na primeira fase da disputa de pênaltis.

4. A Melhor da Semana surgiu após a derrota para o Athletic:

Fernanda Torres e Fernando Diniz disputando o Oscar – “Ainda estou aqui.”

5. Kaio Jorge, curto e grosso – No pós jogo, sábado:

“É claro que a gente não gosta de estar escutando vaia, mas é entender o momento. A torcida tem todo o direito de vaiar, de criticar, então a gente tem de calar a boca e jogar mais.”

6. Rafa, outra vez – Dia 30, quinta-feira, última coluna do mês, garantia de sangue novo correndo por este minifúndio. Como o Cruzeiro não deixa de ser incógnita nestes tempos difíceis, o aguardado texto de Rafael de Novaes Rocha está sempre no olho do furacão.

GARIMPO

“Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe”.

(Nelson Rodrigues)