CRUZEIRO CAI DE PÉ SOB APLAUSO DA NAÇÃO AZUL

Mais uma vez, a torcida azul brilhou na arquibancada, embora o time, no gramado, não tenha traduzido em gols um domínio de bola que chegou a 80% no primeiro tempo. 220 x 52 no item passes certos; 12 x 4, nas finalizações; 4 x 11, em faltas cometidas; 9 x 3 em escanteios. Nosso gol ficou por um triz algumas vezes, porém não tantas como no jogo em Porto Alegre. Ali perdemos a nossa classificação. Tudo, porém, sem dramas porque realmente estamos formando um time de futebol. Jogadores jovens, alternando classe e garra na retomada de bolas. Dá gosto ver este time jogar, sem chutes bizarros a gol, sem aqueles escanteios tão inúteis como um canivete sem cabo que perdeu a lâmina. Isto acabou, felizmente.  Agora, jogadas comprovando treinos táticos, encantam uma Nação. 

Mas não será nesta temporada que disputaremos o heptacampeonato da Copa do Brasil: Cruzeiro 0 x 1 Grêmio. Um gol “achado” que, entretanto, não deslustra a vitória do time gaúcho que soube se garantir. Não sem razões, os 42 mil torcedores aplaudiram as equipes ao final do jogo.  

BATE PAPO NO QUINTAL 

1. Imponderável F. C. entrou em campo ontem. O único dos três disputantes mineiros que está na zona de rebaixamento, o América, tornou-se também o único representante de Minas na Copa do Brasil. Classificou-se bravamente diante do Inter, no campo dele.

O Atlético, com a mesma vantagem de 2 x 0 no primeiro jogo, também não resistiu à pressão no Itaquerão e deixou que a disputa fosse para os pênaltis. Noite adentro, no noticiário de pós-jogo, foi doloroso ouvir o choro das “viúvas de Coudet”.

2. Bernard José de Assis quer saber se o blogueiro, tal como diz acontecer com Eduardo Silva, torce por Cruzeiro e Flamengo. Vamos por partes, como diria Jack: por décadas, o time carioca teve um freguês de luxo que, por coincidência, era o nosso maior rival. Isto irmanou as duas torcidas. E dura até hoje. No sábado, o Maracanã assistiu isto. Por muito tempo, porém, o meu “segundo time” foi o Athletico Paranaense. É que trabalhando no Fórum de BH, situado no Barro Preto, ao lado da sede social do Cruzeiro, era com um misto de espanto e admiração que via os ônibus da torcida paranaense pararem em frente à sede cruzeirense pra pegar ingressos, em dias de jogos dos dois, no Mineirão.  Enquanto outras torcidas tinham de ser escoltadas desde a entrada na cidade aquele episódio de harmonia me enchia os olhos.  Interessei-me pelo tema e descobri que em Curitiba o tratamento era análogo. Inclusive com churrascos de confraternização. Um sonho.

3. João de Deus Filho, equivocado, pede uma retificação onde não há nada a alterar:

“Só uma retificação: Na sua resposta ao Augusto, onde se lê “Cruzeiro é o maior de Minas”, poste-se “Cruzeiro foi o maior de Minas. Não existe uma forma de um time ser o maior de um estado, quando passa 3 anos numa série B, quando vê o rival ganhar títulos diversos. Afinal, fica mal pra credibilidade da coluna, publicar inverdades.”

Meu caro João de Deus, paixão tolhe razão. No enfoque deste tema, você se esqueceu da diferença fundamental de dois verbos: ser e estar. O Atlético está. O Cruzeiro é.

4. Antônio desabafa:

“Wesley, pra variar, moleirão, parece desligado do jogo, ele é quem tinha de interceptar aquela bola cruzada, estava à frente do lateral, não podia permitir o gol do Flamengo. Pagamos um alto preço pelas más escolhas de Ronaldo e sua equipe. Tivemos tudo pra derrotar o Grêmio e o Flamengo, mas falta qualidade aos nossos atacantes.”

Meu caro Antônio, na conta de Wesley incluam-se também aqueles chutes ridículos, verdadeiras bolas atrasadas pra goleiro, anulando ataques promissores. Mas não podemos generalizar as críticas porque há jogadores nos enchendo os olhos neste time do Cruzeiro. Você mesmo afirma que “tivemos tudo pra derrotar Grêmio e Flamengo”. Ou seja, jogamos muito.

5. VAR na berlinda – A correta anulação do golaço de Rony contra o Atlético, por estar cinco centímetros impedido, segundo milimétrica aferição, fez ressurgir a discussão sobre reformas de regras do sistema. Pra retirar esses detalhes nanométricos, incompatíveis com a rapidez das jogadas, a tendência é estabelecer uma faixa neutra de meio metro, por exemplo, facilmente perceptível pelos atacantes e defensores. Óbvio que sempre haverá casos que se decidirão por centímetros, mas o objetivo da mudança será permitir ao jogador, na grande maioria dos casos, a clara e fácil percepção de situações em que não há impedimento, por exemplo, quando disputa espaço corpo a corpo com o adversário. O bom senso agradece.

6. ACORDA FIFA! Outra mudança que poderia encerrar a permanente fonte de discórdia e suspeitas que é a prorrogação nas partidas: marcar o tempo acrescido, eletronicamente, só com bola em movimento, como se faz no Futsal. As tradicionais e irritantes ceras dos goleiros, gandulas e de jogadores fingindo contusão não mais teriam qualquer efeito prático. Novamente, o bom senso aplaude.

7. Rômulo, Marcelo e Zezinho formaram um virulento trio ocasional pra flechar o blogueiro de todos os modos possíveis, porque não suportam nossos dois vice-campeonatos do mundo. A crítica mais severa é que só dois times disputaram o título (?). Solidários nas pancadas, um traduz e explica o outro:

Rômulo: “O que o Marcelo quis dizer e que o Dalai se fez de desentendido, é que o Cruzeiro ficou em último lugar nas duas oportunidades que teve de participar da copa intercontinental. O Atlético não ficou em último, ganhou partidas e fez gols. Pra ficar pior, não somente ficou em último como também não conseguiu fazer um mísero golzinho sequer em suas duas participações somadas…”

Meu caro trio formado pelo fenômeno da “inveja comum”: A FIFA reconhece a Copa Toyota como torneio mundial. Eram mesmo só dois participantes na final porque não se descobriu ainda uma forma de colocar três ou quatro times disputando o mesmo jogo. Brincadeiras à parte, vamos ao que interessa:  a Copa Toyota reunia os campeões da Europa e Sul-americano. Entenderam? 

Desculpem-me, mas não se chega lá comprando um vale-transporte.

8. Romulo/2 volta distraído, não percebe que seu anjo da guarda estava conferindo o cartão de vacina antigripal, e escorrega feio na maionese: proclama que atleticano não tem clube “simpatizante”. Jamais “veste” outra camisa em outros estados, etc, etc, etc.

Meu caro Romulo, não se pode e nem se consegue tampar sol com peneira. A realidade é outra. Historicamente, vocês têm sempre um “segundo time” que é aquele que tira um título do Cruzeiro. Qualquer um, em qualquer torneio, como Eduardo Silva resume:

“Realmente, vocês não são simpatizantes de outros clubes, vocês vestem a camisa de outros clubes! Vestem a camisa de Borussia, Estudiantes da Argentina e muitos outros…”

Isto se chama realidade porque são fatos.

9. Bruno Araújo de Carvalho quer tirar o sono do Pepa:

“Já que temos contrato até o final da temporada com o Edu, porque não dar uma chance a ele? (…) Do que adianta jogar bem e não levar os três pontos? Se entrarmos nesse “Vibe” de jogar bem, mas não levar, pode trazer a longo prazo dificuldades para o nosso time. Acorda Ronaldo! Precisamos de mais…”

Assinamos embaixo.

 GARIMPO

“As estatísticas mostram que, a cada quatro segundos, uma mulher dá à luz um bebê. Nosso problema é encontrar essa mulher e impedi-la.”

(Henry Youngman)