EMOÇÃO AZUL:  MISSÃO MORUMBI

Contra o imprevisível São Paulo de Dorival Junior, o Cruzeiro entra em campo às 20h buscando mais três pontos na batalha que ainda é de fuga da zona perigosa. Pode, porém, se transformar em garantia de Sul Americana. Zé Ricardo, em fase de valorização na Bolsa de Técnicos, conta com a volta do meia Mateus Vital.  Mais opções no setor onde o time tem conseguido melhora progressiva. Com a semana para treinamentos, espera-se como sempre que jogadas no último terço, bolas paradas e, sobretudo escanteios, tenham merecido cuidado especial. Enquanto a camisa 9 estiver órfã, o remédio são esses ardis que surpreendem os adversários e definem vitórias. Certamente, essa orfandade é uma das responsáveis pelo horrível galardão de pior ataque do campeonato que “conquistamos” para esta 31ª. rodada.

Vamos passar hoje esse troféu pra frente?

BATE PAPO NO QUINTAL 

1. Teobaldo – sutil, marca de bicicleta no inicio do jogo. O Garimpo anterior, citando Charles Bukowski, falava de pessoas inteligentes com dúvidas e idiotas com certezas. Teobaldo, assumindo dúvida, questiona se a autoria não seria de Bertrand Russel…

2. Gustavo Bianchetti pega o blogueiro no pulo: Fred Melo Paiva deixou o sábado passar em branco, após a vitória do Cruzeiro no clássico? Não! Falha nossa, que um quase xará, Freud, explica:

Depois da carimbada oficial na Arena Meu Rival Venceu, não foi uma semana que passou no mundo azul. Foi uma eternidade…  E continua passando.

3. João de Deus Filho reabre a Caixa de Pandora e distribui maldições sobre o presente e o futuro do Cruzeiro. O passado ele respeita e esta foi uma das causas que lhe garantiram o Troféu de Guru da Racionalidade. Mas aumenta o grau de pancadaria na caminhada de hoje e no que nos reserva o amanhã. A tecla mais batida são os três anos na Série B. Noto que outros componentes da Barraca Atleticana também   amassam barro neste trecho amargo de nossa história apresentando-o, cada vez mais enfaticamente, como fato isolado, um inesperado mas prolongado acidente de percurso. Não! Esta é uma tática perversa que visa jogar na vala profunda do esquecimento as duas causas fatais, gigantescas, determinantes daquela situação. 1º. A administração dilapidadora de Wagner Pires, Itair Machado e Hermínio Lemos; 2º. A pandemia. Foi neste cenário de terra arrasada e sem as mínimas condições de reagir que passamos os três anos da B.  Imagine essa hipótese: Palmeiras e Flamengo, atingidos por estas duas tragédias sucessivas, fariam diferente?

4. Pênaltis – A recente eliminação do Fortaleza na final da Sul Americana continua rendendo discussões, pelos pênaltis perdidos. A grande dúvida: pênalti é loteria?  Óbvio que não. A trave tem 7 metros e 32 centímetros de comprimento e 2 metros e 44 centímetros de altura. Como pode o goleiro, sozinho no meio da linha de gol, tomar conta disso tudo, quando o batedor chuta a apenas 11 passos de distância?

Pelé dizia se sentir como um pelotão de fuzilamento. Penso que, de modo geral, a diferença é determinada pelo controle emocional do batedor. Sobretudo quando a disputa vem após prorrogação, sufocante cansaço e nervos estourando, quem deveria escolher batedores é o psicólogo, não o técnico. Quanto à cobrança em si mesma, tenho minhas conclusões, forjadas no tempo de atleta amador e, depois corneteiro de plantão: 1. Cobrança a meia altura facilita para o goleiro, que pula caindo. Se acertar o canto, pega; 2. Em razão desta lógica, a batida um pouco mais alta, no canto superior (não rente às traves) não tem defesa. Não precisa de força, basta colocar.

GARIMPO

“Aperfeiçoa-te na arte de escutar; só quem ouviu o rio pode ouvir o mar”.

(Altino Caixeta de Castro, Leão de Formosa)