EMPATE AMARGO

Perdemos dois pontos pela nossa ineficiência no ataque, ao não fazer o terceiro, e na defesa, levando mais um gol de bola parada.

Será que nosso comando técnico não conhece Payet? O francês coloca a bola onde quer, como o mundo inteiro sabe, mas não nos posicionamos de forma a neutralizar a segunda bola. No gol de empate, além do autor havia mais dois vascaínos livres, na entrada da área. Uma pena.

De lamentar, também, a ausência de um esquema positivo de ataque que nos permitisse uma vantagem maior. No primeiro tempo, como solução, passamos às ligações diretas ou os chutes ridículos para a defesa fácil do goleiro, lembrando que o golaço de Arthur Gomes não invalida essa observação.  23 cruzamentos para a área foram foguetes molhados. Perdemos inúmeras oportunidades de trabalhar melhor a bola, produzindo jogadas que poderiam resultar em gol. Pra piorar, o nosso meio de campo não repetiu as últimas atuações. Não conseguia reter a bola e permitia contra-ataques perigosos.

Em verdade, temos muito a melhorar, em especial fazendo o que o Vasco nos ensinou: aproveitar bolas paradas, treinar esquemas que surpreendam a defesa. Caso contrário, é continuar atrasando bolas para o goleiro adversário ou cobrar escanteios na cabeça dos zagueiros de 1,90m.

Lamentável.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Rossi – Pra jogar tão pilhado, deve ter sido magoado pelo Cruzeiro. Em toda falta recebida, rolava no gramado, à la Hulk, como se atingido por um míssil, reclamava do árbitro, discutia com o banco do Cruzeiro e até na entrada dos vestiários, no intervalo, bateu boca com Autuori. Cometeu o pênalti que resultou na virada azul, no minuto acrescido exatamente por sua discussão. Ainda inconformado, mesmo no banco, levou cartão vermelho.

2. Autuori – No pós jogo, afirmou que “sabíamos da jogada do Vasco nas bolas paradas”. Então o que faltou? Nas entrevistas, analisa e avalia antes o nível da pergunta, elogiando ou criticando o jornalista. Só depois, responde. Meu caro Paulo Autuori, com sua brilhante folha no futebol, principalmente com o Cruzeiro, seja mais objetivo, reduza as lições sociológicas e filosóficas.

3. Paixão – A decisão do campeonato mineiro feminino, domingo no Independência, com transmissão da Globo pelo canal aberto polarizou a atenção de cruzeirenses e atleticanos, tanto mais que não havia jogos da Série A. Se fosse Vôlei, Tênis ou Cuspe à Distância, a rivalidade seria a mesma. Muitas estrangeiras em campo, mostrando que os dois Clubes investiram pesado no Feminino, o que não vinha ocorrendo. Ligeiro domínio azul no primeiro tempo, com poucas oportunidades efetivas lado a lado. No segundo, o Cruzeiro, mais consistente, acabou premiado com o gol de Byanca Brasil aos 22 minutos.

Sem a muleta do VAR, o árbitro Richard Michel Lara Arruda teve de caminhar sozinho e fez um bom trabalho, salvo o cochilo dos dois cartões amarelos dados á defensora Dayana, do Atlético, sem resultar no vermelho porque, segundo confessou, esqueceu-se de anotar a primeira punição. Fim da partida e com as absurdas reclamações dos atleticanos, liderados pelo diretor de futebol Rodrigo Caetano, fico imaginando o que aconteceria no estádio e nas ruas, se o engano cometido pelo árbitro, de não expulsar após dois amarelos, fosse com jogadora do Cruzeiro…

Houve um lance polêmico, no primeiro tempo, com reclamação de pênalti contra o Cruzeiro. Também achei que foi, revendo o lance. Era interpretativo. Não pôde ser revisto pelo árbitro pela ausência do VAR. O mundo caiu! Estão chorando até agora, ao invés de lamentar a falta de reação da equipe que, com tanto jogo pela frente, poderia marcar e vencer sagrando-se tetracampeã mineira.

O domínio continuou sendo azul e, já nos acréscimos, em outro lance polêmico, interpretativo, o árbitro “comprado pelo Cruzeiro” (?) deu pênalti a favor do Atlético… Chance inesperada do empate, levando a decisão pra disputa de penalidades. Caminho aberto para o tetra campeonato…

O final, todo mundo sabe. Cruzeiro, campeão mineiro de futebol feminino. Estão reclamando de quem?

4. Palavrões, expressões chulas – O Bate Papo anterior foi recordista. Parecia grupo de meninos mal criados pelos pais, brigando no recreio, reproduzindo o vocabulário que aprenderam em casa. “Sua mãe é… sua irmã está na …”

Não há jeito de censurar, porque são e-mails falsos, criados apenas para essa horrorosa finalidade. Se um é cancelado, surge outro em instantes.

Nesses casos, a moral não é nem arranhada. O difícil de suportar é o extremo mal gosto.

5. Augusto – especializando-se em finas gozeiras sobre o drama azul, lambuzando-se na piada pronta que vinha sendo o nosso time, começa a ter dificuldade em manter o ritmo. Nas entrelinhas é perceptível que o arsenal está acabando.

6. João de Deus Filho confessa:

“Não entendi a resposta do Dalai quando afirma que “O Cruzeiro é o maior de Minas, mas o Atlético está o melhor de Minas”. Uai, se nós estamos (há praticamente 5 anos) então, o maior de Minas é o Atlético. Sei que é difícil reconhecer, ainda mais publicamente, mas não se cobre sol com peneira.”

Meu caro João de Deus, é isso mesmo. Inexiste incoerência. Há quase 5 anos, o reinado é atleticano em Minas. Agora, passe o foco para os últimos 50 anos…

7. Messinho – Após brilhar no Mundial Sub-17, Estevão, o “nosso” Messinho, que perdemos para o Palmeiras, foi alvo de proposta de 50 milhões de euros. Aos sete anos estava no Cruzeiro, como joia raríssima. Imperdoável a infantilidade com que foi “preservado”. Mais ou menos como armazenar, com ampla publicidade, diamante em local de conflito, entregando a segurança a noviça de convento.

 GARIMPO

“Se Hitler invadisse o Inferno, eu apoiaria o demônio”.

(Winston Churchill)