FALTOU O GLACÊ DO BOLO

Em uma de suas melhores partidas neste ano, o Cruzeiro encarou um dos melhores times da Série A, de igual pra igual, chegou a dominar em boa parte da partida, mas pecou nas finalizações. Dois ou três gols não feitos por falta de qualidade técnica, e nosso time passando a correr o risco de jogadas mortais do Fluminense, o que acabou acontecendo. 3 x 0 foi um placar mentiroso. Resultou das raras falhas de marcação de nossa defesa, aliadas à técnica refinada de craques fluminenses. Quando as oportunidades surgiram, souberam “matar” o jogo, coisa que não conseguimos em nosso tempo de domínio. Mais uma vez, sobrou transpiração e faltou inspiração no terço final do campo. Uma troca dos Vitor, Leque por Roque, talvez mudasse o resultado desta partida e das duas anteriores. A torcida, que bateu recorde em nossos jogos, teve essa mesma leitura de campo e apoiou o time até depois do apito final. Permaneceu festejando nas arquibancadas, aplaudindo os jogadores, que retribuíam. A emocionante mensagem foi de crença na recuperação do time, entendendo que o caminho de volta à Série A está bem pavimentado. De novo, perdemos ganhando. Isto se chama maturidade, com 58 mil testemunhas.

Afastados, da Copa do Brasil, da qual somos os únicos hexacampeões, teremos nosso próximo jogo domingo, às 16h, no Mineirão, contra o Novorizontino, pela 18ª rodada da Série B. Encontro marcado com a Nação Azul. 

A Copa prossegue, agora, com um único representante de Minas Gerais, que é o América.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Nação Azul emociona mais uma vez – 55 mil cruzeirenses após o termino do jogo permaneceram na arquibancada e camarotes para saudar os jogadores.   São heróis da esperança. Moralmente, há uma estátua de cada um no pavilhão de nossas conquistas imortais. Obrigado, amigo. Na foto que ilustra a coluna hoje, os jogadores do Cruzeiro aplaudem você.

2. Pezzolano precisa urgente de uma reciclagem emocional. Levou cartão amarelo ao reclamar de lateral dado corretamente para o Fluminense, como as câmeras mostraram. Em seguida, no meio de campo, a bola toca no braço do zagueiro Manoel. O árbitro não viu ou entendeu que não deveria marcar. A reclamação de nosso bom treinador foi inacreditavelmente desproporcional à importância do lance. Resultado: expulsão no final do primeiro tempo. Fácil imaginar o constrangimento no papo de vestiário. Na súmula, o árbitro Raphael Claus (SP) registra que o treinador depois do jogo pediu desculpas. Pezzolano, todos nós devemos e podemos aprender com os próprios erros.

3.Placar mentiroso – 3 x 0 para o Fluminense foi um placar mentiroso porque não reflete o que foi o jogo. Poderia ser favorável ao Cruzeiro. Ontem, no Maracanã, outro placar mentiroso: 2 x 0 para o Flamengo não reflete o amasso rubro negro.

4. Herói do apito – O juiz Wilton Pereira Sampaio (GO), que apitou Flamengo x Atlético, deu aula magna de arbitragem. Com autoridade, sem aparecer, domou as feras soltas no gramado. Hulk saiu duplamente decepcionado: primeiro, por não conseguir sair do bolso do zagueiro David Luiz; em segundo, porque de dez jogadas em que se envolveu e que de modo geral resultam em dez faltas para o Atlético, Wilton não marcou nenhuma. Show de arbitragem.

5. Manuel Panhame, pós recesso, volta ao QUINTAL mas escorrega feio na maionese. Sem perceber que seu anjo da guarda foi conferir a umidade relativa do ar, quebra regra fundamental dos historiadores: se esquece de que flagrante é coisa pra policial de plantão. Na fervura dos acontecimentos historiador nem pia. Só se conecta com fatos maturados, revisados, repensados. O seu habitat é iluminado pelo farol de popa. Joga luz no que passou. Nunca em manchetes de jornais do dia.

Inadvertido, Panhame volta-se para a proa, faz apressada, passionalíssima, análise da arbitragem de Daronco e “vê” “atropelamento do zagueiro Miranda no maior jogador destas Minas Gerais…” Para ele, pênalti “claro”.  Para o VAR DO BEM, nada a marcar… Para a maioria dos comentaristas de arbitragem, jogada normal.  Até Marcio Resende de Freitas, tão citado AGORA pelos atleticanos, não é seguro no seu comentário. Contrariamente, o que dominou o noticiário no pós-jogo é o esquema “assessoria auricular” do árbitro praticado minuto a minuto pelo insistente Hulk. Reprovação unânime nos programas esportivos. E recrudescimento da campanha pra que ele vá filmar em Hollywood…

6. Marcilio, fazendo gatos e sapatos do projeto de aproveitamento do quarteirão azul do Barro Preto. A ideia não é nova, tanto assim que já existem dois ou três estudos. Marcilio dá a sua “colaboração”:

“Então o Cruzeiro de repente ficou rico, vai construir um estádio e um shopping, kkk, porque não faz o shopping e lá no terraço faz um campinho, vai ficar legal! Vai jogar bola nas nuvens…”

Não ficamos ricos. Apenas estamos encontrando, pouco a pouco, a adequação necessária para o enfrentamento de graves problemas, sem abusar dos cofres públicos.  No Barro Preto, os anteprojetos já apresentados, em parceria com grupo empresarial financiador, preveem no terraço não um “campinho” e sim o parque social, com piscinas, campos de futebol de salão, churrasqueiras, etc. ou seja, o mesmo que o associado encontra hoje. 

7. José Antônio comete ato falho:

“…Insano como o Hulk incomoda essa gente! A que ponto chega a inveja dessa gente! Chega a cegar…! ”

José Antônio, já imaginou o quanto Hulk incomoda os árbitros, em 90 minutos de estreita convivência? E a vergonhosa “assistência auricular”, aquela choradeira insuportável em cada marcação ou não marcação de falta? Tudo visando preparar o ambiente psicológico para um eventual “pênalti estratégico”… Acontece que o “esquema Hulk” caiu no nível do bilhete premiado: tentam, mas ninguém acredita mais.

8. Rei Melo quer saber se nos últimos jogos o blogueiro foi ao estádio pra escutar “a verdadeira torcida …saber dos assuntos…” depois faz pergunta com DNA de acusação: “Você acha que alguém já esqueceu quem nos enfiou nesse buraco? ”

Não fui, mas de certo modo “escuto” a torcida pois tenho o privilégio de participar de 60 grupos no WhatsApp. A respeito de quem nos enfiou nesse buraco, torço pra ninguém esquecer. Principalmente a Polícia, o Ministério Público e a Justiça. 

9. Toinho continua confundindo má administração com tsunami. Definitivamente não admite a ocorrência do fenômeno sísmico interno que arrasou o Cruzeiro, semanas antes da chegada da Pandemia. Como reiteradas vezes se manifesta neste QUINTAL, para ele o blogueiro procura apenas encobrir desmandos administrativos ocorridos no Clube, com a conivência de conselheiros. Antes fosse, Toinho, porque aí teríamos condições de reagir, como aconteceu e acontece com vários Clubes. Não foi má administração. Foi assalto, limpando todas as contas. Na surdina. E deixando dezenas de bombas relógio armadas, que são os contratos absurdos assinados com jogadores, servidores e empresários.  Coisa de chorar. Sei, porque fui o primeiro a chegar, depois que eles saíram.

10. Bruno Araújo de Carvalho vai direto ao ponto:

“Precisaremos para o Segundo Turno de reforços pontuais para seguirmos com a campanha e números de acesso: velocistas capacitados pelos lados do campo. Até o nosso 9 não vem tendo muitas chances nas últimas partidas já que a bola não chega em condições reais para o gol (quando chegou, o VAR roubou). ”

Bruno, ótima análise, redigida antes do jogo contra o Fluminense.

11. Peppeu e Sassá armaram criativo “bingo” pra antecipar os temas do QUINTAL, que estariam sendo repetidos à exaustão pelo blogueiro:

                      “VAR, tsunami interno, pandemia, Campeões do Gelo, Hulk, Shopping, A roda gira…”

Para esta coluna (quinta-feira), Sassá foi específico, escrevendo antes do jogo contra o Fluminense:

“Perdemos mas ganhamos, O foco é a Série B, Toca-3, A roda gira (essa não pode faltar). ”

O danadinho acertou em cheio. Vou tentar me policiar mais, embora alguns temas não possam ser afastados, como por exemplo o giro da roda. Como ignorar que ela esteja se movimentando?

12. Jorge classifica de “preocupante” nossa derrota contra o Guarani. Tanta coisa pra você se preocupar com seu time, principalmente depois do baile acontecido de surpresa, no Maracanã, ontem. Noite de Gala em cima do Galo.

13. Juliano Damien, antes do jogo com o Fluminense, apontou as falhas gritantes reveladas contra o Ituano e o Guarani em especial as “chances cabais para liquidar a partida…” Uma premonição do que viria a acontecer terças-feiras. As oportunidades de “matar” o jogo surgiram e não foram aproveitadas por deficiência técnica. Mas o adversário aproveitou.

14. Atleticano dá uma entortada lamentável nas afirmações do blogueiro:

“… como bom propagador de mentiras e teorias da conspiração, o blogueiro não só comenta, mas descaradamente dobra a aposta. Primeiro, insiste na teoria de que todo pênalti no Hulk não é pênalti, ou nas palavras dele é pênalti estratégico…”

Nunca disse “todo” pênalti no Hulk não é pênalti. Deve ter algum marcado corretamente. O problema surge quando ele encontra um bom árbitro, como aconteceu ontem no Maracanã. Wilton Pereira também fez teatro e conhece encenações. De dez tentativas de Hulk, não caiu em nenhuma.

15. Cruzeiro sim! resume o jogo de terça-feira, contra o Fluminense:

“…poderia ter sido 3 a 0 para o Cruzeiro se estivéssemos numa noite de detalhes a nosso favor. ”

É isto. Tanto assim que mesmo com o time eliminado da Copa do Brasil por um placar dilatado, o torcedor permaneceu no estádio, aplaudindo a esperança.

              GARIMPO

“ A mãe dos idiotas está sempre grávida”

(Provérbio francês)