FALTOU O GOL!

Nos Estados Unidos, a boa notícia é que, tanto com o time A quanto o B, jogamos melhor do que o Atlético, inclusive com maior posse de bola. Nos dois tempos, se tivesse de ser apontado um vencedor, sem dúvida seria o Cruzeiro.

Há muito, ainda, a ser burilado, peças reposicionadas, mas já sobressai a categoria mais elevada do time. O sarrafo subiu. Em cada setor que a bola caia lá estava a eficiência azul. Sumiram os cabeças-de-bagre.  E é reconfortante ver que nas duas escalações o nível foi mantido, o que aumenta o bom dilema a ser enfrentado por Fernando Diniz. Potencialmente, há pelo menos dois bons jogadores para cada posição, inclusive no gol, onde Leo Aragão vem surpreendendo.

Pioramos num item importante: escanteios. Trocamos a chance de uma bola cruzada sobre a área, com várias possibilidades de jogada, desde que bem ensaiadas, por passes curtos, recuando à intermediária e, de lá, um chute quase frontal para o gol, com 90% menos perigo do que o escanteio. Bobagem das grossas. Não há nem comparação, quanto a potencialidade ofensiva, entre um escanteio e um cruzamento vindo da intermediária adversária. O que o time está fazendo com os escanteios deveria ser uma opção eventual, pra surpreender o adversário, jamais uma constante. Lamentável.

Como treinamentos servem pra isso mesmo, o que se espera é que Diniz não persista mais com sua  ITEMA (Intervenção Técnica Maluca).

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Inter&Co Stadium, em Orlando, e Estádio Paulo Paschoalin, em Ubá – O que há em comum entre estes dois campos de futebol, separados por 6.894 quilômetros?

Em ambos, em 48 horas, o Atlético sofreu arrastão de sua parte no gramado, tomado pelos adversários Cruzeiro e Aymorés. Sufoco lá e cá. Empates milagrosos graças a Santo Everson e Santo Gabriel Delfin.

2. A falta do VAR – No amistoso em Orlando, primeiro minuto, Arana, ostensivamente, mandou o cotovelo no rosto de um cruzeirense. Lance que normalmente, com a intervenção do VAR, resulta em expulsão. Não havia VAR.

3. Máfia Azul x Galocura – O colunista Jaeci Carvalho, do Estado de Minas, presente no Inter&Co Stadium, em Orlando, palco do primeiro clássico do ano, destacou a convivência harmoniosa entre as duas torcidas e explicou a razão:

“Aqui, se houver briga, os brigões vão pra a cadeia, dormirão lá, terão de pagar U$ 10 mil (cerca de 60 mil reais) de fiança e depois se apresentar na corte, sob o risco de deportação. Os “machões” que no Brasil desafiam autoridades e torcedores do bem, aqui ficaram caladinhos. Simples assim: onde há lei e penas severas, tudo funciona. Por quê não adotarmos no Brasil o que há de bom nos EUA?”

4. Show azul – As imagens das arquibancadas do estádio, em Orlando, mostram a avassalante maioria dos cruzeirenses. Coisa assim de 70 a 80% a mais. Impressionante. É o que sempre aconteceu no interior de Minas Gerais. E acontecia na Grande BH, agora em menor escala. Aproximando-se de empate técnico em razão do tsunami sofrido pelo Cruzeiro.

5. Cruzeiro 1 x 0 Tombense –  Estreando ontem no campeonato mineiro, com time misto, o Cruzeiro foi a cara do seu treinador: 70% de posse de bola, só tricotando no meio de campo. Passes preferencialmente para trás, retardando os ataques. Saída suicida de bola, com troca de passes curtos na nossa área, em perigo constante. O gol de Bolasie saiu depois dos 30 minutos do primeiro tempo, apesar do amplo domínio azul.

Fernando Diniz e a comissão técnica têm 3 tarefas urgentíssimas: treinar cobrança de escanteio; treinar chutes a média distância e encontrar um esquema de saída de bola mais objetivo, com passes um pouco mais alongados, evitando a roleta russa.

Considerando-se o cansaço de boa parte dos jogadores, em razão do jogo de sábado e das 8 horas de viagem, vale a pena ter paciência e esperança. 

6. Banzo na BA – Até os animais pressentem tragédias. Pelo estilo do voo ou locais em que se refugiam, dão sinais cifrados de tormenta braba. Acontece o mesmo com a Barraca Atleticana neste minifúndio. Nos últimos dias, parece que combinaram em silenciar sobre seu próprio time. Constrangedor. Focaram em Gabigol, Dudu, Pedrinho, o blogueiro e até em pardais pulando de galho. Nada sobre o Atlético. Perspectivas sombrias? Medo de Menin pedir o chapéu?

7. Athletic x Cruzeiro – Quarta-feira em Brasília, pelo campeonato mineiro. Novamente, devemos ter time misto. Vamos torcer pra termos menos tricô e mais futebol.

GARIMPO

“Um conservador é um liberal que foi assaltado”.

(Tom Wolfe)