INCOMPETÊNCIA AQUÁTICA!

O Cruzeiro não perdeu o jogo contra o Sousa nos minutos finais. Perdeu desde o inicio do primeiro tempo, com a displicência das jogadas, seja nos passes sem direção, seja na sucessão de escanteios batidos sem qualquer cuidado, repetindo-se a inutilidade de dois jogadores ao lado da bola. Uma das “táticas” mais ridículas do futebol. Afinal, quais jogadas o Cruzeiro treina? Como são cobrados escanteios nos treinamentos?

O campo estava, sim, quase impraticável, um polo aquático, mas isto para os dois times. Em vários lances notei que o jogador ganhando a disputa no centro do gramado fazia lançamentos aereamente, de cabeça baixa, sem olhar posições de seus companheiros no ataque. O resultado foi uma sucessão de jogadas perdidas por falta de capricho. O tempo corria e cada vez mais ficávamos no risco de um contra-ataque.

Desde o tempo inicial, as melhores oportunidades foram do Sousa, mas voltamos da mesma forma para o segundo tempo. No fim da partida nossos jogadores, como Matheus Pereira,  com outras palavras, destacaram a falta de determinação do time, no ataque. Um vexame histórico do hexa campeão da Copa do Brasil.

A nossa esperança é que Larcamon viu o mesmo jogo que vimos: um lamentável fracasso, sem desculpas.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Fernando e Jamicel  contestam o blogueiro sobre Dinenno, recordando que em 6 jogos fez 3 gols, média boa sem dúvida. Em grupos sociais alguns também defendem o atacante lembrando a grande quantidade de troca de passes numa  partida, assistências, etc.  É preciso lembrar que número alto de troca de passes, sem profundidade, revela incapacidade de avançar. Torço pra estar equivocado, mas o que ele mostrou até agora lembra o Gilberto. Contra o América não produziu absolutamente nada nos 90 minutos e foi mantido em campo por Larcamón. Jogamos com 10 por causa da obstinação do técnico em mantê-lo. Nas demais partidas, marca um e perde vários imperdíveis. Está sempre chegando uma fração de segundos atrasado. Fica no quase. Conhecemos essa situação e já sofremos muito com ela. Nas grandes partidas, de igual pra igual, aparece às vezes uma oportunidade apenas pra marcar. Isto diferencia o artilheiro. 

2. Augusto não consegue engolir o show azul fora do futebol profissional. Nas divisões de base tem sido um passeio constante, já está ficando monótono. No vôlei masculino, o Sada-Cruzeiro é apenas um dos melhores do mundo, campeão de tudo. Mas agora o espinho fino de traíra na garganta de Augusto teima em não sair e atende pelo codinome de futebol feminino. Do lado atleticano, um fracasso de repercussão nacional, com roupa suja lavada na avenida. No Cruzeiro, sagraram-se vice campeãs brasileiras, perdendo a final por 1 x 0 para o Corinthians, o árbitro e o VAR.

O inconformado Augusto acha consolo numa interpretação psicodélica de La Fontaine com a Fábula das Uvas. Vem proclamando que além de campeão nas divisões de base, no Vôlei, de dupla carimbada na recém inaugurada Arena MRV, vice no futebol feminino, o Cruzeiro está se aperfeiçoando também em

“Purrinha – em fase de seleção e compra de palitos; Peteca, Cuspe à Distância, Ping Pong, Arremesso da Dardos e Saltos de Paraquedas…”

Meu caro Augusto inveja mata.

3. Peppeu – cofiando o bigode, dá isolado apoio a Augusto, sugerindo que talvez possam comemorar neste ano a quarta queda do Cruzeiro para a Série B… Mais um inconsciente sinal de que está trincado o casco do barco atleticano. As coisas por lá estão desandando. Quando não temos esperança no sucesso próprio, o remédio é torcer para o fracasso do rival.

4. José Antônio, a propósito, transcreve declarações do presidente atleticano Sérgio Coelho, divulgadas pela Rádio Itatiaia:

“O Atlético está com a maior dívida do futebol brasileiro. Se não fossem os Menin colocarem dinheiro o clube já estaria na segunda divisão.”

“In claris cessat interpretativo.”

5. Roberto Cardoso, focando a nota na última coluna sobre a expulsão do zagueiro Ryan, do Itabirito, acrescenta:

“Outra infantilidade que deveria ser rigorosamente punida pelos clubes (ou pela regra, com expulsão) é essa mania idiota de os jogadores tirarem a camisa quando fazem um gol. As empresas colocam uma grana preta pra anunciar a marca delas no momento mais importante do jogo, quando a exposição será maior, o jogador tira a camisa e “esconde” o nome do patrocinador.”

Também penso assim, Roberto. Passa da hora de reformulação do futebol, pelo menos nestas questões ‘fáceis” de serem resolvidas, como por exemplo a inversão da lei de impedimento. O jogador só estaria impedido quando todo o seu corpo estivesse além da linha. Isto permite ao jogador sempre verificar sua posição com a rapidez que o lance exige. Outra: nos acréscimos determinados pelo árbitro o tempo passaria a ser contado como no futsal, eletronicamente, só com bola em movimento.

6. Galo Doido New York, em sepulcral silêncio desde a tamancada inaugural do Cruzeiro na Arena Meu Rival Venceu, retorna ao QUINTAL pra “informar” que o blogueiro foi nomeado pela CBF diretor do Departamento de Árbitros… Tudo isto pela desmistificação das famosas jogadas de Hulk provocando os “pênaltis estratégicos”.

Meu caro Galo Doido, reanime-se. Talvez, também, nem vá pra frente este propósito de Bom Despacho pretender anexar a sua Dores do Indaiá. Acalme-se. Você sabe, tirando o trocador e o motorista, tudo é passageiro…

Hoje à tardinha, ao invés do passeio no Central Park, procure rever, em câmera lenta, algumas “jogadas” clássicas do Hulk no meio do campo ou na área… A habilidade em deixar pra trás uma perna enroscada nas pernas do adversário e jogar-se espetacularmente no gramado. Você vai se espantar! Hollywood tá de olho nele.

7. Felipão chuta o pau da barraca – Surpreendente a reação do técnico, no desembarque da delegação em Confins, sábado à noite, vindo de Brasília onde enfrentou o Itabirito. Um torcedor questionou a não escalação de Alisson e a resposta foi um inesperado palavrão em volume máximo. A cena assustou. Afinal, Felipão é homem experiente, acostumado a dominar emoções tanto quando é campeão do mundo ou quando leva de 7 x 1 da Alemanha. O que está acontecendo? Entrando água no barco?

8. América x Atlético – Com todas as razões deste mundo e dos outros, o América pediu arbitragem “não mineira” para o clássico. Motivos arrolados num anexo de 120 páginas e 10 vídeos.

GARIMPO

“Aprender é algo que depende do aluno, não do professor. Se estiver disposto a aprender algo novo, mesmo com os erros, já vai passar na frente de muita gente. Aprenda, pergunte, investigue, conheça e acumule conhecimentos. Esse é um trampolim pra saltar mais alto.”

(Abílio Diniz)