LA BESTIA, O RETORNO!

Abrimos o jogo nesta noite, contra o Boca Juniors,  perdendo por 1 x 0.

90 minutos pra fazer dois gols e começar a reatar o ontem de glórias que imortalizou o Cruzeiro no continente. Não será fácil, esse passado também imortalizou nosso adversário. Em campo, dois bons times em formação. A diferença estará na arquibancada. Mais de 55 mil corações azuis empurrando o time, potencializando oxigênio nos pulmões. 

Haveria algum problema interno, surgido depois do show contra o Botafogo, justificando a queda de produção? Egos feridos? Picuinhas de boleiragem? Vaidades arranhadas?

Deixem isto de lado, por favor! Subverter, emburrar, tumultuar, boicotar nunca foram um bom caminho. Há coisas muito mais importantes na vida do que o nosso próprio umbigo.

Mirem-se em outros que já tiveram o privilégio de vestir esta camisa. Como por exemplo, em 1991, final da Supercopa da Libertadores. O River Plate havia feito 2 x 0 em Buenos Aires. Com o Mineirão abarrotado, fizemos 3 x 0.

Joguem hoje por este passado.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Vitória 2 x 2 Cruzeiro – Mais uma vez, demoramos pra entrar em campo. Quando acordamos, estava  dois a zero. Precisamos encontrar rápido um esquema de jogo sem Matheus Pereira. Sem ele, o time troca passes intermináveis na nossa intermediária até que alguém resolve incomodar o goleiro e chuta de longe nas mãos dele. A jogada alternativa é acordar os zagueiros, cruzando do meio de campo bolas para o fácil cabeceio. Em 90 minutos tivemos uma única exceção: balaço de Matheus Henrique, quase gol. 

Juan Dinneno (contra minha expectativa) entrou aos 19 minutos do segundo tempo pra fazer os dois gols, calando o Barradão, empatando o jogo e selando na testa do blogueiro: você não entende nada de futebol!

2. Árbitro, um caso à parte – O cearense Marcelo de Lima Henrique, que apitou Vitória e Cruzeiro, acovardou-se ante a forte pressão da torcida no Barradão. Com 2 x 0, a cera geral era absurda.  Fizemos gol aos 32 e aos 38 minutos. A virada era iminente. Após o empate, gandulas, que antes retardavam a reposição, passaram a sumir com as bolas e jogadores baianos caiam no gramado a toda jogada. Mesmo com tudo isto, além de três intervenções do VAR, o árbitro deu apenas 8 minutos de acréscimo. A cera aumentou descaradamente. Não havia sequência de bola rolando maior que um minuto. Nestas circunstâncias, espera-se o acréscimo dos acréscimos, como ocorreu no clássico Palmeiras e São Paulo, com o gol da vitória palmeirense surgindo no minuto acrescido. No Barradão,  Marcelo de Lima Henrique acabou o jogo antes de se completarem os oito minutos. 

3. Marlon, um caso sério – Não se sabe o porquê, mas o nosso bom lateral se inscreveu na lista de “intocáveis”.  Não aceita substituição. Sai chutando copos e garrafas num péssimo exemplo para jovens vindos das divisões de base e que compõem o banco de reservas. É um espetáculo negativo, ruim de se ver. Passa mensagem de desagregação, de Casa de Mãe Joana. O jogador se apequena a cada chute de protesto.

Salve-se, Marlon, enquanto há tempo. Só depende de você.

4. VAR e o segundo gol do Cruzeiro – A Barraca Atleticana neste minifúndio ficou furiosa com o empate. Queriam a nulidade do gol porque horas antes do lance final, Matheus Henrique no meio do campo teve a bola resvalando em seu braço colado ao corpo. Várias outras jogadas prosseguiram, resultando afinal no gol. Lance interpretativo.

Não há razão pra tantas ameaças de aborto.

5. Ranking dos devedores – Segundo a Consultoria Convocados e a Galapagos Capital,  os cinco maiores devedores do futebol brasileiro são:

1. Corinthians  – 1.894 bilhão

2. Botafogo – 1.301 bilhão

3. Atlético – 998 milhões

4. São Paulo – 856 milhões

5. Cruzeiro – 811 milhões.

6. Futebol feminino, brasileiro – Entra nas oitavas de final. Dois destaques mineiros: Cruzeiro disputará o título com Corinthians, Ferroviária, São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Internacional e Bragantino Red Bull;

Atlético, rebaixado, com zero vitória. Marcou 11 gols, sofreu 45. Em todo o campeonato, conseguiu fazer apenas 1 ponto.

A manutenção de equipes femininas nos Clubes que disputam o campeonato brasileiro não é uma opção deles. É imposição de regulamento. Obrigatória.

Até pra preservar o bom nome do futebol mineiro, a equipe feminina do Atlético não pode continuar desprezada, motivo de chacota nacional.

7. Ser Cruzeiro! – O Ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça, concedeu abrangente entrevista ao Estado de Minas, publicada na edição de segunda-feira, (Caderno Direito & Justiça). Na parte esportiva, explicou porque é cruzeirense. Vale pena ver pergunta e resposta:

P. Dos atuais quatro ministros mineiros do STJ, três são cruzeirenses (o senhor e os ministros João Otavio de Noronha e Afrânio Vilela), e um atleticano (o ministro Sebastião Reis). Por ser nascido em Juiz de Fora, a tendência não era ser torcedor de algum clube carioca? Como nasceu a paixão pelo Cruzeiro?

R. Essa é uma pergunta que me faço sempre: o que me levou a torcer por um time com o qual eu não tinha uma relação mais próxima? Digo isto porque o meu pai não torcia para o Cruzeiro (até hoje é fanático pelo Palmeiras), eu não tinha amigos ou parente algum que torcesse para o Cruzeiro; os jogos de times mineiros nem eram transmitidos para Brasília, onde passamos a morar, e mesmo assim me tornei um cruzeirense desde o inicio dos anos 70. Fato é que desde que me entendo por gente as cinco estrelas do maior de Minas batem forte no meu peito, orgulhoso por suas conquistas.”

Tenho me referido aqui, já algumas vezes, ao trabalho de semeadura feito pelo nosso eterno presidente Felício Brandi nos anos 60/70. Ao proselitismo escolar, aliou as façanhas de um grande time. Creio que isto esclarece a opção do ministro.

8. Stock Car – Ainda não ouvi reclamações dos prejudicados e, por isso, impossível uma conclusão definitiva. Mas o relatório apresentado pelo coordenador Sérgio Coelho é de encher os olhos. O corajoso empreendimento teve sucesso absoluto na movimentação da economia de BH, além de enorme impulso na geração de empregos temporários. Nota 10 também pela assistência social.

9. Moacyr Lobato – A sessão do pleno do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, realizada ontem, marcou a despedida do desembargador Moacyr Lobato, que se aposenta. Educação e gentileza personalizadas. Solidário. Generoso. Presente. Amigo. Cruzeirense apaixonado.

Quanto aos méritos jurídicos, é Messi deixando a seleção.

GARIMPO

“Há três maneiras de se chegar ao desastre: a mais rápida é pelo jogo; a mais agradável é com as mulheres; a mais segura é consultar um economista.”

(Georges Pompidou – 1911-1974 – ex-primeiro ministro da França.)