MATANDO AS SAUDADES - Quintal do Dalai

MATANDO AS SAUDADES

  • por em 31 de março de 2025

Gustavo Aleixo/Cruzeiro/Flickr

(Por Rafael de Novaes Rocha)

Trinta e cinco dias separaram a partida de sábado do último compromisso oficial do Cruzeiro, quando fomos duramente eliminados pelo América nos pênaltis.

Uma eternidade.

A saudade apertou, apesar do péssimo futebol apresentado até então. Um mês é tempo suficiente para uma reestruturação. Período valiosíssimo em um calendário sem respiros. A expectativa era grande para começar a perceber os primeiros sinais das ideias de Leonardo Jardim já no jogo contra o Mirassol. Tempo, o português teve de sobra, porém, o campo é sempre a prova cabal de um trabalho bem feito. Treino é treino; jogo é jogo. Lembro que no ano passado, Fernando Diniz também aproveitou de um período sem jogos para implementar suas ideias. O resultado: jogadores extenuados e um time ainda pior. Proeza!

As coisas parecem fluir melhor com Jardim. Cito algo elementar como exemplo disso: ele percebe os erros do time. É comum que coisas que pareceriam óbvias até para uma criança esbarrem na teimosia dos técnicos. Não abrem mão de suas convicções por nada, e com elas costumam morrer abraçados. Diniz e seu ‘dinizismo’ cego são provas disso. O treinador vivia dizendo que o desempenho de uma equipe era melhor que o resultado de uma partida – isso sem ganhar e, muito menos, jogar bem.

Algo mudou. O Cruzeiro de Jardim teve lampejos de bom futebol contra o Mirassol. É verdade também que sofreu um bocado ao longo da partida. Um sufoco desnecessário. Mas o resultado veio. Três pontos valem mais do que o mero desempenho. Foi uma vitória importante para tirar um peso das costas deste elenco, que ainda precisa se provar.

Pela coletiva, Jardim percebe, e expressa sem firulas, que ainda há muito o que melhorar. Apesar disso, a vitória veio. Um bom início de campeonato. Dever de casa feito. 

Se o “Jardinismo” entregar mais resultado do que desempenho, não será um problema. Agora vem aí uma maratona de jogos, para a qual o Cruzeiro parece ter se preparado neste período de treinos. Veremos.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Show da torcida – A China Azul foi o décimo segundo jogador na vitória contra o Mirassol. Nos últimos minutos do segundo tempo, quando o roteiro do jogo encaminhava para um empate vexatório da equipe paulista, a torcida do Cruzeiro percebeu o momento e se uniu para cantar ininterruptamente até o apito final. Um gás para os jogadores, que não vinham bem e estavam nitidamente nervosos com o desenrolar da partida. A torcida não foi impaciente e apoiou até o final. Se esta for a tônica até o fim da temporada, tenho certeza que teremos partidas memoráveis no Mineirão.

2. Gabi e Montillo – Após seu belíssimo gol, Gabi homenageou o craque Walter Montillo, imitando sua icônica comemoração de “cavaleiro celeste”. Gostei. É o tipo de coisa que agrada o torcedor e cria identificação com o clube. Gabriel é um craque nisso. Que seja um craque em campo, também.

3. Cruzeiro sem torcida na Sula – A estreia em casa na Sulamericana, contra o Mushuc Runa, do Equador, será sem torcida cruzeirense. Uma punição desmedida da Conmebol (sempre ela) pelo uso de sinalizadores no jogo de ida da semifinal do ano passado, contra o Lanús. Lamentável.

4. Para não esquecer – No último dia 26, completaram-se quarenta e nove anos do golpe militar que instaurou os anos de chumbo na Argentina. Por lá, todos os principais clubes de futebol se manifestaram em lembrança à data e em solidariedade à memória das vítimas do regime. “Nunca más” – este foi o mote coletivo de todas principais equipes argentinas em seus canais de comunicação.

Esta semana, o golpe militar brasileiro completará cinquenta e um anos. Será que algum clube se recordará de alguma forma desta data infâme? A ver.

5. Até mais – Fico por aqui, animado com os rumos do Cruzeiro para 2025 e confiante no trabalho do português. Lembrando sempre que, a partir dos próximos tópicos, a responsabilidade é inteiramente do blogueiro titular. Até a próxima!

6. Ironia do destino – Infelizmente, além da cidadania paraguaia, nosso zagueiro Mateo Gamarra não tem nada mais a ver com Carlos Alberto Gamarra Pavon. É uma pena. Gamarra Pavon notabilizou-se por excelentes partidas sem infrações. Na Copa do Mundo de 1998 disputou 4 jogos pelo Paraguai, foi eleito o melhor defensor da Copa, sem cometer sequer uma falta. No Brasil, jogou no Corinthians de Luxemburgo, em 98, sendo campeão brasileiro, batendo novos recordes de ótima atuação, sem faltas.

O nosso Gamarra, primeiro cometeu pênalti infantil, empurrando ostensivamente Danielzinho (de costas pra ele) na grande área. Ainda bem que tínhamos São Cassio.

Depois, não percebeu a antecipação de Lucas Ramon na bola cruzada por Clayson. Gol de cabeça do Mirassol, passando a colocar mais riscos em nossa difícil vitória.

7. Rômulo – mártir atleticano. De toda a vibrante massa torcedora do Atlético, Rômulo é quem mais sofre com os sucessos do Cruzeiro e os fracassos do seu  time. Dados momentâneos, ocasionais ou históricos. Nestes últimos, estão as estatísticas. Angústia latente, imorrível. Em especial, o êxito azul nos especializados lhe machuca a alma; Vôlei Masculino, Futebol Feminino e divisões de base do futebol masculino.  Vôlei, o Atlético nem disputa. O futebol feminino (obrigatório) caiu pra B.  Na base, a troca de comando é mensal, ante insucessos. Rômulo sofre no conjunto e em doses homeopáticas. A liderança azul, hoje, em Vôlei, no Sub-20 e o no Feminino, dá-lhe febre e calafrios. A terapia é inventar disputas no imaginário: cuspe à distância, purrinha, finca, bolinha de gude…

Como se não bastasse, a vocação masoquista fica de plantão investigativo, garimpando sofrimentos neste QUINTAL.

Foi assim, com a divulgação do número de vitórias de times brasileiros contra os argentinos. Cruzeiro dá lavada. Rômulo fuzila:

“Número de vitórias contra times argentinos e nada é a mesma coisa. Por 2 motivos muito simples. Primeiro, hipoteticamente, um time pode ter disputado 200 partidas e ganho 43, e o outro pode ter disputado 23 partidas e ganho 21. Quem foi melhor? Segundo, disputou contra quais times argentinos, em quais campeonatos em qual fase do campeonato?”

Não lhe ocorre, meu caro Rômulo, que isto significa também mais disputas? E que se há mais disputas, há mais participação nos torneios internacionais. Entendeu?

Por isso, o Cruzeiro é conhecido nas Américas como “La Bestia”. Jogamos quatro finais de Libertadores, ganhamos duas. Disputamos duas vezes a final do Mundial de Clubes. Assim, não sem razões de sobra, o Cruzeiro tornou-se o melhor clube brasileiro fora do eixo Rio-São Paulo.

Mas Rômulo é incansável. Anunciada a primeira rodada do Brasileiro-25, percebendo que o nosso primeiro jogo seria contra o Mirassol, acionou sua memória de elefante e focou no centroavante adversário: Leo Gamalho, um cabeludo, filhote de urubu com cruzcredo. Nos times anteriores porque passou, tinha uma obsessão: infernizar o Cruzeiro. E conseguia.

Escrevendo no meio da semana, ao invés de se preocupar com a lei do ex no jogo contra o Grêmio, comprovou que é mais anti-Cruzeiro do que atleticano. Espantosas, as suas preocupações:

“Durante os 3 anos de série B, o Cruzeiro teve um carrasco, o Leo Gamalho. Todo jogo fazia 1 ou 2 gols. E, pra surpresa descobri hoje que ele voltou pra série A e é atacante do Mirassol. Ou seja, sábado ele vai estar jogando contra o seu freguês favorito.”

Ou seja, Romulo passou o fim de semana com Leo na cabeça e secador na mão. Felizmente, pra nós, Leo Gamalho não jogou. Edenilson sim.

8. 9 x 2 – Esta válvula de escape de atleticano, quando levado às cordas (Fala Sério, Romulo, Sassá, Roberto Cardoso, Augusto, Marcelinho Mineiro, Giovani José Pinto e outros), precisa ser explicada de tempos em tempos. Aconteceu no mineiro de 1927.  Muitos se esquecem e voltam a comparar com o 6 x 1.  Uma coisa tem tanto a ver com a outra, como orquídea com porco-espinho.

1927 (!!!)Daqui a dois anos vai completar um século!

Cruzeiro e Atlético lutavam contra a hegemonia do América no incipiente campeonato mineiro (deca campeão). Os dois disputavam a última partida. Cruzeiro sem chance de título. Se o Atlético vencesse com bom saldo de gols seria melhor ainda. E aconteceu. Os dois clubes festejaram; o presidente cruzeirense mandou telegrama a seu colega atleticano, campeão.

Já o 6 x 1 é recente. 9 de dezembro de 2011. Não foi no Mineiro e sim no Brasileiro. Não era jogo de compadres. Se o Atlético vencesse entraria para sul-americana e o Cruzeiro cairia para a Série B, o que não acontecia “desde 1921”! 

Goleada de 6 x 1, com direito a olé! Em Sete Lagoas, Mineirão estava em reforma. O então presidente Alexandre Kalil não mandou telegrama ao seu colega do Cruzeiro. Ao contrário, confessou que aquele era o dia mais triste de sua vida.

Bom rever o jogo, na Internet. Ontem fiz isto. O Cruzeiro ainda estava desfalcado de Montillo, Fabio e Paraná.

Show de bola dos 11, mas especialmente de Roger, Wellington Paulista, Leandro Guerreiro, Fabricio e Anselmo Ramon.

Vale a pena ver de novo.

9. Maior de Minas –  Ainda no rastro da pesquisa-fake  sobre torcidas, colocando o Atlético em 4º. lugar no país (?), a barraca atleticana continua em transe. Duplo carpado é fichinha ante o contorcionismo de raciocínio que tentam pra colocar o Atlético acima do Cruzeiro. Vale tudo, que afinal não vale nada, porque  impossível esconder fatos. 

Nos três anos de tsunami-pandemia-série B, o Atlético, como óbvio, aumentou seus pontos. Mas não superou o saldo positivo azul de quase meio século (quando foram escritas nossas “páginas heroicas, imortais”). Continuamos o melhor clube brasileiro fora do eixo-Rio-São Paulo.

Ao longo de decênios isto pode mudar. Concordo. Mas o Atlético tem de ser ótimo por muito tempo e o Cruzeiro o reverso. Não acontece da noite para o dia; nem com o adversário amargando três anos na B. Os movimentos são de transatlântico: lentos, progressivos. A construção da Arena Meu Rival Venceu poderia ser ponto a mais. Virou a menos. Foguete molhado. As sensacionais disputas simultâneas da Copa do Brasil (em casa, contra o Flamengo) e da Libertadores, contra o Botafogo, em Buenos Aires, poderiam também ser pontos valiosíssimos acrescidos. Transformaram-se em vexames mundiais. Mais virou menos. Contra o Flamengo, por não saber perder. Contra o Botafogo, por não saber ganhar, jogando com um a mais,  desde o primeiro minuto da partida.

Vergonha monumental.

10. Corinthians, campeão paulista  – o jogo final contra o Palmeiras, em Itaquera, 0 x 0, tornou mais eloquente o que se pressente há muito tempo: a necessidade, hoje, da presença de um psicólogo integrando as comissões técnicas dos Clubes, nas grandes decisões. Raphael Veiga seria mesmo a melhor opção pra cobrar o pênalti? E o zagueiro Felix Torres, do Corinthians? Tinha cartão amarelo quando cometeu o pênalti em Vitor Roque. Não recebeu, ali, o segundo em razão de regra clara afastando o bis in idem. Continuou porém praticando intervenções exageradas, vigor excessivo, até que aumentou a dose e recebeu mais um cartão amarelo, sendo expulso. Completou-se a tragédia anunciada, não percebida pelo seu técnico. Faltavam 23 minutos para o fim da partida. O título do Corinthians correu gravíssimo risco, pela imprudência do zagueiro.  Um psicólogo, na beira do campo, teria recomendado antes a substituição.

11. Política – Tanta coisa acontecendo na área e o blogueiro em silêncio?, reclamam alguns grupos. Volto a repetir: Já votei nos dois cabeças atuais da direita e da esquerda e ambos me decepcionaram. Difícil apontar o pior. Temos de torcer para o surgimento de um líder no qual votaremos porque é a esperança e não o “menos ruim”. 

Em 1988, Cazuza, perguntado se as próximas eleições poderiam mudar o Brasil, respondeu: “Nada vai mudar enquanto tivermos 40 milhões de analfabetos, sem qualquer consciência política.”

GARIMPO

“Os mais lamentáveis dos males são os que nós mesmos criamos.”

(Sófocles – Poeta grego do sec. V a.C.)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Jamicel

Bom dia!

A temporada começou!

O hiper hexa que o diga!

Saudações celestes, Dalai!

Rei Melo

Bom dia Dalai.. passei p perguntar , mas sei que nao vai ter resposta pa nao é assunto de pandemia nem de tsunami.. mas vamos lá..
Quem esteve no Mineirão 40000 pessoas sempre soltavam um pqp quando a bola ia em direção ao pior jogador do clube nos últimos 5 anos e são unanimes em ao time voltar em campo esse peso morto ter saído…WALACE,,, Alivio na hora que ele não voltou foi como um gol… Ou o jardim se liga e não escala esse pereba lento, desinteressado e ruim que dói, ou a torcida vai cair de vaia em cima dele.. Não escalem ele os 6 jogos necessários para ver se algum louco ou idiotia como o mattos tentem levar esse peso!
Vai ser difícil isso acontecer pq idiota para comprar isso so sai de casa uma vez e o que saiu trouxe isso la da Itália!
Outra pergunta agora tentando te dar assunto para escrever …
Engraçado como no torneio sem credibilidade da federação da galinhas, o chororô diminui ou quase não tem mas…. mas mas….
Como esses galináceos costumam fazer ,,,,,, ja começou chororó´ serão 38 rodadas choro?
Onde esta o VAr para ajudar, ou dar pênalti? COMO a família galinha vai explicar que so ganha aqui o torneio da roça COM AJUDA DE UM BANDO DE JUIZ SEM MORAL OU ETICA:
Alias sobre juiz sem ética vide STF ai vc tem base do que é o Tal BRASIL…Bandido solto e vagabundo deitando e rolando …. E Dalai cuidado com celular senão ele vira motivo de te matarem ou te darem um tiro para comprar uma cervejinha….

MarcelinhoMineiro

IH! Mais um que vai acampar em porta de cadeia. Isso sim, é chororô! Kkkkk
PERDEU MANÉ!!!!!!!

Marcelo

Exatamente, pelo tom da escrita da para perceber que trata-se de tipico autoritário, partidário do Minto. E antes que o Tiozão do Zap responda algo, também não sou simpatizante do outro lado.

peppeu

Só mais 72h!

Augusto

BBBom dia e BBBoa segunda ao pessoal que mais entende de segunda.

Revendo o lance da final do campeonato paulista em que o holandes Depay fez aquela firula de subir em cima da bola para humilhar o adversário, fiquei pensando aqui com os meus botões : Como pode um profissional de reconhecida habilidade ser tão imbecil ? Um clube fica seis anos sem ganhar o Rural e o camarada resolve encher o saco, e o pior, com a torcida achando bonito. Coisas de Brasil….
Me fez lembrar do Foquinha, que jogou durante um tampo no CSA-MG 2019 9.2 de Sousa, que mais parecia um malabarista de circo : Muita firula pra nada. Até que o Coelho, lateral do Galo, resolveu dar uma porrada nele, pro palhaço notar que essas coisas não são bem recebidas por todo mundo.
Esperamos que quando o CSA-MG 2019 9.2 de Sousa voltar a ganhar um Rural (quando será???), que não apareça ninguém para fazer firulas. Que o pessoal tenha bom senso e reconheça que ficar seis anos sem ganhar nada não dá permissão para ficar fazendo gracinhas com o adversário.

Fala Sério!

Bom dia, atleticanos, posseiros e proprietários, por usucapião, deste Quintal!!!

BBBom dia também a todos os bbbruzeirenses!!! Sejam bem vindos!!!

E se ainda existir algum coelhinho por aí, bom dia também!

E o campeonato brasileiro começou como manda seus hinos – constituição de cada clube.

O Galo pegou o sempre difícil Grêmio lá no sul. Lutou, lutou, lutou. Merecia vencer. Quinze minutos de jogo e um 3×0 para o Galo não seria exagero nem injustiça. Mas a bola não entrou. E o Grêmio fez um gol irregular a partir de um claríssimo lance faltoso. É isso. ‘Lutar, lutar, lutar’. Somos o Galo forte e vingador. Chegará a hora do ‘vencer, vencer, vencer’. É inexorável! Mas uma coisa é certa, não ficarei aqui choramingando contra a FGF, a CBF, o VAR. Prejudicado em um jogo, teremos a oportunidade de nos recuperarmos nos próximos. Só os fracos que ficam numa choradeira sem fim como se viu por aí.

Já o BBBruzeiro enfrentou o caçulinha da séria A. Um grande concorrente à série B do ano que vem. A torcida, como manda seu hino, saiu cheia de vaidade com a vitória suada. Deveria estar preocupada por não ter 18 Mirassóis pela frente. Sinal de possível tsunami? A ver. A verdade é que se o Leo Garden ainda não descobriu a fórmula de transformar água em vinho, ao menos já está produzindo um vinagrezinho… tem que acreditar! Eu acredito!!! Vai dar muito serto!

E eu comecei a ler a crônica da SEGUNDA do Dalai e me assustei! Quase a metade já lida e nenhuma referência ao Galo!!! Como assim, Dalai? Aí resolvi voltar ao começo e ver quem era o autor. Era o Rafael, neto do Dalai! Ufa! Achei que o Dalai estava nos abandonando! Que susto!!! No finalzinho, já sob a sua pena, após um comentário protocolar qualquer sobre o BBB, deitou falação sobre o Galo. Aí sim, Dalai!!! Faltaram o Hulk, o Lyanco, o tsunami e a pandemia. Talvez pelo pouco espaço. A próxima coluna promete!

E a política… raramente combina com futebol… Mas é o caso agora, como bem lembrou o Rafael. E para mim, o analfabetismo que incomoda mesmo não é daquele pobre coitado que não estudou e não sabe ler e escrever. Que olha para as letras e não sabe distinguí-las. O analfabetismo que me incomoda é daquele que, tendo estudado, não consegue distinguir entre aquilo que, dependendo da orientação política, podemos considerar ‘bom’ ou ‘ruim’, daquilo que, independente dessa orientação, deve sempre ser considerado ‘inaceitável’.

Acreditar nos valores da direita ou da esquerda faz parte do jogo. Assim como torcer para time A ou B. O que não faz parte e não pode nunca ser aceito é o golpe à regra do jogo, o golpe à democracia. Que silencia o direito do cidadão de direita ou de esquerda manifestar livremente sua opinião.

Como disse a mineira Cármem Lúcia do STF, “a ditadura mata, vive da morte, não apenas da sociedade, da democracia, mas de seres humanos de pele e osso que são torturados e mutilados.” Não conseguir distinguir quem defende a democracia de quem a golpeia é um triste atestado de analfabetismo político.

Em que pese a saudável divergência esportiva, devo dar os parabéns ao Rafael pela sua corajosa lembrança da infâmia que foi a ditadura de 64. Mas não basta ‘não esquecer’. Para não se repetir, deve-se punir severamente qualquer tentativa nesse sentido. É a impunidade que leva à audácia de nova tentativa.

É hora de separar o joio do trigo. Quem defende a democracia sabe de que lado ela está. Quem defende a ditadura também. É só ver quem está pedindo anistia para traidores da pátria que quiseram nos lançar na noite escura de um nova ditadura.

Fingir não ver diferença de uma coisa e outra não absolve quem fica em cima do muro, passando pano para o absurdo da tentativa de golpe. A questão não é esquerda x direita. Essa é uma disputa que pode ser saudável. Mas até para que ela possa acontecer, a questão agora é democracia x ditadura. Quem não demonstra indignação com a última, não dá valor à primeira. Fingir não ver a diferença, não cola!

Que na próxima coluna os comentários se voltem para o futebol. Porque esse ano promete!!!

Até lá!

Paulo Rocha

Tirando a parte esportiva, concordo plenamente com seu posicionamento político. Nesta, estamos juntos.

Augusto

Falando sério…Você entende tudo de futebol e de política também

vander

Você se esqueceu de mencionar o Ewerton, que também participou da goleada do 6 x 1.

Augusto

E dos 9 a 2 ??? Sabe quem participou ?

Mário filho

A FRANGAIDA DE CHÔRO COM A ARBITRAGEM E EU DOU RAZÃO POIS ESSE ANO OS DOIS JOGOS SUPOSTAMENTE MAIS DIFÍCEIS FORAM CONTRA 10 E JOGANDO COM 12 (FMF ) A SEU FAVOR .

romulo

É Dalai, parece q sua listinha com times q mais ganharam de argentinos estava desatualizada. Mas pra te ajudar o uai fez reportagem exatamente sobre o tema, mas de forma mto mais detalhada. Contou as glórias e as desgraças celestes.

https://noataque.com.br/futebol/copa-sul-americana/time/cruzeiro/noticia/2025/03/31/cruzeiro-enfrentara-16o-time-da-argentina-na-historia-veja-retrospecto/

Augusto

Veja algumas das maiores mentiras do futebol brasileiro, segundo Milton Neves:

O estádio do Corinthians não teve ajuda do dinheiro público.
A maior torcida de Minas Gerais é a do Cruzeiro.
Sávio, Romário e Edmundo, melhor ataque do mundo.
O título brasileiro do Flamengo em 1987 foi legítimo.
A safra da seleção brasileira não é ruim, falta um técnico estrangeiro.
Maradona foi melhor do que Pelé.
Fluminense subiu merecidamente da Série C para a Série A.
A torcida do Mengão seria a maior do Brasil mesmo sem os “terceirizados”.
Gabigol no Cruzeiro jogará mais que Tostão.

Eu não consigo parar de rir kkkk boas verdades para o 1º de Abril kkkkkk