(Por Rafael de Novaes Rocha)
Lanús 0 x 1 Cruzeiro. A batalha de La Fortaleza. Um desses jogos maiúsculos. Menos pelo resultado em si, e muito mais pelo significado que carrega esta vitória.
Havia quinze anos que o Cruzeiro não chegava à final de um torneio continental. Uma vida. Distância injustificável. De lá pra cá, conhecemos o céu e o inferno algumas vezes. Quatro títulos nacionais, dois vices, um rebaixamento e três anos de absoluto sofrimento na segunda divisão. Uma crise institucional avassaladora e sem precedentes. A dúvida não era se o Cruzeiro subiria de divisão, mas se o clube ainda existiria.
E, como não há noite tão longa que não encontre o dia, cá estamos. O surrado – e calejado! – coração cruzeirense merece o momento. Merece toda a alegria de sentir que os seus dias de felicidade estão voltando.
Mas sem adentrar em previsões e palpites sobre a final. Há uma eternidade até o dia 23 de novembro. Não sabemos sequer o nosso adversário. E ainda há muito para se aprimorar. O confronto contra o Lanús demonstrou isso. Saber sofrer é importante, mas viver perigosamente pode ter seus custos. Hoje contamos, entre outras coisas, com a sorte. Nem todo jogo precisa ser esse sofrimento.
Nos próximos dias, é importante nos reabilitarmos no Brasileirão, para reforçar a confiança e retomar o bom futebol. Enquanto isso, felicidade transbordante e olhos atentos em Avellaneda, na partida entre Racing e Corinthians. É de lá que sai o futuro vice-campeão da Copa Sul-Americana.
BATE PAPO NO QUINTAL
1. Cássio x Corinthians – Pode ser um capítulo à parte da possível final da sula o reencontro de Cássio com o clube onde fez tanta história. Em minha cabeça, já tenho o roteiro pronto: no tempo regulamentar, Cássio opera milagres e fecha o gol, mas o empate persiste. 0 a 0. Nas penalidades, Cássio tem atuação histórica e pega três pênaltis.
Já pensou? O enredo está pronto. Façam o que for preciso, deuses do futebol!
2. Marcelino Moreno – Mais uma vez, o argentino fez o que quis com a defesa cruzeirense. Já havia jogado muito na partida de ida e, também, nos tempos de Curitiba, ia bem sempre que nos enfrentava. Seria um bom nome para compor o elenco na temporada de 2025?
3. Recopa Mineira – Questionamento aos cruzeirenses que preferem ver a casa do vizinho pegando fogo a ganhar na loteria: você aceitaria uma Recopa Mineira em 2025? Cruzeiro x Atlético de Minas Gerais, os dois campeões do continente.
4. Vini Jr – Apesar de ter sido o melhor jogador do mundo em 2024, Vinicius Junior não ganhou a Bola de Ouro deste ano. O jogador é um dos poucos futebolistas no mundo que levanta enfaticamente a bandeira antirracista. Alguns até reclamam disso – desprezando os sucessivos e constantes ataques racistas que Vini sofre nos campos Europa afora. Coincidência?
5. Despedida – Fico por aqui. Com o coração cheio de felicidade e esperança no título inédito cruzeirense. Vale o lembrete: a partir deste trecho, já não me responsabilizo mais pelas potenciais abobrinhas escritas pelo blogueiro titular deste QUINTAL.
Até a próxima!
6. Augusto não percebeu que seu anjo da guarda tirava um cochilo e enfiou a mão em buraco de tatu:
“Enquanto vocês insistirem em afirmar bobagens tais como “Nós somos os melhores fora do eixo Rio-SP”, vocês continuarão a ser castigados… ‘
Meu caro Augusto, não se discute contra fatos. São imunes a argumentos. Estão acima de nossas paixões clubísticas. Quem determina são estatísticas. Você pode discordar, como faz agora. Xingar e praguejar. Nunca passará de mero exercício de polissemia.
7. O Melhor, fora do eixo Rio-SP – O tema fermentou e, de repente, surge rebelião liderada por Augusto, Roberto Cardoso de Sousa, Marcinha Guedes e Rômulo, negando a posição azul. Nunca contestaram antes, agora se revoltam.
A favor do Atlético? Não. Alguns defendem que esse título é do Grêmio ou do Inter! A alegação é que foram campeões mundiais.
A campanha atleticana, de início, já merece louvor. Implicitamente reconhece que, em Minas, a supremacia absoluta é do Cruzeiro. Nem pensam em colocar o Atlético na roda dos melhores. Já é um avanço.
Vamos aos fatos. Refrescando memórias, segue o recuerdo das conhecidas “páginas heroicas, imortais” que colocam o Cruzeiro, sim, como o melhor clube brasileiro fora do eixo Rio-São Paulo:
6 Copas do Brasil
2 Copas Libertadores da América
4 Brasileiros
2 Supercopas Sul-Americanas
1 Recopa Sul-Americana
1 Copa Ouro
1 Copa Master da Supercopa
2 Copas Sul-Minas
8. Dor – José Victor dos Santos Miranda, motoboy, 30 anos, residente em Sete Lagoas, decidiu viajar pra Curitiba, acompanhando o Cruzeiro, contra a vontade de seu pai e de seu filho, de 12 anos. Segundo a família, “a paixão dele pelo Cruzeiro era muito forte.” Este sentimento falou mais alto. Na volta, estava no ônibus da Máfia Azul emboscado e incendiado pelos palmeirenses. Recebeu golpes na cabeça. Socorrido no Pronto Socorro Anjo Gabriel, em Mairiporã, SP, não resistiu.
Num século em que avanços da tecnologia desvendam o universo; que robôs manipulados na Europa operam em outro continente; que a nanometria monta, em espaço igual à de uma cabeça de alfinete, veículos de alta precisão, pra pesquisa do corpo humano; nesse momento de assombros científicos, assistimos cenas de selvageria que nos remetem à Idade da Pedra: de madrugada ônibus com torcedores cruzeirenses vindos de Curitiba, barrados em São Paulo. Uma grande maioria, unida pela camisa verde, põe fogo nos ônibus lotados de camisas azuis. Os que conseguem escapar das labaredas, saltando pelas janelas, são recebidos com pancadas de barras de ferro na cabeça.
É urgente, uma Medida Provisória no Executivo ou um projeto de lei no Congresso, com tramitação especial, tornando hediondos esses crimes e, dentre outras sanções, obrigando, desde a denúncia, o uso de tornozeleiras, impedindo a aproximação de estádios nos dias de jogos. Um paliativo até alcançarmos o estágio da identificação facial de multidões.
Enquanto isto, em Sete Lagoas, a dor profunda, de alma, se instala numa família e não vai sair mais.
9. Diálogo surreal no Bate Papo, festejando a “inenarrável” conquista do Atlético ao se classificar terça-feira, na Argentina:
Isa Musa – “Enquanto isto, o Atlético está na final da Libertadores…”
Augusto – “E o mais importante: Sem ficar arrotando asneiras, sem arrogância, sem prepotência e sem soberba.”
O quê?
Onde é que vocês estavam na madrugada de quarta-feira, depois do jogo contra o River? O buzinaço, passeata e foguetório foram de intensidade insana, parecia conquista mundial. Impossível dormir.
Novamente me vem à memória conhecida lição popular: “Passarinho alegre é papá de gato.”
GARIMPO
“Sucesso é 1% de inspiração e 99% de transpiração.”
(Thomas Edison (1847-1931), inventor e empresário americano)
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
No 7° tópico Dalai tenta negar o óbvio colocando seu clube como o 1° fora do eixo Rio-SP. Fala ainda que não colocamos o Galo.
Dalai, quando você amplia a visão para fora de Minas (fora do eixo Rio-SP) automaticamente entram no ranking clubes de outros estados fora do eixo.
Num duplo twist carpado o Sr teima em enumerar os títulos do seu clube e não dá valor aos títulos mundiais dos gaúchos.
Prezado, título mundial de clubes é o mais importante que um clube pode ganhar. Como seu clube pode ser maior ou melhor que outro que tem o TÍTULO MAIS IMPORTANTE DO PLANETA?!?!?! Quer que desenhe?
Ainda assim vou tentar explicar como outro leitor do blog tentou: em uma olimpíada, um país que tiver 1 medalha de ouro, 0 de prata e 0 de bronze está acima (ou seja, é melhor e maior) que outro que tiver 0 medalha de ouro, dezenas medalhas de prata e centenas medalhas de bronze.
No dia que seu clube ganhar a medalha de ouro análoga ao título que um clube pode ganhar – título mundial – você poderá se comparar à dupla grenal. Por enquanto apenas sua soberba e sua forçação de barra continuam no lugar mais alto do pódio.
Concordo com sua repulsa e indignação com a barbárie da torcida palmeirense.
SEM JUSTIFICATIVA!
RIGOR DA LEI PARA TODOS OS ENVOLVIDOS.
Mas eu queria ter lido aqui anteriormente que violência física e patrimonial também não possuem contexto ou justificativas quando promovida por torcedores cruzeirenses.
Dalai tenta justificar soberba atleticana com a pergunta: “Onde é que vocês estavam na madrugada de quarta-feira, depois do jogo contra o River? O buzinaço, passeata e foguetório foram de intensidade insana, parecia conquista mundial. Impossível dormir.”
Deve ter sido o mesmo ‘buzinaço, passeata e foguetório de intensidade insana que parecia conquista mundial” na madrugada de quinta após a goleada de 1 a 0 sobre o fortíssimo Lanús. Kkkkkkkkkkk
Não seja insensível, xará! O Lanus, além de 23º colocado no Campeonato Argentino, é o maior time fora da Região Metropolitana Buenos Aires, assim como o csa-mg é o maior fora do eixo Rio-São Paulo. Aliás, não sei como o csa-mg pode ter crescido tanto, uma vez que nasceu em 2021.
26º colocado, chequei aqui. Ou melhor, o 3º lugar de baixo para cima 🙂
Cirúrgico, Pepeu. Aproveito a oportunidade para perguntar: Na Argentina, existe algo além da Região Metropolitana de Buenos Aires? Curioso como tudo naquele país que não esteja em Buenos Aires está na Região Metropolitana de Buenos Aires.
BBBom dia, bancada democrática do Dalai.
Fogos pipocando no ar da Savassi, azulinos 9.2 com lágrimas nos olhos se abraçam não acreditando que estão vivendo aquele momento. A Rua Tomei de Sousa era pura alegria, vaidade, arrogância, prepotência e soberba.
Afinal La BBBestia CaBBBulosa voltava a final de um torneio internacional : A Serie B, da LiBBBertadores, hoje chamada de Sulamericana, mas que já foi Copa ComemBBBol.
Não sabemos o motivo da mudança de nome.
Esse resultado sobre o Lanus veio no momento certo.
Se desse errado, Cai o Pedrinho, cai o Alexandre Mattos, cai o Diniz, cai o Cássio, cai o Mateus Pereira e Kaio Jorge também.
BBBom dia, espaço democrático do Dalai
Vamos aos fatos. Refrescando memórias, segue o recuerdo que coloca o Galo, sim, como o melhor clube de MG.
Maior número de títulos mineiros, embora quase todos sejam “roubados”
Maior goleada no clássico contra o CSA de Sousa, em 1927, “naquele jogo de placar de basquete combinado”
Vitória em 2014 na única final mineira da CB ,naquela inesquecível “Quarta-Feira do Goulart”
Simples assim. Vocês cantam muito fora de casa, mas aqui dentro de MG os números não mentem : Vocês são um Mequinha melhorado”
Alguém poderia me dizer, SE ALÉM DO CABULOSO, algum outro time conseguiu chegar em uma FINAL INTERNACIONAL DE FUTEBOL, 2 ANOS depois de subir da série b, pra SÉRIE A?
A pergunta poderia ser melhor formulada.
Alguém poderia me dizer, SE ALÉM DO CABULOSO CSA, algum outro time conseguiu chegar em uma FINAL INTERNACIONAL DE SEGUNDA DIVISÂO , 2 ANOS depois de subir da série b, onde ficou 3 anos, pra SÉRIE A?
Você quis dizer ganhar um “Torneio Internacional de Futebol de Segunda Divisão”, dois anos depois de passar 3 anos na Série B, não é isso? E mesmo assim enfrentando verdadeiras potências futebolísticas como La Chaleira Sem Chá, Boca com 10, L-Ânus, Praça da Liberdade e outros menos conhecidos (como se fosse possível). Mas somos compreensivos e entendemos essa euforia depois de tanta carência, afinal de contas, são 5 anos sem ganhar nada na Primeira Divisão.