O LÍDER JOGA DOMINGO 11H NO MINEIRÃO

Contra o Sampaio Corrêa, décimo colocado, mas segundo melhor ataque, 8 gols, o Cruzeiro vai tentar a sexta vitória consecutiva (quinta, na Série B). Todos os 58 mil ingressos postos à venda, possivelmente esgotados.

Nos treinamentos, retomados ontem após necessária folga, o reajuste de peças e ensaio de jogadas. Pezzolano que acertou a defesa com os três zagueiros e, à falta de um dez, ajustou o meio de campo com 3 volantes de bom toque de bola (Wiliam Oliveira, Neto Moura e Canesin) focará em pontos a corrigir: batidas de faltas e cruzamentos sobre a área, além da troca de passes no último terço do campo. São detalhes que, se resolvidos, aumentam o potencial do time e podem definir resultado, como aconteceu no gol contra o Náutico. O objetivo é não ficarmos mais dependentes de vantagem mínima de um gol, sempre perigosa, como aconteceu segunda-feira com o Grêmio em Itu.

A nosso favor um importante fator psicológico: Após 76 rodadas de Série B, comendo às vezes o pão que nem o diabo amassou, chegamos à liderança, com 76,2% de aproveitamento. Ufa!

Destaque especialíssimo para a retomada de bola no meio de campo. Um show!

  BATE PAPO NO QUINTAL

1. Paulo Augusto – quanto à forma Segura de bater pênalti:

“… me recordei da passagem de Claudio Adão que cobrava com perfeição, no ângulo”.

É isto Paulo. Era a marca registrada de Claudio Adão. Certeza de gol. E não precisa tirambaço, basta colocar. Impegável, mesmo que o goleiro adivinhe o lado porque ele, que está no centro, pula caindo, não subindo. É treinamento e esta opção deveria ser apresentada a todo o elenco, pra acabar com o “travamento psicológico” de muitos, e que sempre resulta em batidas direto para as mãos do goleiro ou fora da meta, como fez Zé Ivaldo.

2. Bruno Araújo de Carvalho faz um “mea culpa” que é o mesmo de muitos outros, inclusive o blogueiro, quanto ao goleiro Rafael Cabral, pelas críticas no início do ano. Mas quem não criticou? Era inevitável a comparação, tipo “esse gol Fabio não tomaria…” Com os jogos, as viagens estreitando a convivência com o grupo, ele foi se firmando. Hoje passa tranquilidade. E após a façanha da classificação contra o Remo, pela Copa do Brasil, quando pegou 4 pênaltis, as suas entrevistas no pós-jogo revelaram um ser humano exemplar, destes que a gente gostaria de ser amigo.

3. Jorge, antes de sua habitual retrospectiva, faz importante ressalva:

 “… semana passada foi bem difícil para mim e eu nem tive tempo de responder às questões do Dalai. ”

A “semana passada” e as duas anteriores foram bem difíceis não só pra você, Jorge… O banzo cobriu a nave atleticana, pelos primeiros sinais de rombo no casco. Começou com aquele “absurdo” cartão amarelo para o Hulk com dez minutos de jogo… Mas que absurdo, quem se atreve? Com a turma antiga, da arbitragem e do VAR, ele tinha licença pra executar a sua “assessoria auricular” ao árbitro, reclamando desde o início até conseguir o famoso “pênalti estratégico”… quem mandou mudar? Coincidentemente, surgiram derrotas e empates. As semanas começaram a ficar “bem difíceis” e a barraca atleticana neste QUINTAL entrou em mini-férias-coletivas. Silêncio ensurdecedor, no bairro Califórnia, no Brasil e em New York…

Atento à lição maquiavélica (acuse os outros, antes que te acusem) Jorge aproveita as dissensões internas que hoje minam o Flamengo e diz que são frutos das mudanças de arbitragem… Pra ele, o grande prejudicado pela limpeza da arbitragem não é o Atlético e sim o Flamengo…

Jorge, há controvérsias.

4. Galo Doido New York – finalmente reaparece, e com música, após longo, sintomático e autoexplicativo silêncio…

 “O blogueiro continua com a teoria da conspiração da CBF e Árbitros a favor do Atlético. Como diz o Zeca Pagodinho, chore na cama que é lugar mais quentinho”.

Ainda meio fora de forma, um pouco desafinado pela falta dos treinamentos semanais, Galo Doido perde a mão:

a) Consulta o Conselho de Sábios da Grande Dores do Indaiá e indica dois “reforços de peso” para o Cruzeiro:

  “O primeiro, com 23 arrobas, é o atacante Walter, que está no Amazonas. O segundo, com 21 arrobas e meia, é o Aloisio (Boi Bandido) do Mequinha…”

                “Nenhum dos dois disse que gostaria de vestir a camisa azul mais horrorosa do PLANETA”.

Como sempre, criativo, inteligente, Galo Doido entretanto deixa uma ponta solta no fim da frase, compondo um prato cheio pra Freud … “camisa azul mais horrorosa do planeta…”

Você acha mesmo?  Qual a razão psicológica dessa frase fora de contexto? Não seria reação do seu subconsciente ante a secreta admissão de que a camisa do Cruzeiro é a mais bonita do mundo?

Sábado, depois do expediente, vá ao Central Park, faça um passeio bucólico de carruagem ou assente-se em frente ao “Conservatory Garden”. E medite. A roda já está girando…

b) Em mais uma prova de que ainda está fora do ritmo, Galo Doido confessa que é, sim, um dos sete felizes detentores da chave do Paraíso de Alice. E em contra-ataque, imagine quem ele foi buscar pra contrapor à inocência angelical de Alice: Freddy, personagem terrível de “A Hora do Pesadelo” (até então, depois de Herodes, foi quem mais tinha matado crianças); Jason Voorhees, o malvado de “Sexta Feira 13”, batendo o recorde de Freddy e, finalmente, Mike Myers, vilão de “Halloween”, nesse filme ele “apenas” bate o recorde de Jason, no quesito “Matar Criancinhas”.

Agora,  Galo Doido, me conta: quem tomou mesmo a “Cristalina do Picão”?

5. Atleticano – rejeita, mais uma vez, a defesa do blogueiro no caso Hulk-vestiário dos árbitros em Goiânia. Como não cabe mais recurso, vou cumprir a pena. Com tornozeleira.

Depois, vê como normais os “tropeços no caminho do Atlético”: 4 jogos sem vencer. Compara os desempenhos de 2020 e 2021, concluindo, com a alegria de pinto no lixo, que o seu time está ainda melhor, neste ano, do que foi no bicampeonato…  Estufa o peito, toma um gole de Adriano Ramos Pinto (era véspera de almoço) e “touché”:

“Onde está a queda de perspectiva? (Vice-líder do Brasileiro Série A, líder da Libertadores).

Atleticano, você só esqueceu de lembrar que o seu time está em segundo lugar no Brasileiro, mas com um jogo a mais…

Isto pode ou não, fazer diferença. Vamos aguardar.

Em seguida, uma pisadinha básica na bola. Pra ser bem entendida, é preciso reconstituir o crime. Na coluna anterior, Cruzeiro Sim! deu criativa gozeira na Barraca Atleticana que soltava foguetes festejando venda de milhares de camisas:

“E eu pensando que era time de futebol… desculpem… o tempo todo era uma grande confecção… corte e costura. Venderam calções e meias tb?”

Um dos que bateram palma é um “monstro sagrado” da Barraca Atleticana. Nada mais, nada menos, que o objeto de desejo do Porta dos Fundos:  Teobaldo! Recebeu depois o poderoso apoio de Marcilio.

Me animei então em transcrever o episódio. E estou sendo massacrado por Atleticano:

“Sério, Dalai? Repercutindo comentários desse nível de maturidade?

Teobaldo e Marcilio por favor, manifestem-se!

6. João de Deus Filho, tal como Galo Doido, curou o banzo e volta ao QUINTAL, defendendo mais ou menos a mesma tese de Sem Paciência:

“Nós que somos mais velhos, sentimos que o mundo está realmente mudando pra pior. Uma geração cheia de mimimi, de não me toque, de frescura e mais coisas que não comentar, porque me dão tristeza. Esse tal de bullyng não existia no meu tempo. A gente era chamado por apelidos, muitas vezes devido às características de cada um, e ninguém, chorava por causa disso. Mexiam com você e você devolvia com outro apelido também. E pronto, ficava nisso, todo mundo era amigo. ”

Muita gente pensa assim. O blogueiro, inclusive. O nosso Guru da Racionalidade representa milhões. Há, porém, um fato novo que alterou fundamentalmente todos os parâmetros: Internet/Grupos Sociais. A opinião pública que, antes, era construída pouco a pouco pelos noticiários, comentários de rádios, jornais e TV, troca de informações com amigos, gerando tempo suficiente de maturação, hoje explode instantaneamente pelos esquemas absurdos de repetição de mensagens.  Em um minuto, você que não se via ofendido, sente-se um flagelado moral. E vai reagir não como faria antes, mas como esperam os grupos sociais e como vão lhe cobrar os amigos. A Internet nos faz cavalos coiceiros: reagimos por instinto, não pelo raciocínio.

7. Nação Azul Nota 10! – É óbvio, nas arquibancadas, o apoio das torcidas aos seus times. Acontece com todo mundo, em todos os estádios. Mas tem sido incomum a atuação da torcida celeste dando força ao time. A tal ponto que após o Cruzeiro 1 x 0 Grêmio, técnico e dirigentes que falaram pelo adversário ressaltaram como foi fundamental o apoio dos nossos torcedores. Já em Porto Alegre, e dois dias depois, o vice-presidente do Grêmio voltou a destacar o papel da torcida do Cruzeiro nos jogos em BH, como informa Pepe Legal, transcrevendo a fonte da notícia:

https://www.me.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/cruzeiro/2022/05/17_cruzeiro.3970123/vice-do-gremio-exalta-papel-da-torcida-do-cruzeiro-nos-jogos-em-bh.shml

8. Murilo Andrade Marçal faz um alerta geral:

“Dalai, o problema é que nos atleticanizamos, nos tornamos um clube ridículo que comemora mineiro e segunda divisão. Ou mudamos ou seremos atleticanizados pra sempre. Não podemos comemorar liderança de Série B, mineiro, taça de um jogo só. Temos que lutar é por Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil, nada mais vale além destes. ”

Meu caro Murilo, é realmente impressionante a troca psicológica dos papéis. Nós estamos sendo eles. E eles, cada vez mais, se parecem com o que nós éramos. Inclusive nas gozeiras, só que agora com os sinais trocados. A gana de torcer pelos adversários deles (já que não tínhamos time pra torcer) …

Tudo igual fazíamos…

Mas nos resta um consolo: o nosso protagonismo estendeu-se por décadas, por nossos méritos. Encaramos e vencemos o adversário mineiro em lutas iguais.

Contrariamente, a episódica supremacia do Atlético nestes três anos deve-se é claro ao excelente elenco formado, mas, também, ao aniquilamento interno causado no Cruzeiro pelo tsunami Wagner-Hermínio-Itair. A pandemia mundial que se seguiu pegou todos os Clubes, obvio. Só que o Cruzeiro estava no chão.

Esta é a grande diferença. Você tem razão ao arrolar como nossas metas o Brasileiro, a Libertadores e a Copa do Brasil. Esta era a nossa praia.  Por enquanto, porém, estamos cumprindo o provérbio: “quem não tem cão, caça como gato. ”

9. José Antônio, na mesma linha de Atleticano,  nega trincas no casco da nave e, com base nos números, defende tese contrária. O Atlético, neste ano, estaria melhor que ano passado:

“Em 2021, após 7 jogos, o Atlético tinha 10 pontos, 3 vitórias, 3 derrotas e 1 empate, 6 gols marcados e 7 sofridos, saldo negativo de 1;

Em 2022, após 7 jogos, o Atlético tem 12 pontos, 3 vitórias, 1 derrota e 3 empates, 11 gols a favor e 7 sofridos, saldo positivo de 4. ”

Meu caro José Antônio, de fato os números falam, e só tolos discutem com eles. Mas, e no ar? Haveria alguma coisa a mais, além dos aviões a jato?

GARIMPO

“Só há duas espécies de viagem: em primeira classe e com crianças. ” 

 (Robert Benchley)