PROVANDO DO PRÓPRIO VENENO

As noticias sobre a SAF do Atlético tiram o sono do torcedor.  Esgotado o modo “Alice no País das Maravilhas”, o sigilo que cerca as propostas tem duplo efeito: protege o negócio contra a sanha de aves de rapina, mas também alimenta o caldo de cultura ideal onde vicejam especulações, fakes, imaginações e gozações de toda natureza. Pioneiro entre os grandes clubes, o Cruzeiro comeu o pão que nem o diabo quis amassar. A torcida atleticana só faltou organizar bloco pra desfilar na Savassi satirizando nossas agruras. As gozeiras dariam um livro, até interessante pela criatividade de algumas piadas. Porém, aos   trancos e barrancos, vamos saindo melhor que a encomenda.

Agora é a vez do rival, coincidindo com a reformulação do time e comissão técnica. Não é fácil, porque sobram pontas soltas.  Nem podem ser bem explicadas como a venda do Shopping e o transferban na FIFA, só agora resolvido e a gente pensando que seria uma gota d’água no mar. É sob esse clima de chuvas e trovoadas que surgem candidatos a compra do Clube. Cada um mais suspeito que o outro formando-se o trágico contraste: objeto de quase veneração para imensa torcida, mas visto como xepa de feira por alguns especuladores de plantão.  

Meu caro amigo atleticano, não se desespere porque isto faz parte do script.  Prepare-se porque ainda vai chegar proposta do Milk-Sheik, do sobrinho do Ladrão de Bagdá e de um herdeiro dos Anões do Orçamento. Ao torcedor só resta torcer pra dar certo (os atleticanos, claro).

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Copinha –   Há quanto tempo você não vê um gol de falta no Cruzeiro e na Seleção? Onde estão os sucessores de Zico, Marcelinho Carioca, Alex, Petkovic, Ronaldinho Gaúcho, o venezuelano Otero, em sua melhor fase? Nas três últimas Copas do Mundo, onde teoricamente estão os melhores jogadores, não fizemos nem um gol de falta. Sábado, porém, contra o Cuiabá e jogando praticamente num campo de areia, já nos acréscimos, o júnior do Cruzeiro arrancou a classificação numa excelente cobrança. A bola estava a uns três metros do bico da grande área. O nosso meio campo Japa e mais dois companheiros em posição para o chute, o que induz jogada ensaiada. Dois minutos pra terminar a partida, empatada em 1 x 1, e que iria para a loteria dos pênaltis. A Nação Azul que até já havia esquecido de ver gols assim preparava-se pra acompanhar a bola fora, até do estádio… E veio a grande surpresa, Japa sabe programar Waze na bola. Golaço.

2. Paulin Bolha – com razão, aponta cochilo de blogueiro na última coluna: o mala sem alça Pottker veio do Inter, não do Grêmio.

3. O novo time do Cruzeiro – Apesar dos portões fechados, cercando os treinamentos, alguma informação escapa e realimenta esperanças. Pessoal engajado com o esquema de intensidade imposto por Pezzolano. E sobram elogios à qualidade do elenco. Bola tratada com carinho. Três dos mais entusiasmados são Wesley e os dois Matheus Davó e Vital. Nas últimas horas, a grande expectativa é o centroavante Gilberto.  Vamos conferir nesta semana, se a justiça desportiva permitir. Como toda a imprensa vem projetando é um absurdo permanecer meses examinando a reclamação do Betim F.C. e decidir suspender o campeonato mineiro duas semanas antes de seu inicio sem considerar que há programações contratadas também há meses, inclusive das transmissões dos jogos, com reservas de hotéis, aviões e ônibus. Parece brincadeira que isto ocorra em plena era da tecnologia em que com um celular na mão você se reúne online com alguém na China, outro em Paris, um terceiro no Alaska e troca documentos.

4. José Fernando Durães Saraiva, mesmo sem querer, coloca os atleticanos de saia justa, ao sugerir que, ante tanta concorrência em cada posição, para se formar o time dos sonhos do Cruzeiro, a escolha recaia apenas naqueles que atuaram por seleção nacional.

Olha o timaço: Dida, Nelinho, Perfumo, Fontana e Sorin: Piazza e Alex: Jairzinho, Marcelo, Tostão e… Joãozinho.

Sábado próximo, Primeiro Encontro dos Hitzeiros, no Bairro Ouro Preto, terei oportunidade de perguntar ao próprio Dirceu o que ele acha desta seleção.

5. Marcos Mineiro, contrapõe:

“Impossível, qualquer lembrança do Cruzeiro sem Dirceu Lopes. Trocar Jairzinho por Dirceu.”

6. Adilson Melo complica mais as coisas, lembrando uma unanimidade:

“… um sacrilégio deixar Zé Carlos de fora…”

É possível ser contra?

7. Eduardo Silva, ainda sobre o tema ‘Time dos sonhos” escala com propriedade “uma seleção que deveremos sempre lembrar:

“Rafael Cabral, Zé Ivaldo, Lucas Oliveira e Eduardo Brock; Geovane Jesus, Filipe Machado, Willian Oliveira e Marquinhos; Luvanor, Bruno Rodrigues e Edu.  Esses são cascudos. Ganharam a segundona de forma espetacular, épica, nunca vista antes na história dessa competição e temos muito orgulho disso…”

Time inesquecível para a Nação Azul, surgido pós pandemia que nos prendeu na B nos dois anos anteriores, impedindo nossa recuperação do tsunami Wagner/Hermínio/Itair.

 GARIMPO

“A intuição é aquele estranho instinto que permite a uma mulher saber que está certa, esteja ou não.”

(Helen Rowland)