QUARTA-FEIRA NO MARACANÃ FLUMINENSE X CRUZEIRO

Cartão de visitas de Zé Ricardo foi melhor do que o esperado. Enfrentando time em recuperação, o Cruzeiro fez três gols e não levou nenhum o que, só por isso, revela que algo de muito positivo acontece. Alguém se lembra a última vez que fizemos três gols?

Parece que o novo treinador conseguiu mudar a mentalidade dos jogadores, além de ensaiar modificações pontuais no posicionamento de alguns. Nikão e Bruno Rodrigues são exemplos dos dois casos. Nos jogos anteriores mostraram um estranho desacerto com a bola, parecendo principiantes. Contra o Santos, embora entrando na parte final do jogo, foram um show à parte. Nikão, além de dar o passe alongado, milimétrico, para Bruno Rodrigues fazer o segundo gol, marcou ele próprio o terceiro, em jogada individual.

Digno de registro também o primeiro gol, resultado de escanteio cobrado por Lucas Silva. Jussa entrou de cabeça, mostrando que treinos específicos fazem muito bem ao time. Foi só o primeiro passo. Quarta-feira outro teste difícil, no Maracanã, encarando o mordido Fluminense, que perdeu para o Vasco. A torcida é por uma exibição firme, de time bem equacionado, disposto a confirmar, uma vez mais, que está finalmente reagindo.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Eduardo Silva destaca fato sintomático: dos 40 mil ingressos postos à venda para o jogo contra o líder Botafogo, na Arena MRV, cerca de 8 mil encalharam. Era o segundo jogo oficial no badalado campo próprio e só conseguiram colocar lá 32 mil torcedores? Cadê o entusiasmo, a comoção pública pela inauguração do estádio? Sinais fortes de zebra!

2. Sabedoria popular – Teobaldo salienta a importância da sabedoria popular no nosso cotidiano. Sem nenhuma dúvida. A profundidade dela vem da experiência secular que vai se sedimentando com o passar do tempo. Erros e acertos confirmam-se por gerações. Uns aprendem e outros se recusam a aprender,  pagando  caro por isso. Os provérbios extratificam esse acervo valiosíssimo. 

3. Zezinho discorda do blogueiro e alfineta:  Ronaldo se preocupa apenas com seu prestígio como jogador, não como empresário, pois só visa lucros.

Não me parece assim, porque uma imagem não é dissociada da outra. Se pisar na bola, portas que hoje lhe são abertas mundo afora podem se fechar. Com ele, sempre há muita coisa em jogo, seja no gramado verde ou no multicolorido da vida.

4. João de Deus Filho, escrevendo na manhã de quinta feira, estranhou o título otimista da coluna focando o jogo contra o Santos: “Finalmente: Noite de Cruzeiro!”. Sem perceber que seu anjo da guarda foi conferir a temperatura em Urupema, João solta um arriscado vaticínio:

“Será que realmente o  torcedor do Cruzeiro se alegra em noite que seu time joga? Só se for antes da partida iniciar.  Ao final da mesma, sei que o choro é farto. É a vida. Racho os bicos quando vejo um treinador que deu com os burros n´água por onde andou ser tratado como salvador da pátria em solo mineiro”.

João, lá para os lados da Abadia, no Oeste Mineiro, isto se chama “errar a hora de ir ao mandiocal…”

5. Marcos Mineiro faz leitura objetiva do Santos 0 x 3 Cruzeiro:

“Com os mesmos jogadores e as mesmas substituições, o Cruzeiro fez uma partida, se não excelente, pelo menos para além do razoável. (…) É verdade que falta muita coisa para o time se firmar no campeonato, mas já é um bom começo, e será preciso enfrentar cada jogo como uma guerra.”

Disse tudo, Marcos. Houve uma espécie de reposicionamento mental dos jogadores. Pareciam mais confiantes. Acho que é o “start” que precisavam para os próximos jogos.

6. Rei Melo, dando (meio) braço a torcer:

“Pronto Dalai ganhamos. Parabéns aos paulistas que comandam o clube kkk …e aí fica a pergunta será que tem mesmo dedo desse tal técnico?”

Meu caro Rei Melo, desculpe-me, mas este ‘mea culpa”, diante das imprecações contundentes da última coluna está meio fajutinho. Nikão, por exemplo, merecia uma retratação especial, após aquele passe milimétrico para Bruno Rodrigues e o belo terceiro gol feito. Em suma: A gente esperava um Dourado de 15 quilos, veio um lambari.

GARIMPO

“Os momentos felizes não estão escondidos nem no passado, nem no futuro”.

(Marina Lima, “À Francesa”)