QUARTA, OUTRA VEZ, CAMPEÃO NA TOCA TRÊS!

Contra o Ituano, depois de amanhã, às 21h30, cumpriremos a 33ª rodada de um total de 38.  Restando cinco pra finalizar o campeonato brasileiro da Série B, o Cruzeiro lidera com folga e é o melhor em tudo, em todos tempos do torneio. Justa compensação para um Clube que nos dois últimos anos não conseguiu nem visitar a primeira página de classificação. Caso sui generis na história do futebol, o Clube foi arrasado pela sua própria diretoria, em seguida tentou reagir e viu-se amarrado pela pandemia que trancou o mundo em casa.

Maldosamente, atleticanos vivem citando nossas declarações otimistas pós-queda pra B, tipo “vamos subir com um pé nas costas”, omitindo o decisivo detalhe: foram feitas ANTES da pandemia. Naquele cenário, o que tínhamos pela frente era “apenas” o rombo absurdo do cofre e os contratos criminosos de lesa-clube. Mesmo com tamanhos desafios, mas confiantes na saga das “páginas heroicas, imortais”, tivemos a coragem de partir pra luta, começando a desenhar uma disputa de Série B jamais vista. Marketing e torcida se misturavam numa só vibração. Muitas vezes, neste QUINTAL, já me referi a este período de sonhos. Brotavam declarações transbordantes de confiança na pronta e heroica volta por cima. A pandemia mundial veio de repente, como água na fervura. Não conseguimos, sequer, nos levantar.

Os atleticanos pegam nossas declarações daquele período e por dois anos seguidos reproduzem, descontextualizadas, como se fôssemos idiotas de afirmar que, sem torcida em campo, sem recursos básicos, sem time, sem diretoria, iriamos sair da B “… com um pé nas costas…”. 

Suportamos tudo isto, sem poder de reação. Quando os portões foram abertos pra torcida, não tínhamos nem time nem comando. Dois anos sem sequer visitar a primeira página da tabela de classificação. Ameaçados de cair para a C, Felipão teve a coragem de dizer que essa era a nossa meta. Embora tênue, quase se apagando, a chama da esperança continuava acesa e hoje, graças à trilogia: Nação Azul, Ronaldo e equipe técnica/jogadores estamos, finalmente, dando a volta por cima. Machucados, magoados, mas com aquela emocionante certeza de que voltamos para o nosso lugar.

BATE PAPO NO QUINTAL 

1.  Gol de placa – Imaginem, corajoso leitor e valente leitora que conseguiram chegar até aqui nesta coluna (com licença do Kfouri):  precisando de uma assessoria financeira vocês recebessem oferta de um grupo formado por Elon Musk, Jeff Bezos, Bernard Arnault e Bill Gates, simplesmente os 4 maiores bilionários do mundo?  Mutatis mutandi (mudando o que precisa ser mudado) é mais ou menos o que acontece agora com o Cruzeiro, por iniciativa de Ronaldo. Acaba de formar um Conselho Consultivo, com sete membros, assim:

Nicola Calicchio, sênior advisor do Morgan Stanley, ex-presidente da Mckinsey, Presidente do Conselho:

Eduardo Navarro, diretor Global na Telefônica Espanha;

Denis Caldeira, ex-diretor do Facebook e Google;

Pedro Mesquita, da XP;

Amir Cunha, diretor do BMA – um os maiores escritórios de advocacia do país;

Ricardo Dias, ex-VP de Marketing da Ambev (Marca e Inovação);

Lilian Guimarães, ex VP do Santander e Natura (RH).

Com este timaço assessorando, agora é só entrar em campo!

2. Briga de animais – Não são torcedores essas pessoas que, vestindo camisas do Cruzeiro, Atlético, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Vasco e outros Clubes, promovem batalhas campais, resultando em mortos e feridos. Isto não é torcer. Isto não é gostar de futebol. Pra estas “desorganizadas” fica a lição trágica da Indonésia. No Estádio Kanjuruhan, cidade de Malang, após a vitória do Persebaya sobre o arquirrival Arema, por 3 x 2, houve um conflito generalizado. Saldo: 127 mortos.

3. Eder Jofre – Uma lenda do boxe morreu ontem, aos 86 anos, vítima de progressiva complicação cerebral provocada pelos golpes recebidos ao longo da carreira. Certa vez, perguntado se gostaria de ser lembrado como “o Pelé do boxe”, respondeu na hora: “Não, prefiro ser lembrado como Eder Jofre do boxe”.

4. Melhor de todas – Perdoe-me a Barraca Atleticana mas achei genial a observação que circulava nos grupos até a vitória contra o Fluminense:

“Jogo do Atlético no Mineirão parece filme antigo de Charlie Chaplin:  em preto e branco, e mudo. ” 

5. Atlético 2 x 0 Fluminense – Quando ninguém esperava, e apesar de 70% de posse de bola, o Fluminense acabou com a vencibilidade do Atlético no Mineirão.

6. José Antônio – distraído com o debate político, leva escorregão homérico: o debate era sobre a odisseia porque passou o Cruzeiro, primeiro com o tsunami interno e em seguida com a pandemia, razões que o colocaram na Série B por 3 anos seguidos. A pergunta era sobre o Atlético: passando pelo que passou o Cruzeiro, quanto tempo ele ficaria na B? “Ora, ele já passou pela B e ficou apenas um ano”, responde um desatento José Antônio. E o tsunami e a pandemia, como vocês reagiram?

GARIMPO

“Você nunca sabe que resultados virão de sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados. ”

(Mahatma Gandhi