RAFAEL SÓBIS

A imponderabilidade do futebol é um dos fatores que explicam a paixão que ele provoca nos torcedores. Sorte e risco, presentes também em mesas de jogos, embora em outras dimensões, aumentam a sedução. Em quantos “herdeiros de Neymar” já colocamos nossas fichas? O último que me lembro é Neiton, retirado das divisões de base do Santos como joia rara, mas que por várias razões não brilha o esperado.

Há pouco tempo recebíamos com tapete estendido dois reforços, Edilson do Grêmio e Bruno Silva do Botafogo. Pelo que jogavam em seus clubes, o Cruzeiro estava recebendo dupla de seleção brasileira. Não foi assim. Bateu frustração geral.

Neste vai e vem, os grupos sociais alimentam a paixão. Aplaudindo, vaiando, criticando. Num mesmo grupo, conflitos “brabos” entre apoio e censura. Acreditar ou não acreditar.

Com Rafael Sóbis foi assim. Tão logo anunciado o retorno, críticas torrenciais brotaram dos grupos, sobretudo porque dia 17 de junho passado já completara 35 anos. Tive a sorte de ouvir uma entrevista dele salientando o desafio que era retornar a um grande Clube como o Cruzeiro, agora em baixa, e participar de sua reconstrução. Poderia permanecer na Série A, com o Ceará ou o Inter, mas optou por nós, com todos os riscos inerentes.  Desde o primeiro momento recebeu o franco apoio deste QUINTAL e começou a se readaptar jogo a jogo.

O gol histórico, marcado do círculo central, foi o episódio mais espetacular até agora, desta sua nova fase do Cruzeiro, mas em verdade em cada jogo fica visível a sua importância para coordenar o time, na articulação de jogadas no último terço do campo, com assistência ou marcando gols.

Ontem, um dos mais respeitados comentaristas do Brasil, Paulo Vinicius Coelho, o PVC, comentou a ascensão do Cruzeiro sob a direção de Felipão, apesar das graves dificuldades enfrentadas pelo Clube, jogou suas fichas na subida para a Série A e apontou Rafael Sóbis como o melhor jogador da Série B.

Após tanto destaque negativo do Cruzeiro desde fins do ano passado, as palavras de PVC soam como música.

E que sejam abençoadas!

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Nunca pensei torcer tanto em jogos da Série B. Figueirense x Cuiabá ontem parecia decisão na Champions League. Grupos sociais vão divulgando qual resultado nos interessa. 1 x 0 para o Figueira segurou a subida do Cuiabá. Praticamente todo jogo vai mexer com a gente. Haja paixão. Haja fé.

2. O asterisco, representando jogos ainda não realizados, embalou sonhos alvinegros durante muitas jogadas. Era líder e ainda tinha dois jogos atrasados. Não aproveitou a gordura e tem na sua cola Flamengo e Palmeiras com jogos atrasados. O asterisco agora não deixa dormir.