SÁBADO, 11h, SERÁ O BRUSQUE EM SANTA CATARINA

Pezzolano, finalmente, tem uma semana inteira pra treinar o time, procurando a melhor adaptação de 4 ou 5 novas peças. Adriano e Vitor Leque, dentre outros, emprestados, já deixaram o elenco. Espera-se que, para sábado, no Vale do Itajaí, um novo Cruzeiro esteja em campo, seja pela renovação de peças, seja pelo reposicionamento de outras, sobretudo no meio de campo. Vamos melhorar o que já está bom como atestam a nossa privilegiada posição na tabela e os recordes de desempenho. Edu, com 16 gols em 33 partidas, está em jejum há 9 jogos. Ano passado, integrando o time do Brusque, foi o artilheiro da Série B. Legalistas que somos, torcemos para que sábado funcionem todas as leis, inclusive a do ex. No Atlético x Corinthians, domingo, no Mineirão, ela foi plenamente exercida…

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Chay – Dentre os reforços anunciados pelo Cruzeiro, Chay é o mais polêmico porque após grandes atuações no Botafogo ano passado, colaborando para o título da Série B e o retorno do Clube à elite, caiu de produção perdendo até o banco de reservas. A meu ver, as críticas são apressadas. Em primeiro lugar: o companheiro de Chay no meio de campo do Botafogo, Pedro Castro, já está no Cruzeiro e a dupla poderá dar caldo de novo. Em segundo, várias circunstâncias como ambiente em campo e fora dele, companheiros, vida pessoal e talvez até o mapa zodiacal (?) enterram ou ressuscitam craques. Exemplos rápidos: Marinho não jogou nada no Cruzeiro e brilhou no Santos. Rony, idem, no Palmeiras. No Cruzeiro de 2013, brilharam Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. O primeiro havia sido dispensado pelo Corinthians e Goulart não foi aproveitado pelo Inter. Quando trouxemos um jogador do Botafogo, a peso de ouro, Bruno Silva, foi um fracasso. Mais atrás, Alex veio em baixa e fez a diferença. Rivaldo chegou com pompas e foi um foguete queimado.

Sobre Chay, quem se arrisca a fazer freelancer de Mãe Dinah?

2. Tinga e Filipe Machado – Os dois deram excelente entrevista à Radio Itatiaia. O primeiro aplaudiu o Cruzeiro: “time rápido e simples. Não é fácil fazer coisas simples. Dá gosto ver o trabalho de Pezzolano…” O polivalente Machado confirmou o bom ambiente no time e que gosta de se arriscar nos chutes a gol. O nosso ídolo Alberto Rodrigues, compondo a mesa de entrevistadores, fez a pergunta de um milhão de dólares: “você treina chutes a gol? ” R. “Não há tempo por causa da apertada programação”. Recordou-se, na mesa, que notáveis chutadores, como Nelinho, Eder, Marcelinho Carioca e outros, encerrados os treinos, permaneciam em campo treinando arremessos. Explicou-se que hoje isto não é possível porque o setor de fisiologia programa o descanso dos jogadores tão logo terminam os treinos. É uma pena. Está faltando treinamento mínimo para os nossos azuis que gostam de arriscar chutes a gol. No programa, o próprio Tinga pontuou: “Não é só chutar. Tem de ter direção. É preciso afinar a pontaria. ”

O tema é um dos pontos fracos de nosso time. Jogadas armadas na intermediária do adversário, com todo o meio campo avançando, oferecendo-se para receber a bola, são desperdiçadas por chutes inúteis: ora sem direção alguma, ora nas mãos do goleiro, como se fossem recuos.

3. Manuel Panhame, o historiador, em tantas tentativas, não havia conseguido derrubar o blogueiro na luta campal de arquibancada (os fatos não deixam atleticanos vencer cruzeirenses). Ardiloso, valeu-se do 23 de julho com cerca fraca e conseguiu surpreender o sistema cardiológico adversário. O VAR está examinando a jogada.

4. José Antônio, como sempre, corta na carne viva:

“… o seu time continua ganhando na “bacia das almas”, mais na base da transpiração do que da inspiração, normal, não se pode esperar muita coisa de um time formado por refugos e perebas dispensados e/ou encostados…”

Meu caro José Antônio, transpiração todos os outros concorrentes também podem ter, mas estamos liderando com folga, e batendo recordes de pontuação, de renda e de público. Quanto ao último, incluindo a Série A, estamos em segundo lugar, só perdendo para o Flamengo. Não é pouco. Após o tsunami interno e a subsequente pandemia mundial que nos mantiveram por 3 anos na B (como certamente aconteceria com qualquer outro Clube) estamos finalmente reagindo, consciente de nossas limitações. Reforços pontuais continuam em nossa mira. Ao mesmo tempo, vivenciamos esta pioneira experiência de Clube-Empresa. Tudo são novidades, riscos, expectativas, confianças e desconfianças. Desafios requerem coragem. Atrás de nós um passado heroico, renovando forças para a luta. Queiram ou não queiram os atleticanos, o gigante está acordando. Daqui a pouco, tudo voltará a seu devido lugar. Entenderam?

5. Pepe Legal antecipou resposta a José Antônio:

“O time já está sendo ajustado com novas peças…agregando perfil apropriado para 2023, sem sustos nem loucuras…”

É isto aí. Devagar. Pés no chão. Aprendemos com a dor. Estatísticas confirmam o acerto da fórmula.

6. Jorge zoa o blogueiro que trocou Ademir por Hulk no episódio do pênalti reclamado pelos atleticanos, contra o Botafogo. Já venciam. No finalzinho, o controvertido lance. Em nada iria alterar os três pontos garantidos. Por isso a reação me pareceu desproporcional. Muita lenha pra pouca farofa. E se acontecesse com o Atlético o que ocorreu com o Cruzeiro, aquela mal traçada linha do VAR anulando nosso legitimo gol da vitória? Certamente, o mundo seria incendiado.

No baú das recordações, Jorge sentiu na alma o “Fica Celso Roth” e o “Fica Tite”. Dolorosas lembranças. Tem outras, do mesmo calibre e seria útil que um Manuel Panhame cruzeirense fizesse um resumo histórico. Atordoado, sem munição efetiva, Jorge usa balas de festim: “Fica Adilson… fica Mozart… Thiago Neves… Dedé…”. Nada a ver. Confunde Carolina de Sá Leitão com Caçarola de Assar Leitão. Quanto ao niver, gratíssimo pelos votos. Um dia, na Arena MRV, com você e João de Deus Filho, tomando uma bem geladinha, com um fígado acebolado, espero ouvir atento e falsamente comovido, o chororô pós derrota do Atlético. Desculpe-me mas, em outras palavras: serei ‘um bom ouvinte”, na linha do Garimpo de hoje.

7. Jamicel mexe com a memória remota de milhões de corações azuis: a sensação de subir as escadas que dão acesso à arquibancada…de repente, em plano aberto, diante de nossos olhos, a grandeza monumental do estádio. Era o jogo contra o Bahia, 50 mil pessoas, emoção no ar, na mão de Jamicel a mãozinha tênue de sua filha de 4 anos. Os olhos de Jamicel conectados nos olhos da menina, captando emoções que, certamente, permanecerão pelo resto da longa vida…

Quantos de nós já participamos deste filme maravilhoso? No Mineirão antigo vivi episódio diferente. Um anel externo, completo, dava entradas para as áreas das torcidas. Cheguei com meus filhos para um Cruzeiro e Atlético, Mineirão lotado. Todos vestindo a camisa mais bonita do Brasil, passamos a percorrer o anel à procura de uma brecha pra subir e alcançar a arquibancada. Achamos uma menos cheia e fomos nos embrenhando. Quando finalmente conseguimos aparecer, fomos alvejados por um monte de copos, bolinhos de papel e pauzinhos de picolé. Era o cercadinho da Galoucura.

8. O TIME DO POVO MINEIRO – Jamicel pede o link pra comprar o livro lançado sábado no Rio e que já começa a ser comentado no mundo azul:

https://leiacorner.com.br/produto/o -time-do-povo-mineiro/

Falando em time do povo mineiro, deve-se registrar uma feliz coincidência. O livro foi lançado dia 23, antes da divulgação de abrangente pesquisa de torcidas, tema da próxima coluna. A Nação Azul deu show.

9. Toinho, entusiasmadíssimo com a chegada de Cuca, só falta pedir que antecipem logo a entrega das taças de campeão brasileiro e da Libertadores ao Atlético. Cuidado, Toinho, esta canoa já apresenta rachaduras no casco.

10. Rei Melo incomodado com o interminável lamento atleticano pelo pênalti não marcado, no fim do jogo contra o Botafogo. O lance é discutível e o Atlético já vencia. Não satisfeito com as Notas Oficiais expedidas, o presidente atleticano esteve em Brasília, na sede da CBF, e reclamou pessoalmente. Já perguntei, repito: e se acontecesse com o Atlético o erro no traçado da linha do VAR como ocorreu com o Cruzeiro? Greve geral? Passeatas?

 GARIMPO  

“Em geral, o que chamamos de “bom ouvinte” é alguém com uma indiferença habilmente refinada. ”

(Nassim Nicholas Taleb, em seu livro “A Cama de Procusto”.