SÁBADO, 4 DA TARDE EM CURITIBA!

Agora, quem fez feio em casa vai tentar fazer bonito na casa dos outros, com a vizinhança toda contra. Quando estava tudo a nosso favor, inclusive o estádio lotado pela Nação Azul, conseguimos exibir uma das piores atuações do ano, perdendo para o Goiás, que estava na zona de rebaixamento. Por castigo, a próxima parada é contra time da prateleira de cima – Athletico do Paraná – no campo deles, gramado sintético, torcida vibrante e um demolidor que atende pelo nome de Vitor Roque, retirado de nós com a mesma dificuldade que se toma pirulito da mão de criancinha.

Após as duas pancadas que sofremos nos últimos jogos o que mais queremos é ver caras novas vestindo o manto estrelado. Chega da mesmice que não sai do lugar. Chega de jogar pra trás, para os lados e depois rifar a bola. Chega dos cruzamentos direto às mãos tranquilas dos goleiros, lançamentos fantasmas, escanteios batidos no modo-ridículo, ataque imaginário… inofensivo.

Pepa, por favor, não venha com mais do mesmo. Se treinos não estão resolvendo nada, então não será a falta de treinos que impedirá a estreia dos novos contratados. Urgente. Pior do que está não fica. Vale a pena arriscar.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Marcos Mineiro, sem meias palavras:

“…estou cansado de ver o sr. Pepa de pé, parecendo não sei se múmia ou espantalho. Calado, quieto. Uma esfinge. Não vemos uma jogada ensaiada, vemos sempre os mesmos jogadores que têm se saído muito mal. Pepa não consegue ver nem mudar o jogo. Suas trocas são sempre 6 por meia dúzia. Não acrescentam nada, não mudam o jogo, quando não pioram…”

Meu caro Marcos, lamentavelmente, você está correto. Com algumas raras exceções, os jogos são a repetição um do outro: as mesmas caras, nas mesmas posições, com produção zero no primeiro tempo. Para a etapa final, Pepa nunca surpreende: volta com os mesmos jogadores que vão repetir no segundo tempo o que fizeram no primeiro: nada. Nos cinco minutos finais, ele faz as alterações que têm o mesmo efeito de um canivete sem cabo que perdeu a lâmina.

2. Paulo Augusto concorda:

“O esquema tático está piorando os jogadores… Vital, Bruno e Marlon, até o jogo contra o Fluminense estavam fazendo uma triangulação excelente… Aí Pepa deslocou o Bruno, após a contusão de Vital e, até hoje, essas jogadas não voltaram. ”

3. Luiz Barcelos é outro que pensa como Marcos Mineiro:

“ Os mais antigos vão entender: o nosso time parece uma enceradeira: roda, roda, roda e não sai do lugar…”

4. Juliano Damien também participa do coro:

“Partida deplorável – se não pior que isso, contra o Goiás. Time não arma jogada, não tem criação, jogadores de frente não se movimentam e não aparecem. Time do Cruzeiro previsível demais. Desse jeito fica fácil demais anular. Lucas Silva poderia ter entrado, pois sabe fazer o elemento surpresa (o que Ramiro e Richard fizeram). ”

5.Bernard José de Assis, corajoso, filia-se à “turma” que acredita em almoço de graça, até agora composta apenas de um intrépido integrante: João de Deus Filho. Louve-se tanta coragem diante de tantas evidências em contrário.

Bernard comete ainda outro equívoco. Justificando seu posicionamento ao projetar os riscos naturais dos investidores quanto às SAFs, salienta que o blogueiro deveria saber muito bem disto:

“… Ainda mais você que presidiu um grande time e sabe o imenso risco que os investidores do Atlético correram e ainda correm quando colocam tanta grana assim num negócio tão arriscado que é um time de futebol. ”

Meu caro Bernard, desculpe-me, mas não há qualquer semelhança entre presidente de Clube, antigo, e presidente de SAF. Nesta, o investidor-presidente “coloca grana” mas cerca-se de garantias patrimoniais geralmente à sua escolha, sem depender de conselheiros. Ao contrário, presidentes antigos destruíam literalmente o Clube, em proveito próprio e de sua quadrilha, sem qualquer responsabilidade pessoal documentada.

6. João de Deus Filho, justificando o codinome de Guru da Racionalidade:

“Vamos ao que interessa. Primeiro, reiterar que seu time tá uma baba. Mas, para a alegria azul, o meu tá pior. O seu time talvez tenha técnico, mas não tem elenco e isso sinaliza o motivo do mal futebol. No meu caso é o inverso e eu fico tentando entender como um cara (ou vários, que já passaram por aqui) não consegue fazer esses jogadores demonstrarem porque recebem tão gordos salários (…) Na verdade, eu já desisti de esperar alguma coisa desse elenco neste ano…”

Meu caro João de Deus, o Conselho de Sábios da Grande Bom Despacho analisou sua confissão, elogiou sua coragem e desprendimento e fez uma recomendação:

Assim como você abriu os olhos para o time e o técnico, abra também para os pontos cegos da SAF atleticana.

7. João de Deus/2 retorna com uma surpreendente recaída:

“Acabei me esquecendo de fazer mais um comentário. Se o Menin vendeu e ele mesmo comprou a SAF do Atlético isto só evidencia a genialidade dele em fazer negócios. (…) Tem de tirar o chapéu pro cara. Lembrando que o CAM passa a não dever 0,01 a ninguém”.

João, amigo, se isto fosse verdade Menin receberia neste Ano o Premio Nobel de Economia. Aceite, por favor: almoço de graça, só no Paraíso de Alice.

8. Samuel Correia vem com ótima sugestão a Pepa:

“Treino todo dia, com os mesmos, gera acomodação e menos intensidade. Eu sugeriria jogos-treino no meio da semana para “o pau quebrar” pra valer e os jogadores chegarem no ritmo para os jogos de fim de semana. ”

Pepa, quem sabe está aí a solução pra acabar com a mesmice negativa?

9. Eduardo Silva traz a excelente nova:

“Matheus Pereira já está treinando na Toca-2 junto com o elenco. Abre a jaula e solta a fera já no próximo jogo! Quem sabe, sabe. ”

Mil vezes amém! E sempre lembrando: Matheus nasceu em Belo Horizonte, cruzeirense de vestir a camisa na infância. Por circunstâncias nunca jogou no Brasil. Para a felicidade dele e da Nação Azul jogará agora!

10. Rafa vem aí. A próxima coluna,  última do mês, segunda, 31, será assinada pelo neto-editor Rafael de Novaes Rocha.

GARIMPO

“Faz escuro, mas eu canto,

Porque amanhã vai chegar.

Vem ver comigo, companheiro,

A cor do mundo mudar

Vale a pena não dormir para esperar

A cor do mundo mudar

Já é madrugada, vem o sol, quero alegria,

Que é para esquecer o que eu sofria.

Quem sofre fica acordado defendendo o coração.

Vamos juntos, multidão, trabalhar pela alegria

Amanhã é um novo dia.”

(Thiago de Melo)

– Colaboração de Teobaldo