SÁBADO É O BAHIA

4 da tarde, Toca 3, abrindo o returno. Chance de revide contra os baianos. Tomara que os reforços se ajustem na equipe e mostrem mais serviço, o que não aconteceu contra o CSA. Nossos erros foram potencializados por uma série de circunstâncias, entre elas o nervosismo de alguns pela estreia, mas principalmente a deficiência técnica, sem contar os imprevistos (Rafa Silva contundiu-se no aquecimento). Passes errados, escanteios mal cobrados quando mais o time precisava de uma reação positiva. No balanço final, comparados os erros de um lado e de outro, o empate puniu os dois times. A Nação Azul presente no Estádio Rei Pelé, valorizando a liderança (42 pontos, em 57 possíveis) aplaudiu o time no final, repetindo-se no gramado e na arquibancada aquela fantástica coreografia que mata de inveja muita gente.

Para sábado, expectativa com estreias de Bruno Rodrigues e Stênio.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Pezzolano se despede das expulsões – na habitual entrevista pós jogo, o treinador cruzeirense que havia novamente demonstrado instabilidade emocional, sendo expulso de campo, surpreendeu os repórteres. Ao invés de tentar justificar seu ato, como fez na expulsão anterior (“vou sempre reclamar quando for necessário...”) anunciou mudança radical: “errei mesmo, não deveria ter procedido daquela forma. Isto não mais acontecerá. Prometi aos jogadores. ”

Pezzolano, cumprindo a promessa, mostrará maturidade, corrigindo um aspecto negativo de seu desempenho como técnico, tão elogiado nos demais quesitos.

2. Rei Melo – sem freios nem censura:

“Dalai, minha crítica ao sr. é a insistência em falar que ninguém viu nada ou soube de nada e que essa pandemia fajuta, criada por chinês, é a culpada da merda que vocês fizeram. E o que ocorreu lá dentro do Clube… impossível 430 imbecis metidos a gente fina se omitirem diante de um grupo de vagabundos liderados por uma tal família de novos cangaceiros sem escrúpulos e que também era parte dos 430 passa fome…”

Meu caro Rei Melo, este ainda é o desabafo de boa parte de cruzeirenses. Me desculpe, mas é equivocado. Vamos pinçar duas das acusações mais fortes:

1.  Culpar a pandemia “pela merda que vocês fizeram”:

A ordem está invertida. A pandemia veio depois da “merda”. Sendo mundial, tornou impossível a recuperação nos primeiros dois anos;

2. E o que “ocorreu lá dentro do Clube e ninguém viu…” Não foi dentro do Clube e sim na sala do presidente, a portas fechadas. Ninguém podia ver ou ouvir nada. Tudo mantido em sigilo. Você acha que maracutaias são praticadas sob holofotes?

3. José Antônio, irreconhecível, pergunta:

“E onde que o Fluminense é apontado como um dos melhores da primeira divisão? Na imprensa carioca? ”

Não! Na tabela de classificação, onde está há três pontos do primeiro lugar. Na rodada de domingo, com jogos em andamento, chegou a ser líder. É o terceiro melhor ataque da Série A, superado apenas pelo Palmeiras e Flamengo,

4. Jorge, habilidoso no manejo das palavras, quer desmoralizar o VAR dividindo-o em duas partes: Do Bem e Do Mal. E sugere que para o blogueiro o VAR é do bem somente quando favorece o Cruzeiro. Não é verdade. Tecnicamente, a inovação é excelente, mas sendo manuseada e interpretada por seres humanos, sujeita-se obviamente a erros, não frequentes. Com um percentual de acertos que deve beirar os 80/90%, contribui sem dúvida para a eficiência das arbitragens. Penso que a sua extraordinária vantagem é evitar aqueles erros clamorosos que decidiram campeonatos e ilustram hoje o folclore nacional.

5. Pepe Legal entra neste minifúndio armado com Míssil Exocet e detona: Pesquisa divulgada agora pelo GE aponta Flamengo e Corinthians como maiores torcidas do Brasil (21,8 e 15,5%). Até aí, nenhuma novidade. O triste é ver que o tsunami interno e a pandemia, além de nos manter na Série B por 3 anos consecutivos, tirou um de nossos mais antigos galardões: O de Melhor Clube Fora do Eixo Rio-São Paulo. Pela mínima diferença de 0,1% perdemos o posto para o Grêmio (3,2 e 3,1%). No placar geral, chefiando com folga em Minas, ficamos em 7º. lugar. Depois de nós, vêm os Clubes com torcidas menores, que não alcançam 3%. Inter e Santos com 2.2%. Seguem outros menos classificados…

6. Justiça seja feita – Nesta arrancada do Cruzeiro para a retomada de seu lugar no cenário nacional e encerrando-se quarta-feira o primeiro turno, os nossos jogos em casa com 100% de aproveitamento até agora houve duas unanimidades: Rafael Cabral no campo e a Nação Azul na arquibancada. Ontem, no jogo contra o CSA, nosso goleiro foi de novo eleito o melhor em campo.

7. Teobaldo abriu o baú sobre Roberto Campos e reproduziu o bate-boca histórico ocorrido com sua ex-aluna, a economista Maria da Conceição Tavares. Ali, Bob Fields (como o chamava Sérgio Porto) exibiu uma das características de sua brilhante personalidade: a ironia fina, letal. Às vezes mata mais que metralhadora.

8. Lucio Carlos interpreta a visão de muitos sobre dois atacantes azuis:

“…Vejo que o Edu, e não apenas o Luvanor, está deixando a desejar. O Edu tem perdido boas oportunidades e não está sendo aquele matador do primeiro trimestre. Cansaço? Talvez. O time de Pezzolano é muito intenso. Aliás, não fosse essa intensidade seria um time comum porque os jogadores, com raras exceções, são limitados. ”

Análise correta, Lucio. A transpiração substitui a inspiração, mas cansa. A limitação técnica tem causado a perda de um punhado de jogadas durante a partida. Aí entra o esforço absurdo dos jogadores pra se superarem, motivados pela fantástica Nação Azul lotando as arquibancadas. A esperança são os reforços que ontem ficaram devendo mas que podem, sim, melhorar o nível de qualidade.

9. Jamicel acha injustas as críticas ao nível técnico de nosso time, argumentando com a liderança absoluta, folgada, e com os resultados já alcançados neste primeiro turno, incomparáveis com o fraco desempenho nos dois anos anteriores.

Meu caro Jamicel, situações distintas. Nos últimos dois anos, desmandos em campo e fora dele. Absurdos se sucedendo. Com o clube-empresa, até agora os resultados são mais que animadores. A esperança renasce. Quanto ao time, não podemos confundir resultado com rendimento. É visível a deficiência técnica de boa parte de nossos jogadores, suprida pela garra e vontade de ganhar. Isto não será o bastante para os próximos jogos, com acirramento das disputas. O jogo de ontem sinalizou o quanto precisamos de melhorar, até porque as partidas do segundo turno serão muito mais disputadas.

GARIMPO

“É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja”.

(Honoré de Balzac) – bateado por José Antônio