SABER PERDER TAMBÉM É GANHAR!

Quase 58.600 mil torcedores-pagantes, presentes ontem no Maracanã assistiram um bom jogo envolvendo líder e terceiro colocado da Série B e se fosse possível, os dois deveriam ter vencido, tal o futebol disputado, palmo a palmo, sobrando garra e vontade de vencer. Finalizada a partida, em 1 x 0 para o Vasco da Gama, as arquibancadas por vários minutos mostravam o que havia sido o jogo:  torcedores cariocas festejavam com a vibração de quem acabava de ser campeão.  Num canto do estádio, não menos vibrantes, 5.000 heróis representando a Nação Azul, sintonizados com os jogadores em campo, aplaudiam e eram aplaudidos, em movimentos sincronizados com os braços. Era o painel vivo do que é hoje este time: um gigante em recuperação, colhendo a cada rodada o fruto do esforço, da seriedade, da confiança presente dentro e fora do gramado. Nem sempre será possível vencer, como vínhamos conseguindo nas últimas 8 partidas. Mostramos ontem que a maturidade está nos ensinando também a perder.  Sem dramas. Sem recalques. E aquela sensação animadora de que perdemos podendo ganhar. A torcida, no emocionante pós jogo, atestou isto.

Quinta-feira, feriado, às 16h. Na Toca 3, contra a Ponte Preta, o reencontro com a vitória.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. A roda gira – a gente até estava meio desacostumado. Quase três anos apanhando como vaca na horta, enquanto os rivais acertavam a mega-sena todo dia. Dor sem parâmetros, gozeiras sem limites. Só quem passou sabe. Experiência terrível, exclusiva dos cruzeirenses pela coincidência do tsunami interno com a pandemia. Nenhum outro clube brasileiro sofreu isto.  Não tínhamos oxigênio pra reagir, pois o clube foi todo surrupiado; E não pudemos contar com a energia da torcida, porque a pandemia trancou o mundo em casa.

Daí, três anos seguidos na B. 

Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Atlético Mineiro, se estivessem na situação do Cruzeiro (tsunami&pandemia) fariam diferente?

Como não há mal que sempre dure, exatamente porque a roda gira, as placas tectônicas começam a se mexer… alterando inflexivelmente posições inferiores e superiores…

2. Mão cheia – Os 5 x 3 do Fluminense cutucaram ferida antiga dos atleticanos. Desde 2011 não tomavam cinco gols numa partida. E 2011 é um espinho encravado na garganta…

3. Marcilio se antecipa e já reajusta o foco pelo qual enquadra o Cruzeiro. Sai a torcida para o tetra na B, entram os agouros terríveis de nosso retorno à Série A:

“…Agora o Atlético tá péssimo, bom mesmo é o Cruzeiro! kkk. Pára de piada, Dalai. O Cruzeiro continua afundado em dívidas e se tá achando que subir vai ser bom negócio, vocês vão perceber que na Série A a história é outra. Entendo vcs, já são três anos de Série B, já se acostumaram a ser pequenos, e esqueceram como é a Série A.kkk”

Parabéns pelo pioneirismo, Marcilio. Não brigar com fatos é prova de inteligência.

4. Teobaldo, outro atleticano que consegue manter os pés no chão, escrevendo antes do sábado “santificado”, admite que a noite esportiva de quarta-feira “foi péssima” (culpa dupla: CRB e Fluminense). E censura o silêncio do blogueiro sobre as declarações de Mano Menezes. Estava preferindo não abordar esse assunto, pelas mesmas razões que me bloqueiam na análise sobre a saída de Fabio, do zagueiro Leo e de Adilson Batista. Ante a orgia administrativa em que se transformou o Cruzeiro, detectada a partir do segundo semestre de 2019, é injusto culpar os jogadores ou os técnicos. Os quatro são pessoas dignas, atingidas pelo tsunami. Incluo, nesse grupo, o goleiro Rafael. Nas circunstâncias, e no lugar deles, faríamos diferente?

Especificamente, sobre as declarações de Mano Menezes detonando a transformação do Cruzeiro em empresa, é preciso observar que ele deixou o clube em agosto de 2019, com uma vitória em 18 partidas, queda livre para a Série B. Até então, éramos como alguns moveis antigos de madeira, com a estampa lisa, perfeita, mas corroídos de cupim por dentro. Nada era sério. Nada era pra valer. Podemos criticar Mano Menezes? Quanto às críticas à SAF, um dia ele vai compreender que não havia plano B.

5. Pepe Legal, tecendo seu comentário na manhã de quinta:

“Desde ontem à noite, até hoje de noite foi BOA QUARTA!… depois pode ser boa QUINTA… (colocação) ”

Meu amigo, quer ser chamado de Pepe Cruel? Mas retornando ao modo-ternura, Pepe dá receita completa do Galo-pé. Delícia pura.

6. Jamicel – fotógrafo psicológico da Nação Azul mostra sua foto:

“Sabíamos que este momento chegaria: depois de longo tempo com colunas entristecidas e lamentáveis, finalmente podemos falar de um novo Cruzeiro!

Sigamos firmes, baseados em organização interna e um futebol eficiente, organizado e forte defensivamente! Cruzeiro, mais que nunca, SEMPRE! ”

Jamicel fala por nós todos!

7. Rei Melo tem recaída e volta a castigar o blogueiro:

“Vou te dar a realidade: se você for um dia aos jogos vai perceber que a torcida odeia vocês do Conselho… vocês são considerados a escória de BH, não têm valor algum para a torcida porque se protegem como facção criminosa (…) Assim, você ao defender esse grupo de incompetentes, se junta a eles.  Dalai, sái dessa… este tempo acabou…”

Meu caro Rei Melo, se estou defendendo bandido, é por equívoco ou desinformação. Diga quem, e me retrato na hora!

8. Pepe Legal/2 – modo Madre Tereza de Calcutá – volta pra dar, de graça, terapia de grupo:

“Se a felicidade do seu semelhante te incomoda… você tem um problema… (em última análise, todos temos nossos calos psicológicos… uma terapia faz bem a todo mundo! Na boa! ”

Meus caros atleticanos, não se apoquentem. Tirando trocador e o motorista, tudo é passageiro.  E terapia cura banzo!

9. José Antônio, distraído, dá tiro no pé:

 “… Se houve troca no comando da arbitragem deve ter sido porque não estavam beneficiando aqueles que SEMPRE foram beneficiados, simples assim, mas quem não quer não enxerga, ou enxerga e não vê, aliás, comum entre essa gente que não vê nada e não sabe de nada…”

Se a antiga arbitragem não beneficiava os que sempre se beneficiaram, a quem ela estava, então, beneficiando? 

Você teria coragem de responder, meu caro José Antônio? Dá um replay aí até aqueles jogos inesquecíveis dos “pênaltis estratégicos”, quando Hulk – sempre esforçado– cumpria dupla função: jogar e assessorar o árbitro… Na cabine do VAR uma “turma amiga” disposta a corrigir distrações do juiz não marcando “pênaltis claros”… contra os adversários…

Era um paraíso! Mas, como se sabe, a esperteza quando é muita acaba engolindo o esperto…

Feita a varredura, arbitragem e VAR entraram nos eixos. Pelo menos até agora.

José Antônio, de fato, há décadas, em dois ou três jogos decisivos, inesquecíveis, o Atlético foi vergonhosamente garfado. Com o Cruzeiro também aconteceu. Foram partidas que se tornaram fora de série, exatamente pelo absurdo em que se transformou a arbitragem. Se focarmos, porém, apenas o campeonato mineiro – por exemplo – é impressionante o favorecimento das arbitragens ao Atlético. Pelo menos 1/3 dos títulos de campeão não existiria, se houvesse VAR. Dois ícones da Mão Grande nessa época: Joaquim Cocó e Cidinho Bola Nossa. Além de uma porção de coadjuvantes.

10. Cruzeiro Sim! lança ideia polêmica, difícil de receber apoio: caso o Cruzeiro torne-se campeão da Série B, deveria colocar na camisa uma estrela alusiva ao feito. Ninguém fez isto até agora, porque em verdade o sentimento é o contrário: esquecer que disputou a B.

Mas há outra leitura: considerando-se a destruição do Clube pelo tsunami interno, seguindo-se quase simultaneamente a pandemia mundial, seria mesmo de se comemorar a façanha, não alcançada nos últimos dois anos, exatamente pelas dificuldades homéricas da reconstrução. Fica lançada a ideia: uma estrela especial simbolizando o Clube-Fênix. Depois de inteiramente arrasado, sobreviveu á pandemia mundial e demorou só três anos pra ressurgir e se tornar campeão da B.

11. Bruno Araújo de Carvalho, escrevendo quinta-feira, sem medo de ser feliz:

“Olha a quarta-feira do Goulart aí, atleticanada! Mais uma vitória do Cabuloso na Toca 3 e derrota de mão cheia do famigerado “gigante” de Minas. Ah! O futebol! Como o mundo gira e capota ao mesmo tempo! ”

Bruno, ainda bem que a roda gira. Devagar, mas gira.

12. Cruzeiro Sim! /2 –  retorna ao QUINTAL pedindo esclarecimento: No título “Avança mais a reconstrução azul” está incluída a reconstrução legal, moral e ética do Clube?

Evidente que sim. Nas poucas semanas que intermediaram a nossa posse interina, em dezembro de 2019, e a pandemia, entre outros planos lançamos o Sócio Reconstrução, abrangendo a recuperação do Clube dentro e fora do gramado. Tenho a carteira 000002. A primeira está com o zagueiro Leo. Os sonhos eram muitos.

13. Banzo na Barraca Atleticana – Líderes, pensadores, historiadores, analistas, inteligências privilegiadas, filetes de ouro supervalorizando duas vezes por semana este minifúndio, de repente resolveram hibernar. Guardam silêncio ensurdecedor.  É o banzo. Uma tristeza profunda, agravada pelo 5×3 no Rio e pelo 1×1, sábado, quando o time saiu vaiado do Mineirão, porque o Santos (sem 4 titulares) jogava com 10, e o goleiro Everson foi escolhido o melhor em campo.

Alguns, por intermédio do QUINTAL, apelaram ao Conselho de Sábios da Grande Bom Despacho e conseguiram receita de emergência. Paliativo, enquanto não fazem efeito as práticas tântricas prescritas. O alivio é simples:  pegar o carro ir ao bairro Califórnia e dar 13 voltas em torno do futuro estádio do Clube. Em silêncio. Mentalizando o mantra: “Belém, Belém, o Cruzeiro vai mal, o Atlético vai bem…” 

14. Antônio, sem mais nem menos, no começo da tarde de domingo, pós semana “psicodélica”, lança bomba de Napalm:

“Vamos à paridade de armas? Que tal a Odebrecht injetar dinheiro no Cruzeiro? ”.

Que isso, Antônio! Que maldade, agora que a cerca tá fraca…

          GARIMPO

“Você nunca sabe que resultados virão de sua ação. Mas se você não fizer nada, não haverá resultados”.

(Mahatma Gandhi)