VAMOS APRENDER EM 5 LIÇÕES?

Neste ano em que teremos pela frente, dentre outros, Flamengo e Palmeiras, não podemos jogar no lixo as oportunidades de crescer, melhorar, dar passos à frente, ainda que limitados às contenções financeiras. Humildemente, o blogueiro dá cinco temas para reflexões:

1. Cruzeiro 1 x Athletic 1: Camisa, passado e campo cheio ajudam, mas não ganham jogo;

2. Melhoramos muito em qualidade, mas falta entrosamento. No primeiro tempo 63% de posse de bola e pouquíssimas jogadas de perigo;

3. Escanteios bem cobrados são arma fatal, mas desprezamos esse fundamento. Estamos gastando dois jogadores em cada cobrança, sem nenhum proveito. Só nós fazemos essa bobagem. Não confundir com outras jogadas semelhantes, nas quais há um curto e criativo toque de bola entre os dois. Falo do nosso “esquema” em que um jogador bate o escanteio e o outro fica como vaso de ornamentação.

4. Pezzolano, nosso herói da Série B, leva 8 na parte técnica, zero na emocional. Voltava de suspensão, tomou cartão amarelo e viu Davó sendo expulso, poucos minutos em campo, ao aplicar o que ele transmite: descontrole, revolta extrema com a arbitragem, até nas jogadas mais simples, como um lateral na linha divisória. Na entrevista pós jogo, Pezzolano faltou elogiar Davó. Péssimas perspectivas nesse item. A esperança é que Ronaldo estava lá e viu tudo. A desesperança é que Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, e no qual Pezzolano parece se inspirar, foi expulso de novo, no jogo contra o Flamengo, mas sagrou-se campeão da Supercopa.

5. Quem não aprende com os próprios erros está condenado a pagar por eles várias vezes, cada vez com juros maiores. Segundo Confúcio, “alguém que cometeu um erro e não o corrigiu, está cometendo outro erro.”

O próximo jogo, contra o bom time do América, poderá dimensionar nossos horizontes para o futuro;

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Mexendo as peças – Meio campo de lateral, volante de ponta, lateral de zagueiro… as peças são boas. Na posição certa podem se tornar excelentes. A torcida é para que Pazzolano desvende isto antes de começar o Brasileiro.

2. São Rafael Cabral – tem sido uma constante nos últimos jogos e esperamos que continue assim até que a nossa defesa se acerte com os posicionamentos na área. Por milagre, evitou o segundo gol do Athletic.

3. Hulk – um caso à parte em duas etapas: Primeiro tempo do jogo contra o Tombense, não houve uma jogada, em qualquer parte do campo, que o atacante atleticano não estivesse presente, alugando o ouvido do árbitro. Em pescaria, isto se chama cevar o peixe. E deu resultado. Correndo na entrada da área, em disputa com defensor, a um mínimo contato físico, ele se lança espetacularmente ao gramado, como fazia na era dos “pênaltis estratégicos”. O árbitro, já devidamente “cevado”, deu a “falta”. No segundo tempo, minutos finais do jogo, esqueceu o apito e jogou bola, fazendo o golaço da vitória.

4. Viva a Copa – Um dos mais positivos reflexos da Copa do Mundo é o tempo de acréscimo dos jogos. Aqueles 3 minutos tradicionais eram pura ficção. Compensavam, no máximo, duas substituições. O ideal, porém, será aplicar-se ao futebol de campo a mesma regra do futsal: bola parada o relógio também para. Evitaríamos um milhão de reclamações.

5. Rei Melo, com razão, abre a caixa de ferramentas contra o absurdo que acontece no assunto Mineirão. Não há nem lógica nem bom senso. Previsões lá do início, impostas no contrato de concessão firmado entre Minas Arena e o governo estadual revelam-se agora totalmente inexequíveis, clamando por uma reformulação. Durante muito tempo, no direito romano e, por extensão, no brasileiro, prevaleceu a máxima do “vale o que está escrito”, consubstanciada no aforisma “pacta sunt servanda” (o que é tratado tem de ser cumprido). Como a vida ensina, o correr dos tempos mostrou que, quando você firma um pacto sob determinadas circunstâncias e elas se alteram fundamentalmente sem interferência das partes, é justa uma reformulação. Daí sedimentou-se um novo aforisma, complementando o primeiro: “Rebus sic stantibus”, ou seja, mantidas as circunstâncias sob as quais se firmou aquele pacto. Recentemente, com a pandemia mundial, contratos que previam obrigações de fazer tornaram-se simplesmente inexequíveis. Por outras circunstâncias, e com o modelo atual, o Mineirão é um sorvedouro de despesas, sem a necessária compensação para os clubes. O racional tem de voltar a prevalecer, com urgência.

6. Teobaldo, com outro enfoque, ataca:

“Os caras colocaram R$ 700 milhões no negócio e agora aparece um gaiato e quer abocanhar uma parte do bolo sem nunca ter colocado um centavo na parada? É sério isso?”

Não, com este enunciado, não é sério. Mas e os valores entregues pelo governo mineiro? E os lucros já obtidos pela empresa e que estariam previstos como compensação? Uma auditoria independente colocaria os pingos nos is.

7. Gelvane de Melo Cardoso, curto e grosso:

“O Mineirão é caso de CPI”.

8. Augusto rebate as críticas feitas por Rei Melo ao modo histórico de realização do campeonato mineiro, sempre atendendo, de um jeito ou de outro aos interesses do Atlético. Bola que não entrou “entrava”; bola que entrou “não tinha entrado”. Coisas assim, na cara da torcida. Meu caro Augusto, não brigue com fatos. Esses “crimes” já foram confessados reiteradamente por alguns dos executores, como Cidinho Bola Nossa e Joaquim Cocó. É por isso que quando o Cruzeiro ganha parece uma “Champions League”… porque lutou contra tudo e contra todos.

9. Tertúlia de historiadores – Quem diria! O Porta dos Fundos requereu cópia dos últimos textos de Eduardo Silva e Manuel Panhame. Dois esgrimistas do vernáculo.

GARIMPO

“É muito simples ser feliz, mas é muito difícil ser simples”.

(Rabindranath Tagore)