CRUZEIRO X ATLÉTICO

“Essa crise, que não quero que acabe tão cedo, me lembra muito um tal Paulino, um maluco chamado P. Cury e um Ziza. Putz!!! Qta falta de gestão e segundas intenções. ”

Esta transcrição foi tirada de comentário de Gunther Hofner neste QUINTAL ontem. Atleticano operante, agora duplamente feliz como a gente ficou 30 anos seguidos, bom redator, tem sabido machucar a Nação Azul com cutucadas no nervo do dente.

Ontem, porém, mirou no que viu e atingiu o que não viu. Sem nem imaginar, abriu o baú de memórias deste blogueiro e fez repassar filmes de anos atrás, quando egocentrismos, vaidades, interesses estranhos começaram a minar o Cruzeiro. Falei, escrevi, alertei sobre a lambança que Afonso Paulino, Ziza Valadares, Paulo Cury e Nélio Brant, dentre outros, fizeram no Atlético empurrando o time para a Série B. Mostrei o mesmo enredo no Internacional. Cheguei a ser mais chato do que o habitual na insistência em alertar que a vaca estava indo para o brejo com aquelas disputas idiotas de grupos contra grupos enquanto o Clube se desmanchava.

Até o exemplo do atual líder São Paulo era citado, porque caiu rápido para a zona de rebaixamento quando a diretoria começou uma disputa autofágica. E subiu, ressurgindo com a pacificação.

Lamentavelmente, o que aconteceu conosco revela que fui incompetente também nessa sinalização de perigo. Entre os mais graves defeitos da prepotência, do egoísmo, da vaidade está o de subestimar o perigo. É quando mais você se julga o Superman que as pessoas passam a vê-lo como o Chapolim Colorado.

Aí entra a “Corte”, a “entourage”, os “amigos” sanguessugas, geralmente levando vantagens, que tampam seus ouvidos e vedam os seus olhos. Cria-se um mundo artificial nos gabinetes, um “faz de conta” que abafa o rumor das ruas.

Isto aconteceu com o Atlético, recentemente o Internacional e quase o São Paulo. No Cruzeiro, com a briga estúpida de grupos fratricidas, que continua até hoje, o estrago foi maior.

Sofremos um drama extra que não atingiu outros Clubes: fomos assaltados. Arrombaram nosso cofre. Estão sob ameaça até os nossos imóveis.

Mas resta intacto o nosso patrimônio metafísico: as páginas heroicas, imortais e a Nação Azul. O Marcelo em brilhante comentário ontem, abordou essa riqueza imaterial. 9 milhões de corações pulsam mantendo acesa a chama da esperança.

A reconstrução passa pela correção de erros. Jamais pela manutenção deles.

BATE PAPO NO QUINTAL

1 – A fraternidade celeste com a torcida do São Paulo fez com que pelo menos duas faixas grandes das organizadas cruzeirenses fossem estampadas ontem, no Morumbi, jogo do líder contra o vice-líder. A meta atleticana era reduzir a distância, então de quatro pontos, para um, ficando mais perto do título de campeão brasileiro, o que só os nascidos há mais de 50 anos viram o time conquistar. O plano não deu certo. Os 3 x 0 aplicados pelo São Paulo elevaram a distância para sete pontos e despertam um cavalo paraguaio de não boas memórias.

2 – Geraldo, não podemos perder as esperanças. “Não está morto quem peleia”. Por pior que sejam as circunstâncias, pode ser que repente alguns jogadores nossos troquem a apatia por garra. E joguem pra ganhar.

3 João de Deus Filho, atleticano que valoriza este QUINTAL com sua presença frequente, comete um equívoco ao malhar o Cruzeiro, colocando dentre as nossas “mazelas” a compra de jogos, “conforme confessou Benecy Queiroz”. O João pode não ter lido, mas por mais de uma vez comentei aqui que essa história de compra de juiz não passa de uma brincadeira de mal gosto. Numa conversa informal e perguntado se alguma vez o Cruzeiro comprou juiz de futebol, Benecy, querendo fazer graça, disse que sim e citou um jogo inexistente, em que o técnico era Enio Andrade e Vitor o goleiro. Acontece que estes dois profissionais jamais atuaram juntos no Cruzeiro.