AMANHÃ CONTRA O REMO NOVO TESTE NA COPA DO BRASIL

Será às 21h30, em Belém do Pará, a estreia do Cruzeiro na terceira fase da Copa do Brasil, no momento em que a reconstrução mostra os primeiros sinais. Com a chegada de novos contratados, o time começa a encontrar um esboço de conjunto. Só não pode demorar muito, porque, pela Série B, sábado irá a Muriaé, encarar o Tombense, às 19h e na terça, às 21h30 espera o Londrina em BH.

Serão três jogos de confirmação de estágio. Já estamos pelo menos medianamente prontos? Em algumas fases da partida, quando conseguimos uma saída objetiva de bola, com troca de três ou quatro passes pra frente, resultando em perigo de gol, o otimismo com o time espalha-se pela arquibancada. Mas quando não conseguimos sair de nossa intermediária, com “trocas cardíacas de passes”, rifando bolas, batendo escanteios ridículos, aí baixa um banzo difícil de aguentar.

Começa manhã a trilogia-tira-teima que responderá: já temos time pra chamar de nosso?

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Sem Paciência – reitera fervor e confiança nos “4Rs”:

“Acredito na gestão deles. Às vezes, tem que se dar um passo atrás para dar 5 à frente. Até porque todos são BILIONARIOS e ninguém chega a essa condição sendo burro e/ou incompetente. Viva muito, Dalai! Ou pelo menos até 25 de março do ano que vem para ver a inauguração do “almoço grátis”…rs”

Meu caro Sem Paciência, sinto quanto aos seus sonhos, o mesmo já externado no caso do João de Deus Filho: gostaria de encontrar uma fórmula pra vocês se darem bem, com suas expectativas, mas o Atlético despencando ladeira abaixo.

A crença incondicional em um empresário já é um perigo. Você aposta em quatro! Tudo isto numa semana em que o Atlético empata na Mão Grande com o América, pela Libertadores, e pipocam notícias de que vocês se isolam como detentores da maior dívida do futebol brasileiro, pagando a bagatela de 500 mil reais de juros/dia! É fake?

2. Jorge também sentiu o contragolpe:

“Meu maior medo é quando a roda girar. Se bem que daqui a 47 anos já não estarei mais aqui para esfregarem na minha cara o meu inocente comentário que tanto magoou o Dalai. ”

Jorge, meu amigo, quem lhe falou que a roda vai demorar a girar, conosco, o mesmo que demorou com vocês? Desculpe-me, mas entre Cruzeiro e Atlético há diferenças estruturais. É mais ou menos como o cerne das árvores. Estas décadas de protagonismo ampliaram e reforçaram o cerne azul. Atingido pelo tsunami interno, que lhe arrasou financeira e moralmente, caiu para a Série B. Preparando-se para retornar à elite, foi surpreendido pela maior crise sanitária dos últimos cem anos, que foi o Covid-19. Reação impossível para quem já estava dizimado. O resultado, até natural nas circunstâncias, foram mais dois anos na B. Começamos agora, finalmente, uma reestruturação positiva.

Aí, Jorge, entra “aquele cerne…”, lembra? E você fica sabendo então que a recuperação tá chegando …

3.José Antônio, entornando de “segundas intenções”, insiste em que o blogueiro aborde os aspectos legais da implantação da SAF e, em especial, a transferência imobiliária envolvendo a Toca-2. Estranha também o súbito ressurgimento de Kleber Gladiador fazendo conclamação à torcida.

Meu caro José Antônio, reitero aqui a manifestação anterior sobre a situação periclitante que ainda enfrentamos. É ainda um incêndio e, nesse caso, temos de agir como os bombeiros: primeiro, salvar vidas; depois combater as chamas mais perigosas. O rescaldo é a última tarefa. Quanto a Kleber, chamou-me a atenção postagem que ele fez, após o jogo com o Brusque, salientando a força da torcida e conclamando-nos a considerar as partidas restantes como “36 finais”. Achei tão oportuna a observação que ela intitulou a coluna.

Em verdade, depois do que passamos nestes últimos dois anos e meio, o mínimo que jogadores e torcida devem e podem fazer é encarar cada jogo da Série B como uma final. Assim, tenho certeza que a gente sobe.

4 . Demétrio – cirúrgico – vai no ponto:

“Que legal, como os atleticanos, na verdade, são admiradores fanáticos do Cruzeiro. Só tem atleticano comentando aqui. Como sempre, esqueci que eles têm guardado em seus guarda-roupas todas as camisas dos outros clubes. Mas no coração eles têm duas, a deles e a do Cruzeiro. ”

Demétrio, que estreia contundente! Pela reação havida, vê-se que você atingiu nervo exposto de muita gente!

5.Teobaldo, humorista corajoso, corta na própria carne e divulga o seu “Nightmare Team”:

“Hélio, Canindé, Bueno, Kanapkis e Emerson Conceição; Walker, Prieto e Jonathan Fabro; Marcio Mexerica, Nilson Sergipano e Di Santo”.

Depois, Teobaldo lança ao blogueiro um desafio que transfiro aos nossos historiadores, pedindo ajuda:

“Você se arriscaria a escalar um “Nightmare Team” para representar os azuis e proporcionar-nos algumas risadas? Fico no aguardo. ”

E o blogueiro fica no aguardo de sugestões pra formarmos o time azul que nos deu mais vontade de mudar de planeta.

6. Pepe Legal – como bandeirante desbravando selvas de corrupção – tira sono de muito atleticano pela simples mistura de ingredientes perigosos: 

“André Cury – diretoria do Atlético – Comissão de Arbitragem da CBF – Impedimentos – Pênaltis – VAR – Libertadores – Pandora Papers…”

Cuidado, Pepe, não enfia a mão em buraco de tatu!

7. Bruno Araújo de Carvalho quer preços “mais populares” para os jogos do Cruzeiro, principalmente aqueles à noite, em dias de semana. Ele acha que torcedor do interior não se anima em viajar pra ver jogo “em uma terça feira, às 21,30h e ainda pagando 60,00 reais”.

Você pode ter razão, Bruno. Mas talvez seja prudente aguardarmos um pouco mais, ante a expectativa de progresso do time. Até a pouco tempo, o time não animava nenhum torcedor a sair de casa. Este panorama, finalmente, está mudando.

8. Luiz Antônio Lopes Barcelos discorda do blogueiro e faz abordagem diferente sobre o “caso Vitor Roque” e dos garotos do Sub-17:

“1. Alexandre Mattos quando foi demitido pelo Ronaldo levou informações confidenciais do Vitor Roque. Ao ser contratado pelo Athletico repassou essas informações para eles. Se isto não é falta de caráter e de ética eu já não sei mais nada;

2. O senhor, como dirigente principal do clube, quebrado, faria um contrato caro com um garoto de 16 anos (na época), que ainda era uma promessa? 

3. Ronaldo e o “staff” dele sabiam o valor do contrato do Vitor Roque (fizeram uma auditora no clube!). Por que, quando ele se destacou, não chamaram os pais ou os empresários pra negociar? Devem ter se achados espertos, não? ”

Meu caro Luiz Antônio, tudo que você afirmou teria total procedência se o futebol fosse regido sob regras rígidas de compliance. Não é  e todo mundo sabe disto. O que condeno no “caso Vitor Roque” é a nossa inocência no trato de uma situação tão delicada. Você me questiona se faria contrato alto com um garoto de 16 anos e eu respondo: salário do menor, nesse caso, não era o mais importante. Tinha de ser cuidado era o seu entorno. Os familiares com quem convivia; aqueles aos quais ele escutava e que dirigiam a sua vida. Estes seriam, como foram, os primeiros alvos, a ponte pra se chegar ao garoto. Não é fácil, eu sei. Isto exige boa vontade, jogo de cintura, psicologia, gente antenada no staff pra pressentir movimentações suspeitas e neutralizar investidas. Isto exige talento vocacional. Não é pra principiantes.

9. Rodrigo Valu, nessa altura do campeonato, ainda insiste num questionamento que até os postes da rua sabem que não tem sentido:

“…Enquanto a pandemia os atrapalhava, times como Cuiabá e América subiram e permaneceram na Série A. Hoje estão disputando torneios internacionais. Cada um apoia na muleta que lhe convém, não é mesmo? ”

Rodrigo, nossa “muleta”, infelizmente, foi um tsunami interno que acabou com o Clube. Só aconteceu com o Cruzeiro. A pandemia, sim, foi para o mundo inteiro. Entendeu a diferença?

10. Marcinha Guedes custa a acreditar no que seus olhos leram: 2 jogos! Grêmio x Chape e Náutico x Bahia e reclama:

“Hoje (Sexta Feira da Paixão) não é, nunca foi dia de jogo, nenhuma festa, barulho ou comemoração, seja qual for. Mundo às avessas. Imbecilidade completa, generalizada…’’

Marcinha, até hoje é impactante pra mim também a diferença: Emissoras de rádio suspendendo toda a programação, tocavam apenas música de câmera; nas casas, conversas em voz baixa, imagens e quadros cobertos com pano roxo; Certa vez, na casa de minha avó, no interior, fui bater bola no campo de futebol. Não cheguei a dar três chutes, alertado de que era desrespeito.

11. Wanderson de Souza Costa condói-se do blogueiro que, inutilmente, tenta apontar para os atleticanos a diferença entre os dois Clubes:

“Essa gente tem Alzheimer, fazem questão de não aceitar que os momentos são distintos e com isso vejo o sr. desperdiçando energia, debatendo o assunto com quem, além de não ter capacidade e imparcialidade, tem em sua ignorância a liberdade para fingir que nosso tamanho não os incomoda.”

Wanderson, a frase final merece ser insculpida em bronze:

“… liberdade para fingir que nosso, isso tamanho não os incomoda! ”

12. Galão Querido não gostou da lembrança do nosso coro preferido nas arquibancadas do Mineirão por décadas e décadas (“não ganha nada… time sofredor…”):

“… Nestes anos de time sofredor, como descrito por você, sempre estivemos do lado e com orgulho de ser! Orgulho e alegria, isso não dá pra te explicar Dalai! ”

Precisa explicar não! A gente sabe como vocês sobreviveram nestas décadas azuis: vestindo a camisa de todos os nossos adversários. E levando a bandeira deles para os estádios. Lembra?

13. Romeo Gresta faz gracinha perigosa: escala como “Blue Nightmare Team” o atual elenco do Cruzeiro. Cuidado, Romeo, a roda gira…

14. Antônio faz diagnóstico perfeito:

“Nosso time precisa melhorar muito. Precisamos de ponteiros que façam o trabalho para o qual são pagos: partir pra cima e tentar o drible, fazer bons cruzamentos. Luque, Waguininho, Daniel Jr. Infelizmente não mostraram tal habilidade; aliás, estão até sem coragem! O meio de campo precisa ter mais qualidade. A “entrega” dos jogadores deve ser elogiada mas sabemos que não basta”.

Antônio, tomara que Ronaldo e Pezzolano leiam seu comentário.

GARIMPO

“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar”

(Dalai Lama)