CASTIGO!

Escolha uma frase: “quem não faz, leva”; “o futebol pune”; “o negócio é bola na rede”; “jogar bem e não fazer, não vale vintém”.

Qualquer uma espelha os inacreditáveis 15 minutos iniciais e os 15 finais do jogo contra o Internacional, sábado, no Beira Rio, em Porto Alegre.

Resumo do que foi o nosso primeiro tempo, ouvido de um comentarista mineiro e de um gaúcho, ambos usando coincidentemente o mesmo e incomum adjetivo:

“o Cruzeiro faz um partidaço!”

Por “partidaço!” entenda-se amassar o adversário em seu próprio campo, recuperar 80% das bolas. No box equivale a encurralar o adversário no corner e despejar golpes sucessivos. Com 12 minutos de partida, o Cruzeiro já podia estar vencendo de 3 x 0, não fossem os gols incrivelmente perdidos por Wesley, Stênio e Bruno Rodrigues. No intervalo a TV mostrou gols de outros jogos, como Flamengo x Fortaleza, São Paulo x Fluminense, Bahia x Grêmio. Nenhum deles tão fácil como os que perdemos…

No segundo tempo, a história foi outra. O banco do Inter tinha peças pra entrar e mudar a partida. O nosso, infelizmente, não. No máximo, poderíamos trocar seis por meia dúzia, com risco enorme de piorar.

Com a expulsão de Lucas Oliveira, aos 23 do segundo tempo, a ventania virou de lado. A onda vermelha encurralando o nosso time, que mostrou fibra, raça, disposição, entrega. Depois da angustiante prorrogação de 10 minutos (!) vários atletas nossos, que estavam soltando a alma pela boca, se jogaram no gramado, exangues.

O sufoco poderia ser evitado se houvesse competência pra finalizar em gols as muitas jogadas que articulamos até a pequena área.

Em outras palavras, a cada partida confirma-se um S.O.S desesperador: precisamos de um centro avante com cheiro de gol. Destes que a bola bate na canela ou na orelha e entra. Temos dois ex, em atividade. É um desperdício improvisar Bruno Rodrigues nesta posição, retirando-o de seu habitat natural que é a faixa esquerda do campo. Ali ele é pinto no lixo.

O empresário Fernando Diniz, que nos dá sua honrosa atenção neste QUINTAL relembra:

“Em 1982 tínhamos a melhor seleção do mundo. Adiantou? A bola não entrou na casinha.”.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Juliano Damien após lamentar nossos gols perdidos “até com o gol aberto”, aplica uma nota alta e uma baixa: a primeira é para Wesley que, finalmente, vem subindo de produção justificando a expectativa celeste. A negativa é pra Lucas Oliveira. Esqueceu o futebol? Vem cometendo erros grotescos, como a jogada que lhe custou o primeiro cartão amarelo no jogo contra o Inter. Acabou expulso ao receber o segundo. Não era assim. Dava tranquilidade ao setor defensivo. Hoje dá apreensão.

2. Era Felipão – A saga continua. Estreando no Mineirão, o famoso treinador, com o placar de 2 x 0 para o Atlético,  foi expulso por reclamações de um cartão amarelo para defensor americano que havia cometido falta. Ao final, com o empate, ouviu as vaias da torcida. 

3. Augusto, “usando metodologia ultra avançada de contatos imediatos de terceiro grau”, e valendo-se de repórter extra sensorial, consegue, no Além, entrevista exclusiva com Alcebíades de Magalhães Dias, o “Cidinho Bola Nossa”, herói-Macunaíma do futebol mineiro. Foi o personagem central de matéria de fundo, compilada e redigida por Eduardo Silva, mostrando o absurdo percentual de títulos amealhados na Mão Grande pelo Atlético, com ajuda de “Cidinho Bola Nossa e equipe. 

Malabarista das palavras, maquiavélico, tinhoso como tantos outros luminares deste QUINTAL, Augusto vai jogando “inocentemente” a sua tarrafa, disfarçada no folclórico “Cidinho Bola Nossa”, mas com olho em dois peixes grandes: Benecy Queiroz, respeitável membro-técnico do Cruzeiro e o próprio Clube. Quanto ao primeiro, quer reviver a piada histórica de que “compramos” árbitro em jogo amistoso!! Só isto já reclama internação em hospício. Mas tem mais, o jogo (?) tinha como goleiro Victor e treinador Ênio Andrade. Nunca atuaram juntos.

Contra o Clube, Augusto insinua que mudamos de nome a cada ano. Meu caro, não faça isto com a sua biografia neste QUINTAL. Não embarque na canoa furada dos que nunca tiveram 2 neurônios pra chamarem de seus. O Cruzeiro só mudou de nome uma vez, em consequência da Segunda Guerra Mundial. Nunca se chamou Yale, nunca se chamou Ypiranga. Posso parar por aqui, ou quer que desenhe?

4. Jamicel leva o blogueiro ao corner:

“Têm causado confusão algumas colunas! Nesta aparece o neto do senhor, como autor, mas nos parece que o senhor é quem comenta as postagens dos leitores da coluna?”

Meu caro Jamicel, em primeiro lugar, obrigado pela prestigiosa atenção. É alentador ser notado em meio à avalanche internética de toda hora.

Quanto ao Rafael de Novaes Rocha, meu neto, advogado e cineasta, tornou-se, além de editor e revisor do QUINTAL também responsável pela última coluna de cada mês. Procurei com isto oxigenar este espaço com uma visão jovem, atenta, perspicaz sobre o futebol e, particularmente, o Cruzeiro. Ele tem feito isto com rara maestria. Inclusive, no embalo do entusiasmo, ilustrando também o Bate Papo, como fez nos três primeiros comentários que são de sua autoria. É significativo que um jovem cruzeirense apaixonado nos mande um bem escrito apelo à paciência com o time.

Com tudo isto, o blogueiro fica dividido: orgulho de avô e inveja do estilo do neto.

5. Teobaldo toma um chá de maldades e passa a analisar o problema Mineirão-Cruzeiro.  Pinta os piores cenários. Cruzeiro comendo a grama que nem o diabo conseguiu aparar.  Não será assim!  E ainda bem que você não participa da Minas Arena!

6. Udiano, perspicaz, enxergando em curva, analisa a insistência atleticana de propagar irregularidade no gol que nos deu a vitória sobre o São Paulo:

“… medo de que o Cruzeiro volte a ser o Papa-Títulos do Brasil…”

Você matou a charada, Udiano. O que o Atlético mais teme, hoje, não é a dívida chegar a 3 bi e sim o retorno da hegemonia azul em Minas e fora do eixo Rio-São Paulo.

7. José Fernando Durães Saraiva preocupa-se com a instabilidade esportiva e financeira do Cruzeiro, lembrando grandes Clubes que, atingidos por crises, jamais se reergueram.  Este temor não é apenas seu, meu caro José Fernando. O perigo continua, não apenas pelas próprias dificuldades do processo de transição, mas também, infelizmente, porque ervas daninhas, disfarçadas de conselheiros, continuam à cata, apenas, de vantagens próprias. São sanguessugas que nunca se fartam. Toda vigilância ainda é pouca.

8. JCSR, pós férias sabáticas, retorna pra bom debate com Teobaldo sobre Mineirão-Minas Arena.  Ele observa que não cuidar do gramado destinado a prática do futebol, é como não liberar espaços para shows. Inviabiliza atividade básica.

9. Eduardo Silva pagando caro pela pesquisa histórica sobre o campeonato mineiro revelando que vários títulos do Atlético têm as digitais da Mão Grande. A FMF sempre garantia um “apito amigo”.  Os fatos já eram mais ou menos conhecidos.  Mas expostos assim, compilados, assustam. E causam ataques ao autor.  Na Idade Média, se a noticia não era boa, matava-se o mensageiro.

GARIMPO

“Tome cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais”.

(Sócrates)