AMANHÃ VAMOS JOGAR COMO LIDER? 

Será contra o Vila Nova, às 20h30 em Goiânia, a nossa quarta última partida da Série B. Título de campeão assegurado e a obrigação de provar: não desaprendemos nada.  Colocar o vacilo de Recife apenas como um acidente de percurso. Cochilo que não vai se repetir tanto mais que afunilam-se para os atletas as oportunidades de mostrar serviço, garantindo passaporte pra Série A. Todos querem subir, boa parte ficará. Estes últimos jogos definirão o grupo. Além de Rafael Cabral, Oliveira, Neto Moura, Rafa Silva e Stênio, pra citar cinco “imexíveis, ” outros também comporão o elenco de elite para a próxima temporada juntando se aos novos contratados. A ideia é manter para a Série A o “gens” de time cascudo, que é a marca de Pezzolano, mas com inspiração.  

Para o jogo de amanhã, contra o Vila Nova, o Cruzeiro treinou ontem cedo, ou seja, a Comissão Técnica esteve em campo orientando os jogadores. Viajou em seguida. Esperamos para amanhã uma atuação convincente, daquelas que nos deram por larga antecipação o título de campeão. Mas se houver falhas específicas, vamos reclamar direto com o responsável:

Técnico: Pezzolano

Assistente direto: Martin Varini

Preparador de goleiros: André Croda

Analista de desempenho: Matias Filippini

Bolas paradas (faltas e escanteios): Manuel Ramas.

Te cuida, Manuel, estamos de olho!

BATE PAPO NO QUINTAL

1. CIMED – Uma das maiores indústrias farmacêuticas do Brasil acaba de fechar patrocínio com o Cruzeiro, assim como fez com o Palmeiras. Não por acaso, o novo presidente do Conselho de Administração da empresa, Nicola Calicchio, preside também o Conselho de Notáveis instituído por Ronaldo.

2. Copa do Brasil – Entre Corinthians e Flamengo começou ontem a final da Copa. São os clubes detentores das duas maiores torcidas do pais. Cada um já foi campeão três vezes. Juntando-se os títulos dos dois, chega-se ao hexa conquistado pelo Cruzeiro.

3. TrinaB inscreve-se no Grupo da Racionalidade, liderado (agora à duras penas) por João de Deus Filho, e admite que grande parte das dívidas do Cruzeiro “são viciadas, contratos feitos com prejuízo para o time”. Em número muito menor acontece o mesmo com o Atlético (lá não houve o tsunami interno). Não é calote recusar-se a cumprir contratos leoninos, redigidos com gritante má-fé, com o criminoso apoio da própria diretoria. Não me canso de lembrar: na renovação antecipada (?) do contrato do goleiro Fábio, embora fosse a quarta ou quinta, foi pago o valor de 700 mil reais a um “intermediário”. Só por ser “intermediário” já seria um absurdo, pela desnecessidade já que Fabio estava no Cruzeiro há anos. Mas o caso era ainda pior. Ninguém (nem Fabio nem a diretoria) conhecia o tal “intermediário”. Com variações de estilo, valores e circunstâncias, casos assim se repetiram aos montes. Isto é o que chamamos de “tsunami interno”.

No fim, TrinaB faz um pedido, que vou fazer sem saber se ele irá atender:

“Pede seu filho pra fazer um vídeo do terraço alegre com o título, com a camisa rosa dizendo que o gigante voltou, vai ser hilário…”

4. José Antônio pegou a manchete da última coluna – “Não foi jogar” – e coloca junto a outras que entende polêmicas: “Tropeçar pra cima”, “Saber perder também é ganhar” e vaticina:

“Ano que vem essas manchetes irão se multiplicar”

Depois, pra não perder o costume, bate nas duas teclas nas quais, pelo absurdo, só ele acredita: não houve tsunami interno no Cruzeiro e esta Série B “tem um dos piores níveis da história…”.

Meu caro José Antônio, esses disparates queimam qualquer biografia. Até mesmo a sua.

5. Bruno pega o ferrinho de dentista e cutuca o nervo exposto:

“Contratos lesivos tem de ser questionados, mas questionar depois que os acordos são feitos, depois que já são reduzidos os valores para viabilizar o pagamento, depois que se compromete em pagar para que os credores retirem os processos da justiça, isto para mim tem nome e é calote…”

Bruno, em tese você tem razão. O mesmo digo a Teobaldo, que lhe dá apoio. Em negociações normais, quando você compra por preço justo e recebe o que adquiriu, retardar o pagamento ou valer-se de subterfúgios pra dificultar a quitação ou reduzir valores é calote. No Cruzeiro, tenham certeza absoluta, a quase totalidade dos contratos celebrados na “Era Wagner-Hermínio-Itair” foram estabelecidos de má-fé, garantindo “rachadinhas” ou outras vantagens criminosas. Um contrato desses, com valor de 5 milhões, por exemplo, ajustado em 3 pra acordo, se reduzido em 70% ainda propicia lucro injusto ao contratante.

6. Maria abre questão inquietante:

“… quanto aos celulares furtados em jogos do Cruzeiro no Mineirão lembro muitas denúncias de assédio sexual das torcedoras do Atlético quando do retorno das torcidas ao estádio. É devastador ver o nível de importância que se dá a um assunto e que se deu ao outro. ”

De fato, ficou a impressão de que os casos ocorridos com torcedoras atleticanas não tiveram a repercussão devida e que pudesse provocar onda maior de revolta. São fatos gravíssimos, intoleráveis. Coloque-se no lugar de um pai, marido ou irmão de uma vítima dessas e imagine o que você sentiria.

7. Adonias – em apoio à coluna passada (Sport 3 x 1 Cruzeiro) quando afirmamos no título que o nosso time “não viajou” pra Recife:

“Falei isso umas 10 vezes pra minha esposa, Dalai. Infelizmente, o time estava em Recife apenas de corpo presente. Ninguém jogou nada. ”

No intervalo, Pezzolano nem entrou no vestiário pra conversar com os jogadores. Um dia isto será explicado.

8. Teobaldo & JCSR debatem o que poderiam chamar de “viés caloteiro” das Sociedades Anônimas de Futebol. Como a lei é recente e inovadora a interpretação de alguns dispositivos vai ainda demandar tempo e, possivelmente, aperfeiçoamento. No seu DNA ela guarda a natureza da concordata que visava, a grosso modo, impedir a quebra da empresa assegurando-lhe condições palatáveis pra atender seu passivo. Ainda que a longo prazo. O entendimento prevalente era o de que inexistia plano B. Ou seja, era isto ou nada. Óbvio que havia, como há até hoje, os crimes falimentares pra punir empresários que fraudam a própria quebra.

A situação no caso do Cruzeiro é mais complexa porque a quase totalidade dos contratos lesivos ao Clube é formalmente perfeita. Os instrumentos apresentam todos os elementos constitutivos imprescindíveis: partes qualificadas, objeto, preço, condições e assinaturas credenciadas. O absurdo inimaginável dos valores tem de ser alegado e provado. Demanda tempo. Não se trata aqui de ser “caloteiro”. É não se tornar conivente pelo silêncio.

9. Janete de Azevedo & TrinaB também continuam campanha sistemática pra fazer de SAF sinônimo de calote. Janete, inclusive, abandonou a conhecida prudência:

“Para os que gostam de laranjais e calotes é um excelente negócio! ”

Veja que a comparação é com “laranjas”, o abominável recurso pra furtar dinheiro alheio, preferencialmente público.

Já TrinaB resume assim a nova ordem:

“Então, quem assina um contrato, usa esse contrato durante anos, não cumpre o contrato firmado e ainda pode alegar que ele é lesivo se recusar a pagar? Tá fácil fazer contrato, é só alegar que foi lesivo! ”

Completamente equivocado, meu amigo. Não se trata de usufruir de um contrato e depois fugir do ônus. A rigor, nem se pode denominar “contrato” o conluio fraudulento coordenado pela própria diretoria do Clube pra lesar o próprio Clube. Entendeu ou quer que eu desenhe?

GARIMPO

“E quem está com pressa? ”

(Robert Benchley, ao ser advertido que beber era um suicídio lento)