LAMENTÁVEL

Nestes últimos 10 anos, a visão do CENTENÁRIO do Melhor Clube Brasileiro do Século 20 embalou os sonhos azuis. E era inevitável a metáfora da corrida de revezamento 4 x 100. Desde a fundação, com raríssimas exceções, cada administração passava o comando do Clube ao sucessor, em vantagem sobre os concorrentes, assim como fazem os velocistas.

A passagem do bastão ao companheiro, alguns passos à frente dos demais disputantes, dá a quem recebe a responsabilidade de, cem metros adiante, garantir, no mínimo, a mesma vantagem quando o passar às mãos do companheiro que continuará a corrida pela equipe.

Destacava-se o privilégio do Cruzeiro em ser conduzido por dirigentes responsáveis ao longo de décadas na construção de valioso patrimônio imobiliário e metafísico.

Um Cruzeiro sempre melhor era passado às administrações seguintes e os troféus brotaram como cogumelos: 2 Libertadores; 2 Supercopas; 4 Brasileiros; 6 Copas do Brasil.

De repente, o que jamais aconteceu em 100 anos cai sobre o Clube: um tsunami de corrupção minando as finanças, corroendo o patrimônio, quebrando a moral, jogando o Cruzeiro ao chão.

Afastada a quadrilha pela pressão da torcida, começamos a reconstrução pela remoção dos escombros. Em seguida, a remontagem de sonhos. Acertos e erros vem se sucedendo fazendo da esperança azul uma montanha russa. Em verdade, mais quedas que subidas. O time não se acerta. Ratos continuam no porão. Desencontro geral.

A sete dias do CENTENÁRIO, temos de ouvir dos dirigentes que a meta ainda é escapar da Série C! A Nação Azul merecia mais.  As antigas administrações que nos legaram um Cruzeiro imenso, mereciam mais respeito.

Triste. Lamentável.

BATE PAPO NO QUINTAL

1 O tema da venda, por duas vezes, do campo do Atlético em Lourdes voltou à tona pelos comentaristas deste QUINTAL. Alguns não acreditam. Outros dizem que o Atlético teve de fazer empréstimo pra pagar a Prefeitura na “recompra” do terreno. Nada disto. Como já informado, graças a determinação extraoficial do então governador Hélio Garcia, o Estado não se defendeu devidamente na Ação de Retrocessão ajuizada pelo Atlético e o Clube, injustamente, recuperou o terreno, sem qualquer ônus. Logo em seguida, pôde vendê-lo de novo, desta vez ao grupo que construiu o Diamond.  Maracutaia das grossas, com o dinheiro público.

2 Com a morte do Dr. José Francisco Lemos Filho, entendi que seria oportuno revelar, neste QUINTAL, para conhecimento geral, passagens de nosso contato no Cruzeiro. Fatos só testemunhados por mim. Não tive a pretensão de me exibir. Quis mostrar, em flashes, o grande cruzeirense que foi ele.