PÁGINAS HEROICAS, IMORTAIS!

Houve um tempo, não muito distante,  que jogo como o desta noite,  do Cruzeiro no estádio paraguaio  “Defensores del Chaco” movimentava a América do Sul.

Exibição de “La Bestia”. Todo mundo queria ver. Certeza de arte e luta, obstinação por mais um troféu. O Clube mais vencedor do Brasil, fora do privilegiado eixo Rio-São Paulo,  abriu saga vitoriosa pelas trilhas das Américas, tornando-se tão temido como admirado. 

Tem tudo pra renascer hoje, contra o Libertad, reconstruindo aquele potencial. A história está aí, pertinho, pronta pra ser sacudida, acordada, restaurando-se a força da camisa azul com estrelas. É o Cruzeiro!

Apesar do fiasco de domingo, ou por causa dele, a Nação Azul conta com um grande resultado nesta noite.

Que a inspiração e a ousadia, tão carentes na cabeça de Seabra, ressurjam vibrantes, refletindo-se nas onze camisas que, nesta noite, ocupam um palco importante em nossa trajetória internacional.

O adversário também está em nossa história. Segundo o historiador azul, Anísio Ciscotto, o primeiro jogo internacional feito pelo Cruzeiro, dia 3 de janeiro de 1946, foi contra o Libertad, comemorando 25 anos de fundação. Terminou com um empate de 2×2, gols de Ismael e Braguinha.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Cruzeiro 0 x 1 São Paulo – Continua a zoeira, nossa e dos rivais. Até agora está difícil digerir aquele jogo pela coincidência de dois fatos inusitados: os paulistas pela primeira vez com um time inteiramente reserva e o Cruzeiro jogando a pior partida das últimas rodadas.

Adriano Pereira resume a história: “O Cruzeiro é freguês do São Paulo.” E não é de hoje. Era pior nos tempos de Muricy Ramalho. Eles também tinham essa percepção que aflorava  no papo com os torcedores, aquela resenha amiga proporcionada pelo antigo Mineirão quando as torcidas eram irmanadas. Naquelas barracas no entorno, já dentro do estádio, eram bons papos com flamenguistas, sãopaulinos, colorados e athleticanos. Fotos e filmagens. Tira gosto na chapa quente e a geladinha no copo.  Durante a partida, trânsito livre nas arquibancadas, de um lado para  o outro. Um anel interno de circulação unia todos os setores.

Um dia veremos isto entre Cruzeiro e Atlético? Palmeiras e Corinthians? Flamengo e Vasco?

É preciso dar um basta nesta selvageria inominável de agredir e até matar torcedor adversário!

2. Adriano Pereira II – manda recado direto pra Alexandre Mattos:

“Porque contrataram 3 volantes e nenhum atacante de beirada? Porque não contrataram outro centroavante, já que Dinenno machucou e Kaio Jorge não é matador?”

Adriano, estou te subscrevendo, mas só 50%. Quanto ao centroavante, foi um azar a contusão do Dinenno coincidindo com a má fase de quem poderia substitui-lo. O Flamengo também está passando por isto.

3. Lucas Silva – Acho que poucos torcedores admiram tanto o nosso volante quanto o blogueiro. E não é de hoje!

Depois de grandes exibições, pós retorno, caiu de produção. Não vinha jogando bem e isto era patente. A unanimidade da crítica apontava o declínio técnico.  Passou para o banco e não houve reclamações.

Hoje, com o nosso meio de campo não se encontrando nos últimos jogos, muitos reclamam da substituição de Lucas Silva. Mas só agora? Profetas de guerras acabadas também indicam as estratégias que deveriam ser seguidas.

Sejamos realistas: as substituições não deram certo, mas Lucas Silva também não estava correspondendo.

4. Atacante de beirada – Isto precisamos com urgência urgentíssima. Um driblador, como Soteldo faz no Grêmio. Alguém que rompa ferrolhos, faça trinca em barreiras. Um Ferreirinha. Um Michael. Seabra deveria garimpar na base.

5. Champions League – Assistindo Real Madrid x Stuttugart, ouvi as informações sobre a goleada do Bayern de Munique sobre o Dínamo Zagreb. Quando o placar chegou a 9 x 2, passei a imaginar o que escreveria Augusto, neste QUINTAL já que ele é, possivelmente, o único mortal  que desconhece o acerto feito em 1927, entre Cruzeiro e Atlético pra acabar com a hegemonia  do América no campeonato mineiro. E conseguiram. Celebraram, com direito a telegrama de felicitações do presidente do Cruzeiro ao seu colega atleticano. Uma festa. Daqui a 3 anos, a façanha fará centenário. O América encerrou com o deca-campeonato a carreira vencedora no mineiro. Não mais chegou nem perto desse recorde.

Augusto, porém, permanece como escoteiro único a acender vela e comemorar a “façanha” dos 9 x 2. Em verdade, esta é a “xilocaína” que passa na garganta pra aliviar o espinho encravado desde os 6 x 1, em Sete Lagoas. O danado nem sobe nem desce. Só incomoda. E muito.

      GARIMPO

“Pessimista é aquela pessoa que reclama do barulho quando a oportunidade bate à porta”.

(Michael Levine)