SEXTA-FEIRA UM NOVO TESTE PARA UMA NOVA SELEÇÃO!

Às quatro da tarde, contra Camarões, o Brasil já classificado para as quartas de final, terá a missão de testar armas eficientes no conjunto, preparando-se para a briga de cachorro grande que vem em seguida.

Sem Neymar, a seleção não se encontrou no primeiro tempo contra a Suíça, caindo no ferrolho defensivo que é marca registrada deles. Num labirinto, quando você não encontra o rumo certo, o resultado são voltas e mais voltas que nos devolvem ao mesmo lugar. Chegou a irritar a inoperância de nosso setor avançado. Presas fáceis, previsíveis, de parrudos zagueiros.

No intervalo funcionou do nosso lado um conjunto de assessores, de cuja existência muitos duvidam. Coisa assim como Mula sem Cabeça: os Analistas de Desempenho. Desta vez foi visível a atuação deles ao identificar as peças onde a nossa seleção rateava feio. Um novo time apareceu no segundo tempo.

Rodrygo no lugar de Paquetá, depois Antony substituindo Raphinha e Gabriel Jesus a Richarlison. Como corneteiro irrecuperável gostaria de ver Everton Ribeiro sendo testado ali no meio, destrinchando jogadas com seus lançamentos mágicos. Foi o segundo grande erro de Tite, já que o primeiro – sem dúvida nenhuma – foi a inexplicável convocação de Daniel Alves. Como a vida pune, o primeiro lesionado – Danilo – foi exatamente aquele que deveria ser substituído pelo ex-craque em atividade. Mas não foi. Tite foi obrigado a improvisar o zagueiro Militão numa posição que há muito tempo foi sua e não é mais. Cochilo imperdoável. Se é bom de vestiário e “amansa” Neymar, Daniel poderia ir como mais um assessor de Tite para temas aleatórios. Jamais tomando o lugar de um selecionável, por uma razão simples: Copa do Mundo, na fase final, se compõe de apenas sete jogos. Decisivos. Não dá brincar. A possível presença de Daniel no jogo de amanhã, até mesmo como capitão, não alivia os pecados de Tite.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. TORCEDORES, CALMA! – Quando tanto se fala da imprudência e da inconsequência dos jovens, coube ao meu neto Rafael Rocha e não ao avô dele, o apelo pra que a gente coloque a bola no chão, pensando jogadas antes dos chutes a esmo. Esta fase de reformulação do elenco é campo fértil pra miragens. Além de dirigentes boquirrotos, ávidos pra vender gato por lebre, o cenário sofre aguda interferência dos agentes dos jogadores, sempre de olho primeiro em encher o próprio bolso, depois o bolso do “craque” e, por último, bem lá no finalzinho, o Clube. O terreno é minado. Por isso o apelo do Rafael para que tenhamos calma. Há profissionais no comando. É briga de gente grande, com a malicia do poker. O adversário não pode saber as cartas que temos. Vou me permitir figurar uma hipótese pedagógica: imaginem se Ronaldo, empolgado com o apoio de 9 milhões de torcedores, contrate logo de cara um atacante fantástico com salário de 2 milhões por mês. Ele é ótimo, mas apenas um. E os demais 20 jogadores pra compor o elenco? Quais seriam as futuras ofertas? Cifras astronômicas, começando a pintar um cenário irreal, absurdo, disfarçando o caminho para o brejo.

2. Um dos historiadores deste QUINTAL – Eduardo Silva – traz um relato que massageia o ego da Nação Azul:

“O tenista multi-campeão Rafael Nadal esteve em Belo Horizonte em um evento e proclamou: “Cruzeiro é um clube histórico dentro do mundo do futebol, especialmente aqui no Brasil, mas todos na Europa conhecem o Cruzeiro, e o Cruzeiro tem o Ronaldo como referência. Creio que é algo muito bonito que uma grande lenda como Ronaldo siga envolvida e interessada por seguir no futebol. Isso faz dele (futebol) melhor e maior, é uma notícia muito, muito boa…”

Meus amigos, é a palavra de um mito do esporte mundial – Rafael Nadal. Qualquer reclamação, dirijam-se ao próprio!

3. Gilberto Gil, Neymar, Regina Duarte – vaias, protestos absurdos, festival de ignorância e irracionalidade de um lado e de outro. Nessa insanidade absoluta, antes de atirar pedras, tente pensar por um minuto. É possível que o bom senso que dorme em você consiga acordar.

4. Manuel Panhame não percebeu que seu anjo da guarda foi dar uma espiada no telescópio James Webb (aquele que localizou a nebulosa Carina a 7.600 anos-luz) e cometeu um sacrilégio imperdoável para um historiador: Panhame para desidratar o Cruzeiro, teria afirmado que a grandeza de um Clube não se mede pelos títulos conquistados? Por favor, Panhame explique-se com máxima urgência, sob pena de ter os salários bloqueados. Falando em títulos, ontem, dia 30 de novembro, completaram-se 56 anos daquele famoso 6 x 2 do Cruzeiro de Tostão sobre o Santos de Pelé.

Depois, com a vitória também em São Paulo, no segundo jogo, recebemos a taça de Campeão Brasileiro de 1966.

Isto não vale nada, Panhame?

5. Cassio Maia aponta: na família do blogueiro, “quem tem o voto de maior valor é o Gustavo…”

Cassio, querido amigo, você sabe que, por incrível que pareça, o meu filho Gustavo Rocha, advogado, apesar de ter doutorado em Lisboa e Mestrado em Cambridge, torce pelo Atlético… Situação incompreensível. Paguei psicólogo pra ele por muito tempo, na esperança de uma recuperação.

6. Pepe Legal enumera com criatividade algumas das razões pelas quais “o mundo parou de dar certo”:

a) Quando o mertiolate deixou de arder;

b) Os pais começaram a batizar os filhos com nome de Enzo;

c) O xarope veio com gosto de morango;

d) As crianças passaram a tomar leite na pera;

e) O lanche passou a ser Danoninho na colherzinha.

No lamentável capítulo criança moderna x natureza conheço um caso triste: garotão de 12 anos, presente com o pai em um curral, admirou-se com a ordenha– “uai, não precisa matar a vaca pra tirar o leite?”

7. Argentina x Polônia – Raríssimo ver time de primeira linha do futebol mundial jogar de forma tão acovardada como fez a Polônia. 80% de posse de bola para os platinos. Os poloneses não conseguiram trocar quatro passes seguidos. Uma conjunção de fatores, independentes da Polônia, garantiram sua classificação.

GARIMPO

“Terceira idade é aquela em que a gente bota os óculos pra ouvir rádio.”

(José Simão)